sexta-feira, 6 de abril de 2007

A Venenosa por Simone Azevedo

O horário nobre nunca esteve tão pobre

A nova novela de Gilberto Braga, Paraíso Tropical, cumpre com êxito seu papel alienante de novela medíocre das 8 que começa as 9. A enxurrada de clichês explorados exaustiva e irritantemente subestima a capacidade intelectual do telespectador brasileiro. O comportamento anacrônico dos personagens, as tramas mal elaboradas, as trapaças ridículas, as chantagens sem criatividade, os maniqueísmos, a conquista do poder e de prestigio social como metas únicas e justificativas para as mais mirabolantes armações despudoradas, a banalização do sexo, a prostituição requintada, a ausência total de ética e de romantismo nas disputas amorosas são algumas das características de Paraíso Tropical.
Além de amante do futebol, samba e carnaval, o brasileiro também é amante de novelas. Esse “vicio” é tão prejudicial quanto o vicio em drogas, álcool ou cigarros. Deveria ser apresentado depois das chamadas, uma advertência do ministério da saúde. Novela tem esse poder narcotizante: transporta as pessoas a outros mundos onde a rotina e o cansaço cedem lugar à aventura e á emoção. Mas têm também outros poderes menos salutares. A função de “escape”, oferecendo uma compensação relaxante para o crescente stress da vida moderna. E para muitos telespectadores, principalmente aqueles carentes de princípios familiares e sociais e de cultura adquirida nas escolas ou nos livros, as telenovelas respondem a suas aspirações de mobilidade social e/ ou catarse emocional. O sucesso obtido pelos personagens parece cumprir a função de compensar e aliviar carências e fracassos dos telespectadores. Além disso, as telenovelas são vistas como fonte de orientação e conselho. Creio que esse último poder seja o mais nocivo.
Outra questão que merece ser ressaltada é a que se refere a nossa péssima imagem no exterior. O turismo sexual é uma realidade vergonhosa que pode ser constatada a qualquer hora em qualquer ponto turístico do país. A forma indelicada e banalizada que Paraíso Tropical aborda do tema contribui para reforçar um falso caráter natural e corriqueiro que essa prática imunda vem assumindo a cada dia. É triste pensar que essa imagem de paraíso sexual é reforçada pela nossa prestigiada dramaturgia. Sinto-me ofendida como brasileira que sou, sabendo que as mulheres deste país são associadas a toda a sacanagem que aparece na maioria das nossas telenovelas que são exportadas aos montes.
Mas enfim, aí está mais um campeão de audiência, assinado por Gilberto Braga, sendo servido com a pompa que todas as novelas da Rede Globo merecem e com o apoio incondicional do subjornalismo das revistas de fofocas sobre celebridades, vulgaridades e futilidades.

9 comentários:

Aline Dias disse...

Eu gosto dessa novela.

Acho mó legal!

tem aquela doida que leva os filhos pra matar aula na piscina em dia de prova!

•.¸¸.ஐJenny Shecter disse...

"Não tenho paciência pra televisão
eu não sou audiência para a solidão"...

Problema facim d resolver: não assista à novela! Há tantas coisas mais interessantes para fazer...

Gaby disse...

Já saí dessa vida de assisti novela.
Não vale a pena assisitir.

•.¸¸.ஐJenny Shecter disse...

Campanha não à novela!
sim ao livro!

Anna Karla Lerbach disse...

aahhh
campanha não à novela
e sim à internet!!

Para de assistir novela e vem falar com a gente no msn! =P
uhauhua

Anônimo disse...

livre se das novelas alienantes da rede globo,assista novelas mexicanas* e seja uma pessoa LIBERTA!!!ALELUUIA! (*são o cumulo da podridão intelectual,são ridiculas assim vc não se ilude achando q ta vendo o suprassumo da cultura popular vendo as telenovelas da globo)
!!!!!!!!!arcanjo!?!!!!!!

•.¸¸.ஐJenny Shecter disse...

Enfim, NÃO A NOVELAS!!!

•.¸¸.ஐJenny Shecter disse...

Quem matou Shamylle merece ser exibido no horário nobre!!!

Simone Azevedo disse...

Concordo com a Brunella. Quem Matou Shamylle deveria ser exibido no horário nobre diariamente.
Precisamos de qualidade na TV.