Efeitos colaterais
Eu não sei por quanto tempo eu vou ter que falar sobre o PAC. Se ele der certo, por pouco, se não der, por algum. O que vocês preferem?
E tem gente que anda prevendo efeitos colaterais. Os governadores não estão satisfeitos com a queda de impostos, o que diminuirá a entrada de dinheiro nos estados, e como já tem gente sentindo a dor de cabeça que será fechar as contas no azul, o número de estados inadimplentes deve aumentar.
Tem também a mexida no FGTS, que deixou alguns em cólicas só de imaginar o risco que pode ser o Estado botar a mão no Fundo.
E o que há de acontecer no Espírito Santo com o PAC?
O filho pobre da região sudeste deve receber dinheiro para reforma da BR 101. Quando ficar pronta, uma concessionária deve ser instalada no trecho da divisa com o Rio de Janeiro até a Ponte Rio-Niterói – isso mesmo, pedágio. Além disso o porto de Vitória deve ser reformado. É, Paulo Hartung vai entrar no hall de governadores que reformaram o Porto.
A finalização do aeroporto está garantida. A capacidade deve aumentar para 2,1 milhões de passageiros por ano, além disso o PAC apresenta a criação de um novo terminal de cargas, que ao meu ver, estava fora do projeto inicial, e deve aumentar o transporte de mercadorias pelo ar.
Quanto à energia, já está em implementação a Usina Hidroelétrica Baguarí – Rio Doce. Com capacidade de 140MW, o início de suas operações está estimado para 2009. Já em relação ao gás natural, projeta-se um aumento da produção até 2010 de 18,4% milhões de metros cúbicos/ dia. Um gasoduto ligando o nordeste ao sudeste do país, passando por aqui, já está em introdução, o que facilitará o transporte do produto.
Analistas que prestam serviço a investidores estrangeiros, sempre cautelosos com a economia brasileira, acreditam que nossas terras tupiniquins ainda são um bom lugar para botar um dinheirinho. Dois fatores principais favorecem o investimento no país: a mais alta taxa de juros do mundo (mesmo com a queda progressiva da Selic) e o mercado de capitais extremamente favorável. Estes e outros fatores fazem despencar o nosso Risco País, medido pelo respeitadíssimo banco-guru JP Morgan, aumentando ainda mais o olho de quem quer botar dinheiro aqui.
O conselho é que os investimentos sejam feitos em real, a longo prazo. O que evidencia o valor que a moeda brasileira anda agregando lá fora.
Mas também há o que afugente aplicações. Não se espera que o nosso gasto público diminua, já que o governo não sinalizou muito bem como essa diminuição pode ocorrer mais intensamente, o que atrapalha as contas públicas e diminui o superávit primário.
Lembrando que o superávit primário do setor público em 2006 fechou num patamar superior a meta estabelecida, de 4,25% do PIB. O saldo positivo de 4,32% é bom, mas ainda tem como ser muito melhor.
2 comentários:
não o q seria de mim sem suas colunas esclarecendo o economês de quem pensa que explica alguma coisa sobre economia na grande mídia.
vc deixa tudo claro e sem jargões pernósticos.
obrigada.
ah, e vc é bem melhor que a Míriam Leitão.
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