quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Sidney Sheldon sempre será um mestre! Por BruneLLa França.

Com Sidney Sheldon, confesso que vivi.

Estou me sentindo órfã. Órfã do pai que me levou pela mão para o universo da leitura. Escutei a notícia incrédula: aos 89 anos, morreu hoje nos EUA o escritor Sidney Sheldon. Eu não queria acreditar que fosse verdade. Todos podiam morrer, Sidney Sheldon não!

Fui apresentada a ele pelas mãos de uma amiga, que me fez querer descobrir o que havia Do outro lado da meia-noite. Apaixonada pelo jogo narrativo proposto pelo mestre, quis mais. Eu precisava saber o que ficara para trás nas Lembranças da meia-noite. Depois, fui conhecer em A outra face o primeiro romance daquele que já me fascinava. Juízo final foi meu próximo passo. E eu não descansei enquanto não soube o que estava Escrito nas estrelas, nem o que contavam As areias do tempo. Não foi fácil descobrir tão cedo que Nada dura para sempre. E os dias nunca mais foram os mesmos depois de Manhã, tarde e noite.

Um apelo de Sid – sim, é com essa intimidade de filha que conhece todas as obras do pai que me refiro a ele – não passou despercebido por mim na vitrine da livraria: Conte-me seus sonhos. Não pude ficar indiferente ao chamado para desvendar O reverso da medalha. Assim como não contive a curiosidade de mergulhar em O plano Perfeito.

Foi com um pouco de medo que depois se tornou paixão, confesso, que soube encarar A ira dos anjos. Foi mais de fascínio que de outro entendimento minha ida em direção a O céu está caindo. Um capricho dos deuses demorou pouco em minhas mãos - como, aliás, nenhum de sesu livros em minhas mãos se demora, mas em minha mente se eterniza. Meus olhos sempre se recusavam a deixar as linhas escritas com tanta genialidade para se renderem ao sono ou a qualquer outro apelo, que não os do livro. Pouco depois, Sid me fez enxergar Um estranho no espelho.

A herdeira encantou-me de imediato, assim como Se houver amanhã. A possibilidade de não haver um amanhã nunca me assustou. Assustava-me o fato de haver um amanhã sem Sheldon. Não posso negar que tive um arrepio ao contemplar Quem tem medo do escuro? Descobri que do escuro de Sid eu tinha medo!

Nosso último contato foi o mais profundo. O outro lado de mim. As memórias daquele meu pai das letras me levaram a lágrimas, risos e uma admiração ainda maior. Nunca liguei para o que críticos diziam. Eu amava Sidney Sheldon. Foi ele quem me fez decidir a profissão a seguir quando tive que encarar meu vestibular. Não foi difícil para ele ter-me feito apaixonar pela profissão de Dana Evans, a jornalista. Aliás, não é nada difícil se apaixonar por tudo o que ele escreve. Sid é uma espécie diferente de Midas. Ele é capaz de transformar palavras em ouro!

Sempre que lançava um novo romance, os jornais – em especial os estadunidenses – o saldavam assim: Sidney Sheldon é um mestre! Nada mais justo. Infelizmente, chegou o dia em que haverá o amanhã sem ele. Mas ficarão eternamente as memórias de todos os momentos que vivi com ele, e foram muitos e intensos – assim como seus romances. Seus livros ficarão. Sua genialidade ficará. Sidney Sheldon sempre será um mestre!

6 comentários:

Gaby disse...

Ai, Bru...
adorei o texto.
não vou nem comentar isso...fiquei mt chocada quado soube...só de pensar que não vou mais poder esperar um novo livro dele...
=(

Simone Azevedo disse...

lindo tributo.
perdemos um grande mestre.
Brunella, suas palavras são tão deliciosas quanto as de Sidney Sheldon.
estou de luto.

Anônimo disse...

...luto...

Mil.Ó disse...

É exatamente assim como me sinto.

Sou um eterno apaixonado pela literatura de Sidney Sheldon.

Ele é dono de um estilo próprio e único, que nos conduz página a página de seus livros... fazendo com que mergulhemos na vida e nas memórias das suas personagens.

Muito criticado, sim! Mas será que se ele não fosse tão aclamado pelo público, a crítica seria mais paciente? Sim, é mania deles criticar o que está fazendo sucesso!

A verdade é uma: Sidney Sheldon agradou milhões de pessoas com seu gênero que misturava suspense, romance e sensualidade!

Vai-te em paz Sidney... Enquanto eu termino de ler as poucas de suas obras que me restam entre as suas 25.

•.¸¸.ஐJenny Shecter disse...

Sidney Sheldon não escrevia para os críticos. Escrevia para seus leitores.
Sua literarura não propuha rupturas, novo estilo, uma vanguarda, nada disso. Talvez por esses motivos fossem tão ferozes as críticas a seu trabalho.
Sid não propunha mudar as letras de sua época, ele apenas escrevia!
Seus romances não são para ler e construir debates. Não são para trazer à tona novas filosofias, ideologias ou qualquer outra ia mais...
O que Sidney Sheldon escreve é para ler e gostar... Apenas isso...
A uns o efeito é mais arrebatador...
Estou entre eles!
Sidney Sheldon, para mim, é para ler e amar!!!

•.¸¸.ஐJenny Shecter disse...

Sidney Sheldon foi quem me tomou pela mão, com um livro na outra mão, me fez sentar numa cadeira, olhou para mim e ordenou: LEIA! e eu nunca mais parei de ler!