quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

¨*Dica da Patty Literária¨*

Hoje a dica não é bem minha, não.
Na verdade a dica é da Aline Dias, mas eu assino em baixo com minha caneta de gel e glitter rosa choque, com certeza!
Queridos leitores, não quero que pensem que essa semana eu marquei salão mais vezes que o normal (apesar de isso não ser uma má idéia) ou passei tardes e mais tardes no shopping e não tive tempo de me dedicar a coluna mais rosa do nosso blog! Não mesmo. Porque eu deixo de fazer tudo pra escrever pra vocês - menos a unha, gente, pois é muito difícil conseguir horário numa manicure tão boa.
Mas hoje vamos ter o prazer de ler um texto da Aline!
É só saborear!


Foi uma boa aula. O humor de Gregório de Matos, por alguns minutos me fez esquecer o meu próprio mau-humor. Na verdade, eu não queria estar dando aquela aula, e queria ter tido uma boa noite de sono. Eu passei boa parte da noite chorando. Foi a primeira vez na vida que eu passei noite em claro por paixão. De fato, foi produtiva minha noite. Poemas de dor-de-cotovelo surgiram feito lágrimas. Eles brotavam aos montes pelos meus poros.
Acordei inteira graças aos poemas. Duas horas de sono pra agüentar duas horas de aula.
Meu aluno não gostava de poesia. Naquele dia, o meu desafio era maior que enfiar gramática goela a baixo de um garoto que não gosta de estudar. Eu tinha que fazê-lo perder o medo da poesia. Ataquei com Oswald Andrade e seu humor moderno, pra começar. Fui mais a fundo, o porquinho da índia de Manuel Bandeira tinha interpretações engraçadíssimas. Meu aluno começava a se interessar e eu voltei à apostila. Um texto de não-sei-qual-autor-que-estava-de-mau-com-o-mundo, ele entendeu a poesia e ainda brincou com a raiva do poeta. Joguei Gregório de Matos. A Bahia é insuperavelmente cômica na voz de Gregório. Por fim, quando ele já gostava de qualquer poesia, declamei um poema só pra mim. Dirceu falava pra Marília o que eu queria ouvir. E as minhas lágrimas da noite dançavam com Dirceu. E eu me sentia estrela, Marília bela, no poema que eu mesma lia. O cajado era meu, Dirceu tocava a sanfoninha e fazia versos; a poesia era minha. Eu era mais que musa. Eu era feito papel. Passava à frente o gosto pela poesia com gosto de poesia. E o meu mau humor foi embora feito o pasto comido pelo gado de Dirceu.
E as horas passaram, o aluno disse que aprendeu.
Cheguei em casa precisando comer Bandeira. Quero Bandeira de volta. Quero Libertinagem e Estrela da Manhã.
Foi uma boa aula, mas eu preciso dormir.

Beijinhos purpurinados da ¨*Patty Literária¨*
E obrigada pelo texto Aline! =D

3 comentários:

•.¸¸.ஐJenny Shecter disse...

E foi realmente um prazer ler o texto da Aline!!!
*tb sofro de paixonite aguda por poesia*
não escrevo poesia...
é ela quem me escreve!
quem sabe um dia tomo coragem o suficiente para, ao invés de política, postar uma poesia p vcs!!!

Simone Azevedo disse...

Adorei o texto da Aline.
De todos os textos que eu já li das Aline, esse foi o que eu mais gostei.
Talvez pq esteja tão sentimental como ele, mas enfim...
Está lindo.
Quanto ao Gregório de Mattos, gosto das poesias satíricas.
Me recuso a falar sobre Marìlia de Dirceu.Tá eu confesso. É inveja da Marília bela.Queria ser ela e ter um Dirceu tão apaixonado.
Aline, terei que comer bandeira tbm.

Aline Dias disse...

A poesia escreve a gente sim.
E pra mim, tem um efeito quase digestivo. ela vem e vai.
Eu sou só o canal.
E eu não gostava de Marília de Dirceu, até segunda feira.
Acho que existe a poesia certa pro momento certo.
Acho que todo mundo quer um dirceu.
E Bru, poste sim um poema!
Coma bandeira, respire bandeira.
Quem sabe vire a estrela da manhã?
adoro adoro eu não sei dançar.
E Irene!
E o Porquinho da ìndia!
Bandeira a gente come.

=]

Feliz que vcs gostaram!

=**