quinta-feira, 26 de abril de 2007

Quero Ser Miriam Leitão, por Sylvia Ruth

Crise?

Que se exploda o caderno de economia. O negócio aqui é muito parado, e ninguém reclama, fala mal das minhas baboseiras. A não ser a Brunella, que fez uma afirmação muito pertinente no último post, e nem eu comentei.

Acho que a questão não é de jeito nenhum o quanto se produz. Mas se você pensar na possibilidade, que existe mesmo, de produtores, principalmente da bambeante agricultura familiar, deixarem de plantar o que a gente precisa comer, para plantar o que o carro precisa beber, não vai ser nada bom.

Mas voltando a minha crise, acho que vou mudar para o caderno de comportamento, que é o assunto que mais dá pano nesse blog!


O desenvolvimento que a gente não sente

Há algumas semanas, eu venho comentando o quanto a economia brasileira vai bem. Ela se sustenta num tripé: câmbio baixo e volátil, juro alto e ajuste fiscal. E tudo conspira positivamente para que o país bata recordes e mais recordes miraculosos. Vale a pena lembrar que no ano passado, a Bovespa aumentou em 50% seus negócios em relação a 2005; foram 599 bilhões de merengues tupiniquins girando.

Mas, o mesmo esquema que faz os índices pipocarem de bons, atrapalham, por outro lado, o desenvolvimento do país. Por exemplo, o dólar baixo, que faz a bolsa subir, é o mesmo que incentiva a importação e prejudica a produção nacional. Já a Selic, que anda caindo, mas continua alta, incentiva o investimento volátil, na bolsa, e não o seguro e mais agradável para o país, em empresas.

Numa analogia tosca... Lhe chamaram para pular numa lagoa. Você não conhece a lagoa, você vai preferir que ela seja mais funda, para você não correr o risco de bater com a cabeça lá no fundo e você se divirta bastante. Taxa básica de juros, também é assim, se ela é profunda, como a brasileira, de 12,50%, os investidores preferem se jogar nela, a pular numa que elas conhecem, que não vai ter o frio na barriga, do investimento em empresas.

Ou seja caros amigos, nem sempre o crescimento do mercado financeiro, como o que vivenciamos hoje, representa crescimento real. O governo, que não pode de maneira nenhuma reger a economia por si só, afinal somos capitalistas, é, muito pelo contrário, extremamente pressionado e influenciado para fazer o que é melhor para os investidores. Ganhar a ira dos que “fazem o dinheiro fluir” é que o governo não vai querer.


Chevette 92 branco
Talvez esse não seja o meu destino, caros leitores.

Depois de passar na prova de trânsito segunda-feira, meu pai me levou para ver um carro: chevette, 92, branco. Bom, eu me amarrei. Mas minha irmã acha um desperdício. Mas vem aí o carro da Renault-Nissan que custará nada mais que 5,1 mil brócolis brasileiros.

3 comentários:

Simone Azevedo disse...

Sylvia, saia dessa crise.
Se os comentários na sua coluna são escassos é porque são poucas as pessoas que se interessam ou entendem de economia pra poder opinar em alguma coisa do que você escreve.
Eu mesma, muitas vezes, fico "boiando" quando leio sua coluna. Por isso deixo de comentar.Mas isso não significa que eu não leia. Creio que, como eu, haja muitas outras pessoas nessa situação.
Ignorância econômica.

Simone Azevedo disse...

Ahh, a minha coluna é só minha.

•.¸¸.ஐJenny Shecter disse...

Sylvia, não deixe d escrever a nós, pobers ignorantes em economia q não lêem essa seção no jornal e nem sabem q Miriam Leitão existe!
Mas vc existe!
Não nos deixe!
pleeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeease