quarta-feira, 19 de março de 2008

Ave Franklin! Por BruneLLa França.



2008: O Ano Internacional do Planeta!!!
2008 foi decretado o Ano Internacional do Planeta Terra pela Organização Mundial das Nações Unidas (ONU) e pela União Internacional das Ciências Geológicas ainda em 2006. A iniciativa conta com o apoio de 193 países, entre eles o Brasil.

Mas por que 2008? Antes que alguns mais esotéricos comecem a analisar conjunturas de astros, procurar ajuda nos números e ler cartas, já aviso que a escolha da data nada tem a ver com isso. O motivo é mais comemorativo.

Há 50 anos, em 1968, aconteceu o Ano Geofísico Internacional, quando cientistas começaram alguns estudos para entender melhor o nosso planeta. Para celebrar meio século de pesquisa, eles se organizaram novamente e elegeram este ano como o Ano Internacional do Planeta Terra. Ou o ano de tentarmos fazer alguma coisa boa por nossa “casa”.

O objetivo da comemoração é demonstrar o potencial das ciências na construção de uma sociedade mais sustentável. Para isso, um grupo de 23 cientistas de todo o mundo escolheu os 10 tópicos a serem trabalhados. São eles: águas subterrâneas; desastres naturais; terra e saúde; clima; recursos naturais e energia; megacidades; núcleo e crosta terrestre; oceanos; solos; terra e vida.

A idéia é conhecer melhor o mundo que nos cerca para vivermos de maneira mais sustentável. Nesse aspecto, os geocientistas já estão fazendo a parte deles para garantir um futuro melhor. E você, o que vai fazer pelo planeta em 2008? Se não tem idéia de por onde começar, no stress! Aqui vão algumas dicas bem fáceis para repensarmos nossa relação com o planeta onde vivemos.

Em casa
Atenção com o gasto de água. Ela até cai do céu, mas é um recurso esgotável e raro em muitos lugares do mundo. Se, em apenas cinco minutos, você escovar os dentes com a torneira escancarada, 12 litros de água potável serão desperdiçados.

Evite a torneira elétrica nos dias quentes. Aliás, para que esquentar a água da pia se vivemos num país tropical? Pense nisso. O consumo cada vez maior de energia elétrica requer a construção de mais usinas hidrelétricas e mais florestas vão desaparecer para dar lugar a elas. O simples gesto de desligar as luzes dos ambientes, quando estiverem vazios, pode ajudar a evitar isso.

Leve o campo para dentro de sua casa em plena cidade grande: cultive uma pequena horta em vasos ou mesmo num cantinho do quintal. Além da higiene mental, você colherá ervas, condimentos e hortaliças frescas diretamente da terra.

Um dos grandes problemas da poluição dos mananciais vem de um hábito difícil de mudar: jogar o óleo de fritura usado no encanamento. Um litro de óleo pode contaminar até um milhão de litros de água. Separe o óleo em garrafas PET para doá-lo a ONGs que fazem biodiesel e sabão com ele.

E sabe aqueles aparelhos que ficam em stand by (apenas esperando serem ligados por controle remoto)? Pois é, esse modo é responsável por 75% da energia consumida pelos aparelhos. Puxe a tomada de todos eles quando não estiverem em uso e tenha certeza: o valor de sua conta de luz vai cair bastante.

Hora de planejar a sua cozinha. Mude sua geladeira e seu freezer de lugar. Ao colocá-los próximos do fogão ou áreas onde bate sol, eles utilizam muito mais energia para compensar o ganho de temperatura. Aproveite para avaliar com seus botões: será que você precisa mesmo de um freezer?

Uma idéia luminosa é trocar as lâmpadas incandescentes do banheiro, da cozinha, da lavanderia ou da garagem pelas fluorescentes. O motivo é para lá de convincente: elas duram até 10 vezes mais, são mais eficientes e economizam 65% de energia elétrica.

Para quem usa muito o computador, desabilite aquele screen saver cheio de efeitos especiais. O monitor ligado, mesmo com aquele descanso de tela bacana, é responsável por até 80% do consumo do computador. Configure sua máquina para o modo de economia de energia. Assim, ele vai desligar automaticamente toda vez que você se ausentar.


sábado, 1 de março de 2008

A Venenosa por Simone Azevedo

O amante

Sempre tomamos o café da manhã juntos. Fazemos isso há três anos desde o primeiro dia de casados. É nesse momento de companheirismo que tecemos planos para o dia e dividimos nossas angústias de uma vida simples. Mas naquele dia ela não quis conversar. Pegou a bolsa e mal engoliu o pedaço de pão antes de bater a porta ao sair. Atordoado, pensei que eu fosse o culpado por alguma coisa que a tivesse chateado. Passei o dia me torturando e querendo pedir desculpas seja lá pelo que tenha sido. Sai mais cedo do trabalho e preparei um delicioso jantar para esperá-la. Eu tinha medo de ser rejeitado outra vez, mas decidi que tentaria de tudo. Quando ela chegou se jogou nos meus braços dizendo que me amava e que era a mulher mais feliz do mundo. Havia uma felicidade diferente. Ela tinha um brilho no olhar que eu nunca tinha visto antes. A noite foi tão tranqüila como todas as outras. Ela não estava chateda comigo. Tudo não passou de um grande mal entendido...
No dia seguinte, para minha decepção, a mesma coisa aconteceu. Apressada, ela saiu sem ao menos me dar um beijo de despedida. Tudo o que eu recebi foi um até logo seco e distante. Se não era comigo, então só poderia ser um problema no trabalho. Dessa vez não consegui esperar até a noite. Liguei para seu trabalho e perguntei se havia alguma coisa a chateando ou preocupando. Mas ela estava bem. Tudo estava bem. Foi aí que me desesperei. Se o trabalho não era a causa da indiferença dela, só poderia ser outro homem. Minha mulher tem um amante!
Embriagado pelo ciúme, decidi segui-la. Na manhã seguinte ela saiu mais apressada do que antes. Tomou um gole de café rapidamente e saiu batendo a porta. Eu estava disposto a matar o homem que a estava roubando de mim. Por um segundo me vi cometendo um crime com requintes de crueldade. E me senti potente, poderoso, infeliz...Fui atrás dela me esgueirando sorrateiro pelas ruas. Humilhado, rejeitado, indignado. Eu estava cego de ódio. Tudo o que eu enxergava era a minha mulher apressada e ansiosa para encontrar seu amante. E os dois traidores fariam juras de amor e ririam do corno aqui. Entre lágrimas, a vi parar em uma banca de revistas. Era uma banca nova no bairro que costuma abrir mais cedo do que as outras. Ela falou rapidamente com um rapaz. Seria ele seu amante? Continuei espiando, cada vez mais nervoso. O rapaz era jovem, muito jovem. Era um garoto. Talvez o amante fosse o pai dele. O menino lhe entregou alguma coisa que eu não consegui identificar. Talvez uma carta de amor ou uma proposta de fuga dos amantes. Era um chumaço grande, colorido e cheio de páginas. Ela retirou alguma coisa da bolsa e entregou de volta ao moleque. Era pequena e metálica. Confuso, fiquei olhando ela se afastar absorta em sua leitura. Corri atrás dela para desmascará-la. Eu precisava tirar essa história a limpo de uma vez por todas. Quando me viu, ela abriu um sorriso enorme e cínico de quem finge que nada está acontecendo. E com o mesmo brilho no olhar da noite retrasada, mostrou-me o chumaço em suas mãos. Era um jornal.