domingo, 29 de abril de 2007

Ave Franklin! Por BruneLLa Wyvern.

Mais uma da série sem medo de polêmica...


Homossexualismo: respeito e preconceito às diferenças

Gays, lésbicas e simpatizantes. O respeito aos homossexuais e aos seus direitos perfaz um efeito imediato na vida dessas pessoas, além de inocular na sociedade uma preocupação crescente em respeitar as diferenças. Afinal, a causa gay mexe com valores, conceitos, direitos e sentimentos, provocando mudanças cada vez mais rápidas nas estruturas e nas relações sociais.

Em 2004, o Vaticano lançou uma campanha mundial contra a união civil entre pessoas do mesmo sexo, chegando a pedir a políticos católicos de todo o mundo que se pronunciassem de forma “clara e incisiva” contra as leis que favorecem o casamento gay. Nos Estados Unidos, o pedido da Igreja Católica virou bandeira eleitoral de George W. Bush. Em campanha pela reeleição, o presidente estadunidense posou como o defensor da família e da moral.

Os movimentos organizados por gays e simpatizantes, porém, vem crescendo bastante. O número de participantes em paradas de todo mundo bate recordes sucessivos. Nota-se uma presença cada vez maior de não-gays apoiando a luta dos grupos GLS pela igualdade de direitos. Em alguns países, como Argentina, Espanha e Holanda, o matrimônio homossexual é permitido por lei. Aliás, os homossexuais holandeses e espanhóis também têm direito a adotar crianças, desde que tenham uma união estável.

Seguindo esses exemplos, existem outras nações com a intenção de conceder o reconhecimento legal às uniões homossexuais. Dentro dos EUA, em Estados governados por políticos da ala democrata, mais liberais, o casamento civil de gays já é legalizado. No Brasil, onde a legislação não é das mais avançadas, os gays registram algumas conquistas. O caso mais famoso foi a decisão judicial favorável a Maria Eugênia para ficar com a guarda de Chicão, filho de Cássia Eller. A cantora, falecida em dezembro de 2001, viveu com a companheira durante catorze anos. A decisão da Justiça carioca contou ainda com o apoio quase unânime da sociedade brasileira.

Nesse contexto, podemos afirmar que o panorama se tornou menos hostil aos gays em função de uma série de conquistas em vários países, malgrado o preconceito. Isso devido à luta dos próprios gays. Há de se observar ainda que evoluiu a conceituação e se eliminaram alguns empecilhos. Assumir a homossexualidade, todavia, continua difícil.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Dica da ¨*Patty Literária¨*

Eu fico pensando que têm coisas que SÓ acontecem em livros!
Quer dizer, andei refletindo sobre os livros de uma série da Meg Cabot, chamado de A Mediadora. Conta a história de Susan, uma garota de 16 anos que odeia construções antigas. Isso porque normalmente há fantasmas nelas. Sim, ela pode ver fantasmas e além disso têm que ajudá-los a partir dessa pra melhor definitivamente. Eu acharia meio chato. Até porque eu tenho medo. Eu iria me estressar com uma vida dessas e o resultado seria um rosto com rugas antes das hora.
Mas, Deus, ser mediadora tem lá o seu lado bom.
O primeiro livro da série começa com Susan se mudando. Sua mãe se casa novamente após alguns anos da morte de seu pai e ela se junta à uma família, ganhando três irmãos. O que eu acharia um saco. Deus me livre se minha mãe se casasse novamente com um cara que têm três filhos!!! Quer dizer, pior se fossem três filhas, né? Eu jamais dividiria minha chapinha e minha bolsa chiquérrima da Colcci com elas.
Mas, nessa nova casa Susan conhece Jesse. Jesse é o fantasma que mora em seu quarto. É lógico que ele é lindo e gostoso e seria perfeito se não fosse o pequeno fato de estar morto. Fico pesando em como a vida dela é prática. Olha como seria perfeito se eu encontrasse um fantasma desses no meu quarto:

1- Não haveria concorrência. Afinal, as meninas não podem nem ver o fantasma-pedaço-de-mau-caminho;
2- Nada daquela chatice de mostrar pra família e ter que agradar os pais;
3- Ele poderia ir pra todos os lugares comigo e nem pagaria entrada de cinema e shows;
4- E, Deus! Ele viveria no MEU quarto. Quer coisa mais prática?

Vamos, meninas, que tal uma campanha de "queremos um Jesse no meu quarto"?

O que me revolta é que essa Susan ainda reclama da vida.
"Ah, como vou apresentá-lo aos meus amigos?".
E quem precisa de apresentar aos amigos quando se tem isso tudo?
Pelo menos não corre o risco daquela sua amiga, que daqui a algum tempo você vai descobrir que é falsa, dar uma cantada nele e ele aceitar porque - e isso você não pode negar - ela tem mais peito que você e - isso você também tem que admitir - não é silicone.
Eu me revolto com essas coisas.
Mas a coleção é realmete boa. Vale a pena ler.
E o último livro - de número 6 - nem chegou em todas as livrarias ainda. Nhuuum, posso sentir daqui o cheirinho de livro novo.

Beijos,
Patty.

PS: O que eu iria fazer já que a minha irmã dorme no mesmo quarto que eu? É um caso a se pensar...

Quero Ser Miriam Leitão, por Sylvia Ruth

Crise?

Que se exploda o caderno de economia. O negócio aqui é muito parado, e ninguém reclama, fala mal das minhas baboseiras. A não ser a Brunella, que fez uma afirmação muito pertinente no último post, e nem eu comentei.

Acho que a questão não é de jeito nenhum o quanto se produz. Mas se você pensar na possibilidade, que existe mesmo, de produtores, principalmente da bambeante agricultura familiar, deixarem de plantar o que a gente precisa comer, para plantar o que o carro precisa beber, não vai ser nada bom.

Mas voltando a minha crise, acho que vou mudar para o caderno de comportamento, que é o assunto que mais dá pano nesse blog!


O desenvolvimento que a gente não sente

Há algumas semanas, eu venho comentando o quanto a economia brasileira vai bem. Ela se sustenta num tripé: câmbio baixo e volátil, juro alto e ajuste fiscal. E tudo conspira positivamente para que o país bata recordes e mais recordes miraculosos. Vale a pena lembrar que no ano passado, a Bovespa aumentou em 50% seus negócios em relação a 2005; foram 599 bilhões de merengues tupiniquins girando.

Mas, o mesmo esquema que faz os índices pipocarem de bons, atrapalham, por outro lado, o desenvolvimento do país. Por exemplo, o dólar baixo, que faz a bolsa subir, é o mesmo que incentiva a importação e prejudica a produção nacional. Já a Selic, que anda caindo, mas continua alta, incentiva o investimento volátil, na bolsa, e não o seguro e mais agradável para o país, em empresas.

Numa analogia tosca... Lhe chamaram para pular numa lagoa. Você não conhece a lagoa, você vai preferir que ela seja mais funda, para você não correr o risco de bater com a cabeça lá no fundo e você se divirta bastante. Taxa básica de juros, também é assim, se ela é profunda, como a brasileira, de 12,50%, os investidores preferem se jogar nela, a pular numa que elas conhecem, que não vai ter o frio na barriga, do investimento em empresas.

Ou seja caros amigos, nem sempre o crescimento do mercado financeiro, como o que vivenciamos hoje, representa crescimento real. O governo, que não pode de maneira nenhuma reger a economia por si só, afinal somos capitalistas, é, muito pelo contrário, extremamente pressionado e influenciado para fazer o que é melhor para os investidores. Ganhar a ira dos que “fazem o dinheiro fluir” é que o governo não vai querer.


Chevette 92 branco
Talvez esse não seja o meu destino, caros leitores.

Depois de passar na prova de trânsito segunda-feira, meu pai me levou para ver um carro: chevette, 92, branco. Bom, eu me amarrei. Mas minha irmã acha um desperdício. Mas vem aí o carro da Renault-Nissan que custará nada mais que 5,1 mil brócolis brasileiros.

terça-feira, 24 de abril de 2007

O que irrita a Jaqueline, por Jaqueline Mainardi

Jaqueline sorri
Jaqueline está feliz
Jaqueline está ótima
Jaqueline vai voltar

Coloque sua melhor roupa e saia por aí.
Vá, e diga ao mundo:


Jaqueline vai voltar

domingo, 22 de abril de 2007

Ave Franklin! Por BruneLLa França.

O assunto é polêmico! E parece q a lei de legalizaçãodo aborto será levada a plebiscito...
Por isso, dedico mais um texto sobre um tema nessa coluna!

Aborto: ainda há muito o que discutir...

Projeto de lei nº 1135/91, em tramitação no Congresso, descriminaliza do aborto

"Isso é, antes de mais nada, uma questão de saúde pública, porque milhares de mulheres morrem todos os anos submetendo-se a abortos inseguros. Sei que é uma questão polêmica, que envolve aspectos morais, religiosos, psicológicos, mas diz respeito, fundamentalmente, à política de saúde”, diz o recém nomeado Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, defendendo a legalização do aborto no dia 28 de março.

“De fato, o Senhor Ministro está certo, é uma questão polêmica (...), o aborto não é um problema somente religioso, ou psicológico e moral, mas de ética natural, pois envolve um homicídio já que, do ponto de vista mesmo científico, não existe nenhuma diferença entre o embrião e o bebê (...). O embrião tem vida própria e independente da decisão de outrem. Ele possui o direito inalienável de viver”, diz o Pároco da Catedral Sagrado Coração de Jesus de Colatina, Espírito Santo, Pe. Arthur Francisco Juliatti dos Santos.

A cada ano, ocorrem aproximadamente 50 milhões de abortos em todo o mundo. Destes, 30 milhões de procedimentos são obtidos legalmente e 20 milhões ilegalmente. Considerando que é de 210 milhões o número de gravidezes, temos quase 1 aborto para cada quatro gestações (Alan Guttmacher Institute, 1999).

O aborto não assistido figura entre as principais causas de morte de mulheres no país. A média mundial de mortalidade materna provocada por abortos mal feitos é de 13%. No Brasil, é o dobro. São 50.000 a 100.000 mortes por ano, além de mais 240.000 brasileiras que recorrem aos serviços públicos de saúde devido a complicações posteriores a um aborto inseguro (Organização Mundial de Saúde, 2001).

Ainda em seu primeiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou uma comissão para revisar a legislação brasileira sobre o aborto. Ao término do trabalho, o relatório final propôs que toda gravidez possa ser interrompida até a 12ª semana de gestação e não define prazo-limite nos casos de ameaça à vida da gestante ou de má-formação fetal incompatível com a vida fora do útero. O projeto de lei nº 1135/91, que está em tramitação no Congresso Nacional, prevê a supressão do artigo 124 do Código Penal, que criminaliza a mulher que pratica o aborto ou permite que outra pessoa o faça. Mas até que ponto a aprovação de uma lei que legalize o aborto vai trazer alguma mudança?

“Temos a necessidade de promover a formação de crianças, jovens e adolescentes para a sexualidade e para o amor numa paternidade responsável”, afirma Pe. Arthur.

O que outras religiões dizem sobre o aborto

São bem variadas as posições das diversas religiões em relação à Interrupção Voluntária da Gravidez. Aqui estão algumas delas.

O Judaísmo considera que o feto ou embrião não tem o estatuto de "pessoa" antes do nascimento. Este estatuto secundário é conseqüência da Tora no qual é indicado que deve ser paga uma compensação monetária por quem provocar um aborto, uma situação não equiparável à retirada de uma vida humana. Diversas correntes atuais do Judaísmo aceitam apenas o aborto no caso de perigo de vida da mulher enquanto outras o permitem em situações mais abrangentes por decisão da mulher com apoio de terceiros nesta escolha.

O Islã aceita a interrupção voluntária da gravidez nos casos em que está em causa a vida da mulher. Dependendo das correntes pode ser ou não aceitável a sua utilização em outras situações. No entanto, como até aos 120 dias de gestação o feto ou embrião tem um estatuto de vida similar a animais ou plantas esse momento é considerado o limite para a prática abortiva.

O Budismo fica dividido em relação a esta questão: uns vêm-no como um ato de "tirar a vida de um ser vivo" e, como tal, inadmissível aos olhos desta religião. Outros o aceitam desde que não seja o produto da inveja, gula ou desilusão, especialmente nas situações em que o feto tenha problemas de desenvolvimento ou a gravidez possa ser problemática para os pais.

Embora a religião Hindu seja clara a classificar o aborto como um ato abominável, na prática a Índia permite o aborto desde 1971 sem que este fato tenha levantado alarido entre as autoridades religiosas. A utilização do aborto como forma de seleção do sexo da criança, todavia, levou o governo a tomar medidas em 1994 contra esta prática em particular.

Muitas das culturas nativas norte-americanas têm uma visão extremamente centrada na mulher nas questões reprodutivas, sendo o aborto uma opção válida para garantir uma maternidade responsável.

No caso do Taoísmo e Confucionismo, sexo e prazer sexual devem ser celebrados, mas com atenção à moderação. Esta moderação também se aplica à reprodução e o aborto é visto como uma solução de recurso aceitável. O governo da República Popular da China após aplicação da regra "um casal, um filho" viu-se forçado também em 2003 a impor medidas contra a utilização do aborto para seleção do sexo da criança.


sábado, 21 de abril de 2007

A Venenosa por Simone Azevedo

Como perder um homem em 10 dias

Como perder um homem em 10 dias? Essa pergunta parece fácil de responder? Eu não acho. Perder um homem em 10 dias é muito difícil. Isso nunca aconteceu comigo. Eu consigo a façanha de perdê-los antes mesmo do sétimo dia. E eu, como a maioria das mulheres, não sabia porque isso acontece. Achava que o problema era comigo. Mas depois que assisti os 110 minutos de comédia pastelão dirigida por Donald Petrie, tive certeza. O problema era mesmo comigo. Não tenho vergonha de assumir, até porque não é um problema pessoal, e sim um problema da categoria. MULHERES. Sensibilidade, carência, grude, romantismo, enfim, todos esses aspectos que sob a perspectiva feminina são qualidades, tornam-se defeitos insuportáveis sob a visão masculina.
O fazer com tudo isso para não espantar um homem antes mesmo do décimo dia de relacionamento? Devemos guardar tudo isso no armário? Mudar para agradar ao cara de quem estamos afim? Caras leitoras, eu, particularmente, acredito que não. Mesmo sabendo o que faz com que os insensíveis homens se afastem de nós em tempo recorde, não acho que devemos mudar nosso jeito de ser, pensar e agir por causa deles. Recuso-me a me render a toda a insensibilidade, arrogância e desprezo dos homens. Mesmo sendo estas características comuns a maioria, ainda acredito que exista alguns poucos, raros, em processo de extinção, que sejam diferentes.
Vocês devem estar achando que a colunista que vos escreve é sonhadora e acredita em conto de fadas, príncipes encantados, finais felizes... Não achem. Podem ter certeza. Eu sou mesmo muito sonhadora para creditar nisso.
O filme mostrou-me o que eu, assim como a maioria das mulheres faz para provocar a fuga masculina. Mas ele não foi capaz de me fazer repensar minhas atitudes. Sou sensível, grudenta, ciumenta, carente, melosa e sou feliz assim. Não quero e não vou mudar por causa de homem nenhum. Eles têm que me aceitar do jeito que sou. Se um homem realmente ama uma mulher, ele não ama apenas as suas qualidades, mas também todos os seus defeitos. Mesmo odiando todas essas características irritantes, no fundo ele as ama. Afinal os defeitos também são componentes da pessoa amada. Sem eles, ela não seria quem é.

Bom, depois desse quase- manifesto (desabafo) contra a submissão das mulheres aos desígnios masculinos, vou falar um pouco do filme.

Ben Barry (Matthew McConaughey) é um publicitário que faz uma grande aposta com seu chefe: caso faça com que uma mulher se apaixone por ele em 10 dias ele será o responsável por uma concorrida campanha de diamantes que pertence à empresa. A vítima escolhida por Ben é Andie Anderson (Kate Hudson), uma jornalista feminista que está desenvolvendo uma matéria sobre como perder um homem em 10 dias e está decidida a infernizar a vida de qualquer homem que se aproximar dela. Ambos se conhecem em um bar, sendo que escolhem um ao outro como alvo de seus planos.

Para começar a destilar meu veneno (hoje estou particularmente venenosa) sem me alongar e entediar meus leitores com uma enorme critica, vou facilitar as coisas para nós (colunista e leitores) enumerando as ridicularidades do filme. Se sobrar espaço, tempo e boa vontade, listo alguns pontos positivos (se é que eles existem).

RIDICULARIDADE 1: A “mocinha” é colunista de uma revista feminina. Essa “revista feminina” é estereotipada. Atrela feminilidade a futilidade. Nada mais ridículo. Andie Anderson (Kate Hudson) é uma loira (olha só a indireta) aparentemente inteligente em crise com seu trabalho. Quer escrever sobre assuntos relevantes como política, economia e coisas do gênero. Por que não pode haver espaços para esses assuntos em uma revista feminina? Eu não entendi o que o que os produtores quiseram dizer com isso. Será que não entendi porque sou mulher? Enfim, sem mais comentários.

RIDICULARIDADE 2: Os excessos. Tudo bem que mostrou o lado sensível, carente, meloso, apaixonado e grudento da maioria das mulheres (não estou generalizando), mas cometeu alguns excessos. Por mais grudenta, carente, sensível, melosa e apaixonada que uma mulher seja, ela não vai dar um cachorro ridículo a um cara com quem está a menos de uma semana e muito menos vai achar normal esse cachorro urinar na mesa dele quando ele está jogando pôquer com os amigos. Isso é coisa de gente pirada. Assoar o nariz do cara para verificar a cor e consistência do catarro e plantar bichinhos de pelúcia na casa dele no segundo encontro é demais. Não há santo que agüente. Por mais chatas que possamos ser, nós mulheres grudentas não cometemos esse tipo de insanidade. A piada não pegou. O filme poderia ter explorado mais o universo feminino. Há tantas coisas que foram deixadas de fora, como por exemplo as horas de espera que os homens são obrigados a suportar quando estamos terminando de nos arrumar. Quinze minutos que misteriosamente se transformam em duas longas horas. E também as crises de TPM poderiam ter sido trabalhadas. Um universo muito rico foi pouco explorado.

DIDICULARIDADE 3: O modo como eles se descobriram apaixonados um pelo outro foi muito sem graça. Ele estava cansado dela e ela louca para ele terminar com ela e de repente estão apaixonados. Foi tudo muito rápido. Poderia ter sido mais romantizado, afinal é uma comédia romântica.

Vou encerrar por aqui. Ainda é possível apontar muitas outras ridicularidades, mas estou sem tempo e sem espaço. Deixo os pontos positivos para os leitores apontarem depois de conferirem essa produção que custou nada menos que US$ 50 milhões. E eu aqui divagando sobre um certo filme trash orçado em aproximadamente R$ 1,99. Mas essas são cenas para o próximo capitulo.

Obrigada pela sua audiência e pala sua paciência. (quem fala isso é o Faustão. Credo. Péssimo programa. Mas a frase é boazinha. Plagiei.)

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Ave Franklin! Por BruneLLa França.

Sobre a luta do ano - Diogo Mainardi X Franklin Martins - que ganha rounds cada vez mais emocionantes, somente duas palavras e um gesto: Ave Franklin!!! *reverencia*

Entendendo o caso:

O histórico do conflito entre Mainardi e Martins remonta ao Tribunal Macartista Mainardiano[www.comunique-se.com.br/conteudo/newsshow.asp?Requery=N&idnot=25298&editoria=8], mencionado na coluna "Observatório da Imprensa" na edição de 05/12/05 de Veja, onde o colunista acusa diversos jornalistas, inclusive Franklin, de ligações com o PT. Em resposta[www.comunique-se.com.br/conteudo/newsshow.asp?Requery=N&idnot=25317&editoria=8], Martins afirmou ao Comunique-se que “Ele tem todo o direito de falar o que quiser. Acho que jornalista não é notícia”.

Em 19/04/06, no texto “Jornalistas são brasileiros”, Mainardi foi além, acusando alguns jornalistas de frouxidão moral[www.comunique-se.com.br/conteudo/newsshow.asp?editoria=8&idnot=27777] e Franklin Martins de exercer tráfego de influência para colocar tanto sua esposa quanto seu irmão em cargos importantes. Foi a primeira menção a Ivanisa. Em resposta, Franklin enviou para a Abril e para o Comunique-se seu "Desafio a um difamador”[www.comunique-se.com.br/conteudo/newsshow.asp?editoria=237&idnot=27790], onde afirmava que se Mainardi apresentasse um único senador que confirmasse que foi pressionado pelo jornalista, ele abandonaria sua carreira, mas que, caso não conseguisse, seria o colunista que deveria abandonar a sua.
O desafio não foi aceito, mas Mainardi voltou à carga na edição seguinte, de 26/04/06. Em “Franklin, o "conceituado"”[www.comunique-se.com.br/conteudo/newsshow.asp?editoria=237&idnot=27956], escreveu “Eu sei que Franklin Martins jamais pediu algo a um senador. (...) Foi-lhe oferecido. Ele simplesmente aceitou”. No mesmo texto afirmou que Martins participou da quebra de sigilo do caseiro Francenildo Costa, no caso que derrubou o ex-ministro Antonio Palocci.

Segundo o próprio Franklin, pela recusa da Abril de publicar seu desafio nas páginas de Veja, Martins entrou com processos criminais contra Mainardi e a editora, que seguem na justiça. Pouco tempo depois, o jornalista foi demitido da Rede Globo e, em mais de uma entrevista, afirmou que acredita haver ligações entre as colunas de Mainardi e seu desligamento da emissora, o que é negado pela Globo.

Já este ano veio “Minha pastinha implacável” e, finalmente “A esposa de Franklin Martins”, onde Mainardi afirma ser o responsável por Franklin ter saído da Globo e, conseqüentemente, por sua nomeação como ministro.

Franklin Martins não foi encontrado para comentar o último texto de Mainardi. (o q é uma pena... doida p saber o q o mestre - ave ele! - tem a dizer)
Franklin vence batalha judicial contra Mainardi
Saiu no Comunique-se[www.comunique-se.com.br/conteudo/newsshow.asp?menu=JI&idnot=35777&editoria=8]:

Franklin Martins venceu em primeira instância o processo que move contra o articulista da Veja Diogo Mainardi. Em sua coluna de 19/04/06, Mainardi afirmou que Martins realizou tráfico de influência para conseguir cargos públicos para sua mulher e seu irmão e relacionou o jornalista à quebra de sigilo do caseiro Francenildo Costa. O juiz Sergio Wajzenberg da, 2ª Vara Cível do Rio de Janeiro, entendeu que a intenção de caluniar e difamar ficou patente nos textos e determinou o pagamento de R$ 30 mil ao jornalista.

Franklin, que assumiu há pouco tempo a secretaria de Comunicação Social da Presidência, com status de ministério, entrou com o processo enquanto ainda era comentarista político da Rede Globo. A contenda entre os dois é longa; Mainardi já escreveu sobre o jornalista em cinco colunas num período de um ano e quatro meses. Por sua vez, além do processo, o ministro também já lançou para o colunista seu “Desafio a um difamador”, que não foi aceito.

Mainardi vai recorrer da decisão judicial e disse ao Comunique-se que só se pronunciará sobre o assunto em sua coluna da próxima edição de Veja.

Franklin Martins aina não se pronunciou, mas estou aguardando ansiosamente!!! (alguém aí teria o telefone dele*.*?)

terça-feira, 17 de abril de 2007

Amarra Experimental por Natasha Siviero

Sobre a Guerra do tráfico no Rio, que fez mais vítimas hoje,só duas palavras: Legalize marijuana.

Quero Ser Miriam Leitão, por Sylvia Ruth

Opa, opa! De volta.

Eu estou me sentindo muito mal, minha distância da internet não me faz bem. Vocês não sabem as coisas incríveis que eu ando perdendo por causa dessa história de universidade. Acho que não é novidade para ninguém que meu maior crime nos últimos anos, é roubar deslavadamente cds inteiros ainda não lançados fisicamente pela internet. Mas, vamos indo, que embora a Janaina discorde, devagar também se chega.


Não preciso repetir o que se diz todo dia por aí

Não é novidade para quem acompanha qualquer noticiário pé-de-chinelo que o Risco País nunca esteve tão baixo, que o dólar quando cai todo mundo se alegra, quando sobe todo mundo também se alegra, afinal, o que importa é o conjunto da obra. E a obra tá que tá bonita. Vocês estão conseguindo captar?

Nesta terça-feira, depois do bom desempenho da semana passada, muita gente aproveitou o dia para vender umas ações e embolsar o lucro acumulado. O que fez o preço de muitas delas cair. Mas essa queda nem foi tão sensível. O dólar, por exemplo, em praticamente nada foi influenciado por isso.


Pode comprar mas não pode mexer

O Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (CADE), por medida cautelar, decidiu que a compra da Ipiranga pelas empresas Petrobras, Braskem e Ultra, pode se reverter. Isso obriga as compradoras a não tomar qualquer decisão que influencie as empresas do Grupo Ipiranga, negociada por nada menos que 4 bilhões de merengues ianques. Caso isso aconteça, multa nelas.

Essa deliberação deve ser confirmada hoje, dia 18.


Hoje tem, hoje tem...

... Reunião do Copom, o Conclave da economia tupiniquim.

Pela ata da reunião passada, devemos ser servidos daquele mesmo arroz com feijão de 0,25% a menos na taxa básica de juros. Aí os jornais apressadinhos incitam a pergunta “porque não acelerar a queda?”. Para não dar de cara com o chão, talvez.

No fim desta quarta ouviremos o “Habemus Selic”.


Outra visão

O Conselho Energético Sul-Americano, carinhosamente chamado de OPEP sul-americana da energia alternativa, encontrou suas linhas conciliatórias no papel. É uma pena que os grandes jornais do país se restrinjam a observar o “lado positivo” da reunião e as insinuações sobre Hugo Chávez gostar ou não do álcool brasileiro; e se esqueçam (ou simplesmente negligencie) uma outra visão. Isso meus amigos estudantes de jornalismo sabem muito bem como funciona. Então, para não deixar de considerar outras pertinentes observações sobre os biocombustíveis, eis um trecho de uma matéria da Agência Brasil de Fato.

"Em encontro paralelo à Cúpula da Comunidade Sul-Americana de Nações, organizações pedem investimento em fontes alternativas e criticam a expansão dos agrocombustíveis


Paralelamente à Primeira Cúpula Energética da Comunidade Sul-Americana de Nações, realizada nos últimos dias 16 e 17 de abril, em Ilha Margarita, na Venezuela, as organizações sociais do continente também realizaram a sua reunião, a exemplo do que já ocorreu em dezembro passado em Cochabamba (Bolívia), na Cúpula Social de Integração dos Povos.


As entidades aprovaram uma resolução conjunta em que apontam a necessidade de o desenvolvimento de novas fontes energéticas estar vinculado à soberania dos povos do continente e à preservação do meio-ambiente. Participaram do encontro organizações como a Central dos Trabalhadores Argentinos (CTA), e redes de movimentos sociais e ONGs, como a Aliança Social Continental (ASC).


Para tais objetivos, o documento propõe o fortalecimento das empresas estatais de energia e a nacionalização de todos os recursos energéticos dos países. "Manifestamos nossa preocupação com os chamados agrocombustíveis, cuja expansão se dá por meio da expansão da monocultura tendendo a concentrar ainda mais a propriedade de terra em nossa região, reproduzindo relações trabalhistas baseadas na violência e na extrema exploração", registram os movimentos.

Um dos principais temores das organizações, bem como do presidente cubano, Fidel Castro, é que o aumento da monocultura de cana-de-açúcar, para a produção do etanol, tome o espaço da produção de alimentos.


Mas, para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o desenvolvimento dos agrocombustíveis não compromete o plantio de alimentos. Lula disse que não conhece as “bases técnicas e científicas” das críticas.


No documento, assinado por mais de 30 entidades do Cone Sul, entre elas a Central dos Trabalhadores Argentinos (CTA) e o Grito dos Excluídos, os movimentos apontam como solução para a questão energética o investimento em pesquisas para a implementação de fontes alternativas de energia, tal como a eólica, que já é utilizada em Cuba. Outro ponto que os movimentos relacionaram como prioridade é pensar a integração energética do continente e postular a energia “não com mercadoria, mas como um direito humano”.


O documento exige dos governantes da Comunidade Sul-Americana de Nações que não dêem continuidade às políticas energéticas “liberais” de produção de energia barata para o mercado externo e para os setores agroindustriais."


Na íntegra, aqui!


Falei e disse.

domingo, 8 de abril de 2007

Ave Franklin! Por BruneLLa França.

O tal do 1000

O clima é de expectativa. O país inteiro comovido. Nenhuma notícia foi tão pré-anunciada em jornais e noticiários de uma nação. Eleições presidenciais? Julgamento de alguma personalidade? Morte da rainha? Nada disso. A grande expectativa no Brasil é pelo milésimo gol de Romário. Concordo que é um acontecimento para os amantes do esporte, mas ser o assunto mais discutido e acompanhado por todo o país?

Se o nosso crescimento econômico fosse similar ao da China...

Se o nosso contexto social fosse bem parecido com o da Noruega...

Se o nosso sistema político funcionasse com eficiência...

O país vive um momento de ‘apagão aéreo’, mas o gol mil é mais importante!

Os parlamentares aumentam fartamente os próprios salários, mas o gol do Baixinho é de maior interesse nacional!

O STF (Supremo Tribunal Federal) aprova uma reforma em sua sede orçada em R$ 14 milhões – dinheiro nosso! –, mas o gol do histórico do Peixe é o que ganha páginas inteiras em jornais e vários minutos no noticiário!

Estou mais é q querendo que o Romário faça de uma vez o gol 1000. Não pelo acontecimento para o esporte nacional – embora eu admita que seja; não por ser apaixonada por futebol – mas sou mesmo. O fato é que acontecem mais coisas neste país com as quais realmente precisamos nos ocupar.

A torcida para que o milésimo gol do ‘cara’ não aconteça é grande, estejam certos! Que o digam nossos queridos parlamentares e membros do Executivo. Afinal, enquanto Romário continuar pautando as maior4es preocupações nacionais, s escândalos de corrupção na Infraero; a situação caótica da aviação civil; a pauta vazia do Congresso Nacional; o crescimento econômico tímido – para não usar outro adjetivo – vão continuar passando despercebidos. E tudo vai continuando nos mesmos lugares-comuns...



Enquete:

Você acredita que o Romário vai fazer o milésimo gol???

( ) Sim, afinal o Baixinho é 'o cara'!

( ) Sim, mas só depois que o Eurico Miranda sair do Vasco

( ) Não, Romário já está morto, aquele é um sósia

( ) Não, porque esse vai ser o enredo da próxima novela das oito - ou das nove - da Globo

( )Não, ele pára de jogar nos 999

Sinta-se a vontade para criar novas possibilidades!


sexta-feira, 6 de abril de 2007

A Venenosa por Simone Azevedo

O horário nobre nunca esteve tão pobre

A nova novela de Gilberto Braga, Paraíso Tropical, cumpre com êxito seu papel alienante de novela medíocre das 8 que começa as 9. A enxurrada de clichês explorados exaustiva e irritantemente subestima a capacidade intelectual do telespectador brasileiro. O comportamento anacrônico dos personagens, as tramas mal elaboradas, as trapaças ridículas, as chantagens sem criatividade, os maniqueísmos, a conquista do poder e de prestigio social como metas únicas e justificativas para as mais mirabolantes armações despudoradas, a banalização do sexo, a prostituição requintada, a ausência total de ética e de romantismo nas disputas amorosas são algumas das características de Paraíso Tropical.
Além de amante do futebol, samba e carnaval, o brasileiro também é amante de novelas. Esse “vicio” é tão prejudicial quanto o vicio em drogas, álcool ou cigarros. Deveria ser apresentado depois das chamadas, uma advertência do ministério da saúde. Novela tem esse poder narcotizante: transporta as pessoas a outros mundos onde a rotina e o cansaço cedem lugar à aventura e á emoção. Mas têm também outros poderes menos salutares. A função de “escape”, oferecendo uma compensação relaxante para o crescente stress da vida moderna. E para muitos telespectadores, principalmente aqueles carentes de princípios familiares e sociais e de cultura adquirida nas escolas ou nos livros, as telenovelas respondem a suas aspirações de mobilidade social e/ ou catarse emocional. O sucesso obtido pelos personagens parece cumprir a função de compensar e aliviar carências e fracassos dos telespectadores. Além disso, as telenovelas são vistas como fonte de orientação e conselho. Creio que esse último poder seja o mais nocivo.
Outra questão que merece ser ressaltada é a que se refere a nossa péssima imagem no exterior. O turismo sexual é uma realidade vergonhosa que pode ser constatada a qualquer hora em qualquer ponto turístico do país. A forma indelicada e banalizada que Paraíso Tropical aborda do tema contribui para reforçar um falso caráter natural e corriqueiro que essa prática imunda vem assumindo a cada dia. É triste pensar que essa imagem de paraíso sexual é reforçada pela nossa prestigiada dramaturgia. Sinto-me ofendida como brasileira que sou, sabendo que as mulheres deste país são associadas a toda a sacanagem que aparece na maioria das nossas telenovelas que são exportadas aos montes.
Mas enfim, aí está mais um campeão de audiência, assinado por Gilberto Braga, sendo servido com a pompa que todas as novelas da Rede Globo merecem e com o apoio incondicional do subjornalismo das revistas de fofocas sobre celebridades, vulgaridades e futilidades.

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Quero ser Miriam Leitão, por Sylvia Ruth

“Dólar fecha a R$ 2,037, menor valor em 6 anos”


É jovem, novidade nenhuma nos jornais. Todos os maiores da Internet trazem esta notícia estampada na primeira página de Economia. Geralmente com um ganchinho bem abaixo escrito: “e Bovespa chega perto de índice histórico”.

Quedas vertiginosas do Risco País, atualmente apontando 163 pontos, e emissão do bônus da República em dólar, anunciada pelo Tesouro Nacional, animaram os negócios. Além disso, a alta de 1,5% na Bovespa, com o acumulado do ano, já fez o “caso Xangai” ser compensado. Eu disse que aquele bafafá não ia dar em nada.

Além disso a balança comercial também vai bem. O superávit atual é inferior ao do registrado no ano passado, mas se manterá positivo, seguramente.

Em meio a notícias bizarras, como a dos pais que não conseguem dar o nome de Metallica a filha, ou os obesos de São Paulo que fazem exames no Jóquei Clube, o efeito Frei Galvão parece não ser nada estranho. Eu sempre soube que a Economia era muito sensível...

* Não conseguir diminuir a letra. Vai ficar assim, pronto e acabou!

terça-feira, 3 de abril de 2007

Amarra Experimental por Natasha Siviero

A tarde era lenta e escura. O mar era como uma mãe que espera e vai de um lado pra outro sem razão. O sol entre nuvens não doía ao refletir as páginas brancas do livro. Ela nem percebeu que a maré subia,lia Clarisse naquela tarde bonita,mas escura.
Uma onda veio alto na areia e depois outra mais alto fazendo as meninas mudarem apressadas as cangas de lugar.Foi naquele instante que desviou os olhos do livro e viu passar um miúdo carregando latinhas,trocando as pernas e balançando o braço que estava livre.
Era acostumada a ter sua própria Macabéa, mas naquela hora o miúdo foi seu cego de chicletes.
Pulou, tão repentinamente que pareceu destoar da tarde ,de devaneios para amor.E sentiu uma vertigem que não era sua e um amor que quase chegou a doer.
Quis escrever. Procurou uma caneta mas não encontrou.Escreveu mesmo assim, falando fraquinho e repetindo para não esquecer.Não esqueceu,embora jamais fosse escrevê-lo.
Quando, enfim, voltou para o conto que lia já não havia mundo em seu coração. E ainda era tarde.

* * *

Porque tem um caboclo querendo roubar meu lugar no blog alegando abandono.
Tudo bem que eu estou em crise.Sem inspiração, sem Rodolfo e sem rumo.Mas as vezes eu mesma me dou vontade de literatura.

domingo, 1 de abril de 2007

Ave Franklin! Por BruneLLa França.

O neoliberalismo e a ditadura dos chips

O paradigma do neoliberalismo começou a reger o mundo capitalista a partir da década de 1980. Analisando os ciclos tecnológicos percorridos desde a Revolução Industrial do século XVIII, podemos situar o nascimento do modelo econômico no final do Ciclo da Eletrônica, encerrado em 1990, superado pela ascensão do Ciclo da Informática, ainda em curso, segundo o modelo da “evolução criadora” do economista austríaco Joseph Schumpeter. E, ao atingir o atual período científico e tecnológico, o capitalismo colocou muitos países e regiões do planeta num único sistema. Tornou o mundo praticamente sinônimo de planeta.

Concebida por estadunidenses e ingleses, a doutrina neoliberal foi rapidamente aceita pelas demais potências e entrou em processo expansionista. O neoliberalismo vigente vai além da autonomia do setor econômico ao Estado. Ele visa, ainda, a manipulação das economias periféricas segundo os interesses financeiros dos centrais, haja vista o mercado estar acima da autonomia dos países e influenciar na governabilidade das periferias, exercendo também uma dominação cultural e de informações.

Para alcançar essa dominação, difunde-se a implantação do “Estado Mínimo”, que tem três alicerces principais: a desregulamentação dos mercados, as privatizações de estatais e a falência dos princípios de bem-estar social. Essa tríade configura o cerne do capitalismo selvagem.

A filosofia minimalista do Estado consiste na redução do controle estatal sobre o próprio Estado, sobretudo no palco econômico. Assim, propaga-se entre os subdesenvolvidos a venda ao capital privado, geralmente internacional, de diversos setores de suas economias. É interessante ressaltar, todavia, que os artífices do neoliberalismo não o adotam totalmente. Um exemplo dessa situação á a política de subsídios do governo estadunidense aos produtos nacionais e a conservação de setores considerados estratégicos, leiam-se os de telecomunicações e energia, sob o jugo do Estado. Isso é intervencionismo estatal na economia daqueles que mais defendem a adoção do modelo neoliberal.

Conseguir que ele seja adotado nos países em desenvolvimento é uma estratégia vital. Nesse contexto, a midiática dos países centrais é imprescindível. É preciso vender a desvinculação do Estado da economia como a panacéia para os gravíssimos problemas estruturais enfrentados nas nações que não atingiram o estágio de desenvolvidos. Nesses países, esse dogma econômico é aceito com as desculpas da necessidade de capital para investimento interno; a modernização das antigas estatais; maior qualidade de produtos e serviços; promessa de menores preços com a livre concorrência e outras. Desse modo, às potencias neoimperialistas, o neoliberalismo enseja o controle do desenvolvimento sócio-econômico-político-cultural do globo. O resultado disso é a neocolonização das periferias do planeta.

O carro-chefe desse processo é a tecnologia. Isso ocorre porque se vende um endeusamento dos recursos tecnológicos, dominados por um seleto grupo de países ricos liderados pelos Estados Unidos. Essas nações tornaram-se ‘escravas da tecnologia’, pois foi o “modelo anglo-saxão” de orientação predominantemente liberal que proporcionou as condições ideais para a deflagração da revolução tecnocientífica contemporânea, que se estrutura na microeletrônica, na informática, nas telecomunicações e na biotecnologia. Esses setores da indústria recebem altos investimentos estatais e despontam como os mais importantes da economia desenvolvida.

Essa visão é imposta na tentava de desvalorizar as riquezas naturais e a importância territorial, características de alguns países subdesenvolvidos com grande potencial desenvolvimentista. Sabemos que a associação entre recursos naturais, extensão territorial, densidade demográfica e localização estratégica é que define a potencialidade de um país. Afinal, é possível atingir o desenvolvimento tecnológico, mesmo que em longo prazo. Improvável, porém, é recuperar recursos naturais intensamente degradados em curto prazo ou ainda aumentar as dimensões territoriais.

Os países desenvolvidos praticamente já esgotaram a potencialidade de seus solos agricultáveis. A importação dos gêneros alimentícios, portanto, é uma necessidade imanente. Além disso, a expansão territorial chegou aos limites de suas fronteiras, o crescimento demográfico está comprometido e assiste-se a uma, ainda pequena, desaceleração da economia mundial.

Assim sendo, é preciso analisar mais profundamente os princípios neoliberalistas antes de adotá-los. É importante que haja um flexibilidade em tais princípios para que atendam às necessidades que cada país apresenta nas dimensões econômicas, políticas, culturais, científicas e tecnológicas. Ademais, antes de se colocar integralmente sob a ditadura dos chips, vale se perguntar a quem ela é interessante. Essa análise é peremptória.