segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Ave Franklin! Por BruneLLa França

JOSUÉ DE CASTRO: CANAÃ É POSSÍVEL

América Latina. 54 milhões de pessoas passam fome. 211 milhões de latino-americanos e caribenhos vivem abaixo da linha da pobreza. África. 315 milhões de pessoas conhecem as formas extremas do flagelo dessa mazela. Grande parte de sua população sobrevive com apenas 57 centavos de dólar diários. Calcula-se que 840 milhões de pessoas em todo o mundo sejam vítimas da falta de alimentação. A cada 3,5 segundos morre um ser humano faminto. Em 7 segundos, uma criança com menos de 10 anos morre direta ou indiretamente de fome. 100.000 pessoas, por dia, morrem de insuficiência alimentar ou de suas conseqüências. O mundo está um caos. A sensação que temos é que reinam a fome e a miséria humana. Parece que só uma providência divina poderia ser a nossa salvação.

Salvação: salvar com ação. Essa palavra permite-nos reportar a Josué, nome bíblico que significa “Jeová é Salvação”, e no grego, “Jesus”. Josué, integrante da tribo de Efraim, foi discípulo e sucessor de Moisés. Durante a peregrinação no deserto, contribuiu para organizar o povo, que deveria ser educado para a nova fase que viria. A unidade deveria ser alcançada, uma consciência étnica era necessária. O povo deveria se preparar para assimilar a nova vida na Terra Prometida, deixando para trás os tempos de escravidão e fome no Egito. Chefiou a invasão de Canaã, onde a terra era fértil, de boa qualidade e dela manava leite e mel. Após a conquista, supervisionou a distribuição da terra entre os israelitas. Esteve com Moisés no monte Sinai, foi um dos doze espias que primeiro observaram a Terra Prometida. Junto com Caleb conquistou o direito de viver em Canaã, graças a sua fé!

É um belo exemplo de perseverança e de atitude. O mundo precisa mais do que nunca de alguns Josués como esse, que resgatem a fé na capacidade humana de construir uma sociedade justa, com menos exclusão. Seria isso possível?

Acreditamos que sim. Nós brasileiros temos o nosso Josué!

Sempre interessado no espetáculo do mundo e da vida, viveu aqui Josué: cientista, escritor, sociólogo, homem público, patriota e clarividente. Sabia como poucos das injustiças, das mazelas sociais e, sobretudo, da fome. Porta-voz do mundo subdesenvolvido, quebrou um tabu da nossa civilização ocidental e trouxe à tona esse problema mundial, apontando causas, conseqüências e, principalmente, soluções para erradicar ou pelo menos diminuir esse mal que atinge epidêmica ou endemicamente as grandes massas humanas.

Estamos nos referindo a Josué de Castro: recifense, nascido em 1908. Foi em sua terra natal que, desde pequeno, sentiu formigar dentro de si a terrível descoberta da fome. Principalmente nas áreas de mangue, onde os homens para sobreviverem, assemelham-se em tudo aos caranguejos. Alimentados na infância com caldo de caranguejo - o leite de lama -, faziam-se irmãos de leite destes crustáceos. Tornavam-se seres anfíbios: metade homens e metade bichos que, à medida que iam crescendo, caranguejos e homens davam a impressão de irem se atolando cada vez mais na lama.

Mais tarde, nosso herói verificou que, no cenário da fome no Nordeste brasileiro, os mangues eram verdadeiras Canaãs, atraindo pessoas vindas de regiões de mais miséria ainda: as zonas da seca e as zonas da cana, onde a monocultora indústria açucareira esmagava a cana e o homem indiferentemente, reduzindo tudo a bagaço.

Quando cresceu e saiu pelo mundo, descobriu que aquilo que julgava ser um acontecimento local era, na verdade, um drama universal. A fome é um fenômeno geograficamente global: dois terços da humanidade sofrem de maneira epidêmica ou endêmica os efeitos destruidores desse flagelo.

Afinal, o capitalismo monopolista e o neocolonialismo econômico que regem o mundo hoje e aos quais estão submetidos os países de economia primária, dependente e subdesenvolvida, são razões para serem estes também os países da fome. Neste quadro, encontram-se nações da África, do Oriente Médio, da Ásia do Sul e do Leste, da América Latina e do Caribe.

Assim sendo, para combatermos o subdesenvolvimento e a fome, precisamos traçar uma estratégia global de desenvolvimento, capaz de mobilizar todos os fatores de produção para o interesse coletivo. Josué de Castro preconiza que a condição de subdesenvolvido é resultado da má utilização dos recursos naturais e humanos. Desse modo, somente a expansão econômica não possibilita as mudanças necessárias ao processo de integração e interação dos diversos grupos de seres humanos, desenvolvidos ou não, dentro de um sistema macroeconômico integrado que garanta condições sociais dignas a todos.

Há de se observar, ainda, que o estágio de subdesenvolvimento implica também uma forma de sub-educação. Para combatê-la, é preciso educar bem e formar o espírito dos homens, fazendo com que sejamos capazes de ousar, pensar, refletir e passar à ação. Assim, poderemos alcançar uma economia baseada no desenvolvimento humano e equilibrada. Essa é a verdade de Josué.

Para tanto, são necessárias mudanças de comportamento e medidas convergentes por parte dos países ricos e dos periféricos, em prol do verdadeiro desenvolvimento: o do homem. O cérebro humano deve ser a fábrica e o homem, o fator e o beneficitário desse desenvolvimento. Afinal, os produtos é que devem estar a serviço da humanidade, e não inverso. Não podemos reificar a grandeza humana.

Ademais, o problema da fome não é apenas de produção insuficiente, mas também a forma como está organizado o aumento da oferta. Nisso reside a raiz da exclusão social que conduz à fome. É necessário, portanto, que toda a população do globo disponha de poder de compra para adquirir os alimentos.

Desse modo, uma agricultura de estrutura feudal constitui um fator negativo para o abastecimento do país. É um regime inadequado de propriedade e que ainda predomina no Brasil, pois as relações de trabalho estão socialmente superadas e não há utilização da potencialidade dos solos.

Assim, os latifúndios representam essa estrutura, marcadamente medieval. Isso acarreta também a existência de grandes massas de sem-terra, trabalhadores de terra alheia assalariados ou até mesmo escravizados e explorados por esta engrenagem feudal. O minifúndio, por sua vez, conota uma exploração antieconômica da terra, caracterizando uma miséria crônica, sustentada pelas culturas de subsistência que, às vezes, não garantem, sequer, o sustento da família.

Diante de tais pressupostos, a Reforma Agrária é uma necessidade imediata no combate à fome. Ela não deve, todavia, reduzir-se simplesmente à desapropriação e à distribuição de terras. Outras ações são necessárias. Precisamos de uma revisão das relações jurídico-econômicas entre aqueles que detêm a propriedade agrícola e os que exercem as atividades rurais. Afinal, todos devem ser beneficitários dessa ainda utópica Reforma.

Essa utopia só se realizaria, de fato, se houvesse um equilíbrio econômico global que garantisse a segurança social do homem. É o que defende Josué de Castro. Para ele, o fosso econômico que polariza a humanidade em dois grupos: os que não comem e os que não dormem, pode causar um colapso ainda maior que o provocado pelas bombas atômicas.

Lutar contra a ordem econômica capitalista, consumista e excludente que aí está é uma tarefa árdua e difícil. Mas acreditamos que Canaã é possível. Assim como o Josué bíblico foi escolhido para habitar a Terra Prometida, o nosso Josué brasileiro atravessou mangues e oceanos para semear em nós a fé no homem. Semeou também a crença em um mundo melhor, uma terra em que a fome seja apenas uma palavra estranha no dicionário da humanidade.

domingo, 18 de fevereiro de 2007

Dia do Leitor, por Luiz Eduardo Neves da Silveira

“FIQUE RICO OU MORRA TENTANDO” CAPIXABA

A história do surgimento do hip-hop no Brasil (e nos EUA) denota seu caráter de cultura de resistência, ou seja, afirma a autenticidade de um movimento proveniente da periferia que, assim como o samba, aos poucos é legitimado pela mídia.

Batizados de DJ, rapper, break e grafite são os elementos do hip-hop, manifestação de origem norte-americana que chegou ao Brasil no começo da década de 1980 e encontrou por aqui um terreno fértil para se desenvolver. Inicialmente despercebido pela maioria do público, o movimento caiu nas graças da juventude das periferias das grandes cidades, que virou tudo pelo avesso e criou uma expressão com cara e alma brasileiras.
A situação é considerada uma verdadeira heresia pelos puristas, defensores da idéia de que o hip-hop deve preservar o estilo difundido pelos americanos, apenas adequando-se à língua e à realidade social de cada país.

O rapper capixaba Renegrado Jorge, um dos mais antigos membros do movimento local, acredita que “se a gente deixa, daqui a um dia a capoeira vai se misturar também com o rock metal. Daqui a pouco vai se misturar congo com balé e a originalidade vai desaparecer”.

Mas os liberais relembram que a própria origem do movimento foi o cruzamento da arte urbana dos Estados Unidos com componentes da tradição cultural do Caribe, mais especificamente a dança de Porto Rico e o som da Jamaica, de onde vários artistas emigraram para Nova York nos anos 60. Além desse argumento, os que defendem a abertura destacam que no mundo globalizado, onde todas – ou quase todas – as culturas se entrelaçam, é natural que a expansão do hip-hop faça com que ele influencie e seja influenciado.

As culturas marginais, tal como o samba, surgem primeiro nas periferias, no ambiente das “fábricas”, onde pessoas cansadas do modo de vida sem perspectiva e das imposições da sociedade, tendo sua posição social já marcada, vêem na manifestação cultural a fuga, um lugar no qual elas podem ser elas mesmas.

Como sugerem Armand Mattelart e Erik Neveu, grandes nomes dos Estudos Culturais, os sistemas de valores de uma cultura, ou seja, as representações que eles encerram levam a estimular processos de resistência. Para o professor de Literatura Brasileira da UFES Jorge Nascimento “o mais interessante é ver a garotada querendo rediscutir as verdades que são colocadas pela mídia”.

O discurso característico dos integrantes deste grupo trata-se, ao mesmo tempo, de uma declaração de independência, de intenção de mudança e de uma recusa ao anonimato e a um estatuto subordinado.

Embora o cunho de resistência ao sistema esteja impregnado, não há como negar a vontade de ascensão social de quem vive pela arte, mesmo que seja o hip-hop. “Pra viver bem de música, poder ter uma vida decente. Poder ter a sua casa legal, e tal. Sustentar a minha filha que eu tenho também, eu tô pra dizer que tá caminhando”, diz o rapper J3, pois viver de música é difícil.

Mesmo o purista Renegrado Jorge sonha com a melhora de vida por meio do seu rap. “E eu vivo através do hip-hop, pago meu aluguél, sustento meus filhos e sempre comprando uma parada diferente, sempre produzindo um som. E vou vivendo do hip-hop. Pra ver se um dia compro até um Opala melhor”.

Já DJ Gordinho, que desde os 13 anos toca para juntar dinheiro e comprar novos discos para sua coleção, ao indicar a agulha G-80 como boa e barata, diz não poder comprar uma de 400 reais. “Um dia será que eu vou poder comprar uma agulha de 400 reais? Quem sabe?”, indagou.

A vontade de viver melhor por meio de sua produção intelectual pode ser o fim da autenticidade, da resistência, se o conteúdo das letras do rap, por exemplo, perder o cunho contestador. Por outro lado, grupos como o Racionais MC’s vendem centenas de discos, mesmo estando fora do mainstream das grandes gravadoras multinacionais. Assim, não se pode dizer que eles “venderam a alma” para o mercado.

E para falar de diferença temos que falar de identidade, conceito discutível em tempos de globalização. Ver grupos musicais fazerem sucesso fora do caminho dos “jabás” e da pasteurização nos é estranho, pois somos levados a supervalorizar a visão de uma produção cultural como resposta explícita às claras expectativas de classes ou de grupos de consumidores. Resumindo, um produto deve ser igual ao outro.

O MC, o DJ, o B.Boy, o Grafiteiro e os produtores negros, para ganharem a vida com o hip-hop, devem deixar sua arte perder identidade e ganhar dinheiro ou manter o discurso periférico e serem mandados para o olho da rua pelo patrão capital?



Hoje, quem participou do bem atrasado Dia do Leitor foi Luiz Eduardo Neves da Silveira, semana que vem pode ser você. Escreva para r.arcanjo88#gmail.com (substituindo o @ pelo #) e participe!

sábado, 17 de fevereiro de 2007

A Venenosa por Simone Azevedo

O amor e a sétima arte
Shakespeare era um grande sábio. Sabia como nenhum outro ser na face da terra descrever e representar o amor.
O amor! O amor é um mistério. Um grande mistério que a vã filosofia humana jamais conseguiu desvendar.
Shakespeare foi o autor da célebre frase: “O amor é cego”.
O amor é mesmo completamente cego. Ignora os defeitos, os erros, as falhas, e importa-se apenas com as virtudes, mesmo que haja apenas uma única e pequena virtude na pessoa amada.
Como já dizia Fernando Pessoa, “pode haver vários motivos para não amar alguém e apenas um para amá-la. Este prevalece”.
O amor é o sentimento mais nobre e grandioso que existe, e produz uma felicidade sublime e inigualável.
É também um sentimento perverso e sádico que machuca, fere e mata aos pouquinhos com requintes de crueldade quem não é correspondido.
Algumas religiões acreditam que todos e tudo possuem um lado bom e outro ruim. Essa crença pode ser aplicada ao amor. Pois, se ele possui um lado ruim, certamente é o lado em que está apenas um dos dois personagens da história romântica. Solitário, isolado, apaixonado.
O amor é contraditório, ambíguo, confuso. Faz sorrir e chorar. Traz felicidade e tristeza.
O fator que conduz a um desses caminhos opostos ninguém nunca descobriu. Tanto foi descoberto pelo ser humano. No campo da ciência há uma infinidade de descobertas, inclusive a cura para várias doenças. Mas no campo do amor, o homem jamais conseguiu realizar descoberta alguma. Alguns mais corajosos ousam formular suposições, e uma delas responsabiliza o fator sorte. Não a sorte de amar, ou sorte de ser amado. Mas sim, sorte de amar e ser amado ao mesmo tempo e pela mesma pessoa. Essa sorte é extremamente rara. Quase um elo perdido. Muitos já ouviram falar dela, mas poucos a conheceram ou a possuíram.
A vida real está cheia de histórias de amor não correspondido. De acordo com um velho clichê, a arte imita a vida. A sétima arte o faz como ninguém. O AMOR NÃO TIRA FÉRIAS, comédia romântica produzida e dirigida pela sensacional Nancy Meyer (Alguém tem que ceder), através do humor brinca com as asperezas de um amor não correspondido e com as imprevisíveis guinadas da vida.
Quem nunca sofreu por amor? Quem nunca curou uma decepção amorosa com um novo e surpreendente amor? É com essa realidade que Nancy trabalha.
Aliado a um enorme pote de sorvete, barras gigantescas de chocolate, toneladas de pipoca e muito refrigerante, o filme é ideal para quem está na “fossa”. THE ROLIDAY mostra que um amor não correspondido acontece com todos e em todos os cantos do mundo. Mostra que a dor que sentimos não é única e exclusiva nossa e que não somos os seres mais insignificantes do mundo por não sermos amados por quem amamos, e sobretudo enfatiza que tudo pode acontecer e que a vida sempre tem surpresas reservadas.
Isso pode parecer auto-ajuda ou mera filosofia de botequim. É piegas e soa irritante aos ouvidos de quem está perdidamente apaixonado. Contudo, é a mais pura verdade. Quantas vezes já curamos feridas abertas por um amor não correspondido procurando ou simplesmente encontrando um outro amor? Parece uma bola de neve. E creio mesmo que seja uma bola de neve inevitável em nossas vidas.
Amar, na maioria das vezes dói. Mas, viver sem amor dói mais. É uma dor vazia. Um obscuro e assustador vácuo sentimental. É como estar em um poço sem fundo, no fim de lugar nenhum. É como se estivéssemos à espera do nada, em um fim sem meio. É com se a essência fosse arrancada do peito.
Então, empanturrar-se de guloseimas só vale se for para assistir essa deliciosa comédia. Depois o ideal é enxugar as lágrimas, correr para a academia mais próxima, fazer um novo e arrebatador corte de cabelo, comprar um vestido sensual e bastante caro, excluir do orkut, MSN e da lista telefônica a pessoa que não corresponde ao seu sentimento, e ser feliz!

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Ave Franklin por Simone Azevedo

Presidente surpreso: ele não sabia de nada

Em 2005, o Brasil sofreu uma grave crise política. O esquema do “mensalão” veio à tona e seus artífices foram desmascarados (mas não punidos, infelizmente). O presidente Luis Inácio Lula da Silva, fez patética afirmação que certamente marcará a história política do país: “eu não sabia de nada”.
Seria ingenuidade, para não dizer burrice, acreditar nessa afirmação descabida. Entretanto, é humanitário dar uma segunda chance, um segundo voto de confiança a nosso ilustre comediante, quer dizer, presidente. Foi exatamente isso que os eleitores fizeram nestas últimas eleições que reelegeram o presidente Lula. Apesar dele supostamente “não saber de nada”, a benevolência brasileira deu-lhe um segundo voto de confiança. Mas é fundamental ficar sempre com um pé atrás para não marcar bobeira. Sendo assim, aqui vão alguns avisos ao nosso governante desavisado para que ele não seja pego de surpresa outra vez.
Quando a repulsa internacional denunciar o Brasil, sujando, manchando e emporcalhando de uma vez por todas com a imagem do país (que já é péssima) por ser um dos pontos internacionais de turismo sexual infantil, não queremos que nosso presidente seja mais uma vez surpreendido. Afinal, esta é mais uma grave crise que assola o país.
Quando as nossas cidades estiverem em plena guerra civil devido às intensas desigualdades sociais e a conseqüente violência que cresce em ritmo acelerado, esperamos que nosso presidente não repita, abusando da boa vontade dos eleitores, que não sabia de nada.
A morte do menino de seis anos no Rio de Janeiro, preso ao cinto de segurança e arrastado por bandidos durante 7km, retrata o estado calamitoso em que nossas cidades se encontram. A maneira chocante e os requintes de crueldade do crime abalaram profundamente a população. Mas este acontecimento não é um caso isolado. Inúmeros crimes bárbaros invadem os noticiários diariamente.
Quando o país for incluído no circuito das entidades beneficentes internacionais por equiparar-se ao quadro de miséria de paises africanos, esperamos que o nosso poder Executivo não seja pego de surpresa mais uma vez.
Quando a Amazônia for internacionalizada pela ganância internacional ou destruída pelo descaso nacional, não queremos mais ser subestimados ouvindo o presidente dizer que não sabia de nada.
Quando grande parte da população desprotegida for acometida por epidemias que em muitos outros países já foram erradicadas há muito tempo, também não queremos ouvir o discurso da desinformação presidencial.
A crise no setor aéreo também foi motivo de surpresa, mas será que a provável e não demorada crise no caótico transporte urbano surpreenderá nosso chefe de Estado?
E a crise no setor educacional prestes a estourar devido ao sucateamento das Universidades e escolas públicas. Essa também será surpreendente?
Talvez o presidente não se importe com os riscos que o país está correndo. Essa seria a única resposta plausível para seu descaso. Até porque dizer que “não sabia de nada” é absurdo. Nosso governante não é cego, e vive aqui, dentro deste planeta chamado Brasil. Convive diariamente com nossos problemas. É vítima e causador de muitos deles. Não saber do que se passa diante de seus olhos é impossível, mesmo com a redoma de cristal que passa a cercá-lo depois que ingressa no Palácio do Planalto. Viver com todos aqueles luxos e pompas talvez o faça distanciar-se da realidade. Distanciar-se, mas não ignorá-la.
É fácil não assumir a responsabilidade por uma crise por ela ter começado antes de seu mandato. E mais fácil ainda é não dar a mínima atenção a crises que explodirão depois. Isso é inadmissível, pois um presidente é eleito justamente para trabalhar nas resoluções dos problemas que o país enfrenta. Sejam eles antigos, como as desigualdades sociais, ou sejam eles futuros, como a iminência da internacionalização da Amazônia. E é igualmente inadmissível ouvir tamanha insensatez em suas justificativas.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Dia do Leitor, hoje por Ton Lupes

Livro


Era uma noite dessas de verão. E lá estava eu onde aquele inesperado convite me levara. Ainda era cedo para o tal evento começar. E mal sabia eu que este tomaria dimensões que eu não imaginaria nem nas minhas alucinações mais absurdas.

Poucas pessoas se adentravam naquele salão a meia luz até o momento em que acendi meu primeiro cigarro da noite. Aquelas pessoas presentes ali eram tão estranhas a mim quanto eu a elas. Pensei por muitas vezes desistir da minha aventura naquele lugar obsoleto, diria até underground. Mas o público me parecia muito indiferente quanto a isso, e foi essa a principal causa da minha permanência.

Quando por fim tomei coragem de me enfurnar naquele recinto descobri o quão agradável era estar ali. As pessoas conversavam intensamente, não digo auditivamente, o volume não era desagradável, mas era notável a empolgação dos ali presentes. Fui até o bar e pedi uma vodca com gelo, bastante gelo, o calor era no mínimo significativo, ao menos para mim. Foi quando pedi ao barman minha terceira dose, que percebi os aplausos incessantes destinados a uma figura no pequeno palco escuro. O lugar estava repleto de pessoas, algumas muito bem arrumadas, outras nem tanto, assim como eu.

Logo uma melodia encheu o salão e tomou conta de todas as vozes e aplausos. As luzes ainda não haviam acendido, na escuridão só era possível enxergar alguns movimentos de uma sombra um tanto alta e imposta. Era uma melodia um pouco maluca, ou complexa demais. Às vezes me perdia e ficava mais confuso do que a vodca já me deixara. De repente o clima mudou totalmente. Uma luz vermelha iluminou o violinista, e a melodia por ele tocada parecia narrar a entrada de uma segunda interprete naquele estreito palco. Ela flutuou até perto do violino com uma rosa em uma das mãos, então pôs a outra mão no ombro do homem alto e se escondeu em suas costas. Passou a rosa suave e vagarosamente pela silhueta dele, até que o abraçou, e ele correspondeu sentindo seu abraço e entoando uma canção ainda mais romântica. Aquela linda mulher saiu de seu esconderijo e correu para uma parte escura do palco largando sua rosa pelo caminho a se despetalar no chão. Ouvi nesse momento começar o som mais harmonioso que eu já ouvira. Todo álcool em meu corpo se dissipara, era como um transe. Mal conseguiria descrever aquela musica, mas se me arriscasse diria que era no mínimo hipnotizante. Porém o indescritível mesmo ainda estava por vir. E então se iluminava aquela figura angelical que tocava uma harpa tão ornamentada que parecia ter decido dos céus diretamente àquele palco. E aquela luz vermelha se fundia com a outra luz agora acesa de cor violeta de tal forma que parecia o choque entre dois semideuses, dois seres divinos ou ao menos imortais. E aquela mulher era tão bela, tão magistral, tão feminina. Seus dedos acariciavam aquelas cordas com uma leveza tão sutil, que até mesmo a brisa do verão teria se estremecido diante de tal toque. Suas unhas eram perfeitas, como se tivessem sido esculpidas e coladas uma por uma e depois pintadas de uma azul cor de anoitecer. Em perfeita harmonia com seus cabelos loiros dourados e um rosto ainda coberto pela posição que ela se encontrava no palco.

Ninguém se movia. Não eram capazes de provocar nenhum ruído para não interromper um momento espetacular como aquele. Mas eu não me contive, simplesmente perdi as forças na mão que segurava o copo de vodca quando ela finalmente descobriu seu rosto e fitou o olhar na minha direção. Esse momento não durou mais de três segundos, mas a sua forma, seu olhar, sua boca, sua pele, entraram na minha mente mais rápido do que qualquer droga de um viciado em estagio avançado. E a musica parecia ter parado no exato momento em que meu copo encontrou o chão e se espatifou em centenas de pedaços brilhantes. Algumas pessoas até se atreveram a olhar para mim, mas a maioria ainda estava vidrada em toda aquela sintonia entre artistas e platéia. Naquele exato momento pensei em desaparecer, mas pensava também em mergulhar naquele palco e me submergir na melodia daquele anjo humanizado. Acabei não tendo nenhuma reação e continuei a ser fisgado por aquelas cordas tão afinadas. E logo que todos estavam novamente em plena transição entre real e fantasia a melodia tomou um rumo completamente inesperado. Era como uma disputa entre as almas, uma cavalgada através de campos inacabáveis em busca de algo que havia se perdido no caminho de volta, como se ambos os músicos desejassem a mesma coisa, mas não podiam dividi-la. Uma aflição invadiu meu coração, junto com um medo de me perder naquele caminho onde não se sabe onde pisar.

– Que sensação maluca ­– disse baixo pensando alto.

Cessou-se o violino. E aquele homem altivo estava preste a se despedir. Passou então pela rosa no chão e juntou-a contra o peito recolhendo suas pétalas que haviam se soltado. Voltou-se à harpista e lhe acariciou o rosto suavemente numa redenção de quem sabe que perdeu definitivamente algo crucial para a existência de sua alma tão extravagante e galanteadora. Abandonou o palco com passos mansos e curtos como de quem jamais será feliz novamente. Agora era o momento dela. Era a hora de convidar-nos a todos para um passeio entre montanhas e cavernas, de nos induzir a esquecer de qualquer pudor que nos fizesse humano, de nos acorrentar a feridas que já havíamos esquecido, de ostentar um ambiente melancólico porém aconchegante.

Ton Lupes

Você também pode participar do Dia do Leitor. Mande seu texto pra gente pelo e-mail r.arcanjo88#gmail.com, substituindo o # por @, por favor.

sábado, 10 de fevereiro de 2007

A Venenosa. Por BruneLLa França.

Os novos papéis de homens e mulheres: avanços e tropeços

O modelo de masculinidade está em crise. A ele estão sendo incorporados outros valores, como a beleza. Isso não significa que status e dinheiro perderam sua importância, só deixaram de ser os únicos pilares da masculinidade.

Afinal, a emancipação feminina trouxe algumas mudanças para os homens. Elas também querem parceiros inteligentes, bem-humorados, que participem da educação dos filhos e tenham, evidentemente, boa aparência. Valores que antes eram exigidos apenas delas.

Desse modo, o cuidado com o corpo associado a melhor qualidade de vida é um aspecto positivo. O problema são os exageros. O culto a própria imagem e a exacerbação do egocentrismo levam ao hiperconsumismo. Consome-se por desejo, não por necessidade. Quase tudo é efêmero, descartável.

As facilidades que o mundo moderno oferece são muitas: medicina estética, academias com equipamentos ultra modernos, spas e muitas outras mais. E elas favorecem a esse narcisismo crescente na sociedade. Há, entretanto, problemas psicológicos e de saúde, como: depressão bulimia e anorexia, que são característicos do século XXI e surgiram ou se acentuaram dessa vaidade exagerada tanto de mulheres quanto de homens.

Assim sendo, constata-se que existe uma padronização de beleza que, geralmente, é virtual e muito difundida pela mídia. A indústria da beleza cresce assustadoramente. Isso estimula o imaginário das pessoas, interferindo drasticamente nas relações humanas. E, nesse contexto, o ser humano, infelizmente, está sendo tão descartável quanto os produtos da moda.


*****

O mundo de Sophia

Não fosse por algumas diferenças básicas, ela bem que poderia ser a personagem principal daquele livro com seu nome na capa. Sofia era norueguesa – mesmo que tivesse os cabelos pretos. Sophia era brasileira – nenhum mesmo que se pode dizer sobre ela, afinal, nascera no caldeirão de misturas étnicas do Brasil.

Sofia foi descobrindo a filosofia por um convite diferente e um professor disposto a ensinar somente a ela. Apaixonou-se. Sophia foi descobrindo, por si só, a literatura desde que teve nas mãos o primeiro livro, ao aprender a ler. A menina e o pássaro encantado. Apaixonou-se.

A Sofia completou seus quinze anos e os anos não mais se passaram para ela. A Sophia fez 15, 16, 17, 18, 19 e daqui a poucos dias vai chegar aos 20. A menina do livro encontrou-se no mundo dos personagens de histórias. E por lá vive feliz com seu querido professor. A menina brasileira faz Letras na universidade. E vive esbarrando nas personagens com quem a norueguesa mora.

Sophia se encanta com os versos ácidos de Augusto dos Anjos. Versos Íntimos ela sabe de cor. Foi o primeiro postado em seu blog. A escola do Romantismo é sua paixão. Trouxe até ela Álvares de Azevedo, um dos poetas preferidos de seus versos.

Machado de Assis a cativou com Capitu, Helena, Brás Cubas e tantos outros nascidos de sua pena magistral. Foi na adolescência que se apaixonou por Vinícius de Morais, o poetinha. Sua paixão por ele era tanta – muito além do Soneto de Fidelidade escrito na agenda – que ela tinha a certeza: se tivesse vivido no mesmo tempo que ele, seria sua décima esposa!

Não abriria mão, porém, de ter por amante o chileno Pablo Neruda. Insistentemente, ele a convidava a deixar o vento correr, coroado de espuma, chamando-os e buscando-os, galopando na sombra, enquanto ele, mergulhado nos imensos olhos castanhos dela, numa manhã imensa, descansaria, chamando-a de amor.

Mas a verdadeira paixão de Sophia eram mesmo os livros. Quantos ela já havia lido? Para quantos países viajara? Por quantos personagens havia se apaixonado? Quantas vezes havia chorado lendo suas histórias? Ela não sabia responder.

Sabia apenas não ser capaz de fechar um livro depois de abrir-lhe a capa e ler dele a primeira página. Fechava-o apenas quando chegava ao fim, na contracapa. O que, para ela, nem sempre era o fim. Sophia tinha mania de conviver algum tempo ainda com as personagens. Conversava com elas em seu inconsciente, construía novos enredos, modificava seus destinos. E o fazia com um sorriso incógnito de primeira felicidade, não entendido por todos.

Assim foi até que um dia, os ponteiros do tempo se desentenderam, a tarde correu para trás do morro e a noite já gritava estrelas esparsas. No fundo da rua, da casa-gênese da fumaça de chaminé, ela se encontrou como se ali sempre houvesse morado. Ao contemplar o caos do dia sem tempo, sorriu. Um sorriso inócuo tangenciando avenidas sem rumo, buscando um amanhecer resplandecente. Foi mais de felicidade que de outro entendimento sua ida à janela. Sophia metamorfoseou-se em personagem de si mesma e mudou-se para protagonizar, enfim, o enredo de sua existência.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Dica da ¨*Patty Literária¨*

- O que você tanto lê aí, hein Patty? - me perguntou Dani, quando entrou no salão e percebeu que era eu em baixo daquela touca enorme e de todos aqueles cremes no meu rosto - E não é um livro? Que milagre é esse?
- É uma dieta - respondi - A dieta das frutas.
- Algo como perca "cinco quilos em uma semana"?
- Sete. Sete quilos em uma semana! - falei, erguendo a folhinha, que eu tinha tirado da internet, como um troféu.
- O que você quer emagrecer aí? - perguntou, como se tivesse diante do absurdo.
- A gente sempre tem um pneuzinho que incomoda - disse.
- Ai, pelo amor de Deus! Você não tem nada, Patty! Você tá precisando é de um implante de cérebro! - exclamou, rindo - Nildete, diminui as doses de aguá oxigenada que essa mocinha está rebendo, por favor! - brincou.
- Não, não. Tenho um pneuzinho sim, olha - falei, mostrando minha barriga.
- Tudo bem...não vai adiantar mesmo. Você só vai parar com isso quando tiver com anorexia. Até porque agora é moda, né? Você não pode ficar de fora.
- Não, não...acho que ainda vou querer tirar uma ou duas costelas quando tiver - brinquei.

Lembro-me na hora de um livro: Tamanho 42 não é gorda, da Meg Cabot. A mesma autora do Diário da Princesa. Isso é só uma referência mesmo, porque um livro não absolutamente nada a ver com outro. 'Tamanho 42 não é gorda" é um livro com um pouco menos de romance, mais suspense e uma dose sutil de crítica a esse padrão de beleza imposto pela nossa cruel sociedade. A personagem principal, Heather, é uma antiga estrela pop que terminou com o namorado, perdeu todo o seu dinheiro quando sua mãe fugiu com a grana para a Argentina e tem que conviver com um quilinhos a mais. O que não devia ser um problema, porque, como ela mesma diz, 42 é a média da mulher americana!
Depois disso tudo, Heather vai trabalhar num alojamento de estudante de uma faculdade de Nova York. Tudo ótimo até um dia uma aluna ser encontrada morta no poço do elevador. O relatório policial diz apenas que tudo não passou de um acidente. Mas para Heather alguma diz que não foi um acontecimento tão acidental assim...principalmente quando ele começa a acontecer com uma certa frequência...

Esse livro é realmente muito bom. E pensando em toda essa coisa de padrão de beleza, jogo a minha dieta das frutas fora, espero terminar minha hidratação e vou na sorveteria comprar um sorvete de flocos. E o maior pote, por favor, eu tenho um pneuzinho para manter!

A dica de hoje é: Tamanho 42 não é gorda.
Autor: Meg Cabot.
Extra: Relaxe pelo menos hoje e coma uma barra de chocolate gigante! Nós merecemos isso! Fora padrões de beleza!

Beijos e beijos leitores!
Da ¨*Patty Literária¨*

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Quero Ser Miriam Leitão, por Sylvia Ruth

Vitória Stone Fair

É, começou ontem a 23ª Feira Internacional do Mármore e do Granito, no Pavilhão de Exposições de Carapina. A feira termina sexta-feira, dia 9.

A mostra é uma porteira escancarada para os já muito bem conhecidos internacionalmente exportadores brasileiros, que desfrutam a ímpar capacidade de diversificação do produto que só o subsolo tupiniquim pode proporcionar. Em especial o do Espírito Santo. Sozinho, o afilhado de Nossa Senhora da Penha é responsável por 47% da produção e 44% das exportações brasileiras.

É uma pena que nós, pobres seres mortais, não possamos visitar a feira, afinal, nós não temos dinheiro para negociar nem um cascalho do mármore, imagina ir lá, dar uma de bacana, num pavilhão enorme, que eles têm um trabalho violento para climatizar.

Okey, foi mal amigos, eu não posso negociar um cascalho do mármore, você, playboyzinho de Vitória, pode sim encher a sua casa de um mármore de R$ 3 mil.


Mas nem tudo são flores e ar condicionado

Os grandes desafios do setor são questões ambientais, trabalhistas e de transporte. Existem muitas empresas que não são legalizadas e, ainda, extraem rochas de áreas sem permissão da justiça. Empresas de rochas ornamentais gastam muita energia no processo de produção e não dão o devido destino para os dejetos que sobram.

O trabalho de extração e beneficiamento das rochas é muito perigoso, mesmo assim, muitos patrões não têm coragem de pagar corretamente os direitos de salubridade de seus funcionários.

Além disso, não é novidade pra ninguém que boa parte das rochas se perdem no caminho, literalmente. Transportar rochas ornamentais é um transporte de risco. Ontem mesmo, três pedaços enormes caíram deixando o trânsito lento na Rodovia do Contorno, eu acho.


Sou assim e sou feliz

Vocês já visitaram o site do HSBC, “Sou assim e sou feliz”? Bem bacana, dá pra você fazer um diagnóstico da sua “vida econômica”, e de quebra, saber quais planos do HSBC são feitos para você. Opa! Esse é o slogan de outro banco!

Então, olha o meu resultado:


Entra lá, aproveita que tá atoa, lendo esse blog aqui. É tão legal quanto teste de revista, e eu sei que tem meninas que entram nesse blog que se amarram num teste de revista. Mas preparem-se, o site é leeento...


Garoto, alguém se lembra?

O Jornal Século Diário traz em destaque uma matéria sobre a possível estratégia da Nestlé de “apagar” a imagem da Garoto na mídia para dificultar alguma venda no futuro. Lembrei-me do comentário do Marlon, sobre a indefinição do processo no Cade (Comitê Administrativo de Defesa Econômica), quando a Coca-Cola anunciou a possível compra da Sucos Del Valle.

Clique aqui para ler a matéria.

sábado, 3 de fevereiro de 2007

A Venenosa por Simone Azevedo [LUTO]

Literatura
Impossível parar de ler! Emocionante! A historia de cinco adolescentes e um cãozinho, que com doçura ensinam uma bruxa-fada o valor e a beleza da amizade, é uma verdadeira lição de cidadania e amor.
Literatura infanto-juvenil é a classificação do mais divertido livro que eu já li: O Verdadeiro Sentido. Porém, sua classificação deveria ser: literatura humana- jovial. Primeiro porque é uma história que retrata a cordialidade das relações humanas, mostrando a importância da amizade, do amor ao próximo, da generosidade e dos bons sentimentos indispensáveis à vida de qualquer ser humano, e que podem ser facilmente cultivados entre as pessoas, bastando apenas boa vontade e o coração aberto.
De uma maneira jovial e divertida, rodeada de mistério e suspense, o romance escrito por uma adolescente, a jovem escritora Gabriela Zorzal, ensina o valor de um sentimento verdadeiro e mostra que provas de amor e amizade são constantemente solicitadas pela vida e que mesmo contra nossa vontade, põem nossos sentimento à prova.
O Verdadeiro Sentido tem uma narrativa agradável que leva o leitor a uma viagem pela vida dos cinco jovens protagonistas, e delicia com desfechos inesperados e surpreendentes.
É um livro que deveria ser lido por todas as idades, pois, amizade, amor, respeito e carinho não têm classificação etária. Esses sentimentos constituem O Verdadeiro Sentido das nossas vidas.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

¨*Dica da Patty Literária¨* - de Luto.

Essa semana eu fui obrigada a deixar todas as minhas roupinhas básicas e esseciais na vida de qualquer patty que se preze para vestir uma roupinha básica preta. E precisei saí da minha dieta e comer uma barra de chocolate enorme para reestruturar parte do meu emocional que estava, e ainda está, abalado. E fiz todo aquele ritual de quando estamos curtindo fossa e precisamos assisti filme chorando em cima de um pote de sorvete de flocos gigante.
Isso porque um dos mais fantásticos escritores da minha vida faleceu. O Sid, como eu mesmo já havia falado e mostrado meu grau de intimidade, era simplesmente parte da minha vidinha cor de rosa. Eu leio livros do Sid desde que me entendo por gente - e olha que isso já tem algum tempinho, e não lembro de um livro que ele tenha me decepcionado, me iludido, me deixado com raiva ou me feito pensar que eu perdera tempo na minha leitura. Simplesmente porque nós - eu, Sid e as suas obras - formávamos um trio perfeito. Era um escritor fantástico, um enredo fascinante e uma leitora sedenta por uma nova aventura. Eu compartilhei as angústias, os medos, as surpresas e as reviravoltas de seus personagens, e posso dizer que acompanhei um pouco do próprio escritor, pois tenho a certeza de que quando criamos um personagem, não é simplesmente um personagem, é um pouco de nós também.
Então, só posso me senti grata por ter tido a oportunidade de ler seus livros e lamentar porque não existe a pedra filosofal - aquela mesmo do Harry Potter - pra que ele ainda tivesse aqui e eu pudesse dizer "posso ficar tranquila, teve ter algum novo livro do Sidney Sheldon por vir. Claro, ele não faria isso com seus leitores, nem mesmo com sua leitora mais patty"
Então, só posso dizer a vocês, na verdade reforçar o que eu já disse em uma das minhas primeiras colunas, que quem nunca leu um livro do Sidney Sheldon não tem noção de que está perdendo uma história fascinante, com personagens intrigantes e desfechos surpreendentes. Leia, pelo menos um, pra saber o grande escritor que nós perdemos.
Obras:
A Outra Face
O Outro Lado da Meia Noite
Um Estranho no Espelho
A Herdeira
A Ira dos Anjos
O Reverso da Medalha
Se Houver Amanhã
Um Capricho dos deuses
As Areias do Tempos
Lembranças da Meia-Noite
O Juízo Final
Escrito Nas Estrelas
Nada Dura para Sempre
Manhã, Tarde e Noite
O Plano Perfeito
Conte-me seus sonhos
O Céu Está Caindo
Quem tem medo de escuro?
O Outro Lado de Mim: Memórias
Beijos da ¨*Patty Literária¨* - de Luto.