sábado, 28 de julho de 2007

A Venenosa por Simone Azevedo

O PAN do Brasil

Enquanto os jogos olímpicos Pan americanos do Rio rendem muitas medalhas de ouro para os atletas brasileiros, o Pandemônio nacional rende muito ouro, prata, bronze, cédulas, cheques e contas em paraísos fiscais para os atletas da política.
O incrível malabarista Renan Calheiros (PMDB-AL) levou o ouro e todo o dinheiro na modalidade lavagem de dinheiro e tráfico de influência. É do Brasil sil sil sil sil sil!
ACM Neto levou ouro na modalidade revezamento de curral eleitoral, na qual disputou em parceria com seu falecido avô, o atleta Toninho Malvadeza. Toninho passou a bola, digo o curral, e ACM Neto levou o ouro. É do Brasil sil sil sil sil sil!
Ouro também para Waldir Pires na modalidade péssima administração dos órgãos responsáveis pela aviação nacional. Apagão Aéreo, o caos nos aeroportos e toda a bagunça na aviação brasileira é só uma pequena mostra do histórico da carreira fabulosa desse atleta fenomenal. É do Brasil sil sil sil sil sil!
Ouro para Marta Suplicy na categoria descaso com os problemas nacionais. Ela foi a atleta que melhor revelou publicamente o seu excepcional desempenho nessa categoria com a declaração de que o segredo para sua vitória é “relaxar e gozar”. Ouro para Marta. Ela é do Brasil!
Ouro para o presidente da Anac, Milton Zuanazzi na modalidade melhor depoimento cínico dos últimos tempos do Congresso (e a concorrência é enorme! Eita disputa acirrada). O atleta afirmou que as críticas contra o seu desempenho “são injustas e desumanas”. O que são os 200 corpos de Congonhas? Ele é modesto. Atleta de talento e tão modesto! Se não bastasse a tragédia em São Paulo, há uma reportagem de Rosa Costa, de O Estado, mostrando que a Anac aceitou pedido da TAM de reduzir as sessões de treinamento dos pilotos em simulador de vôo de três modelos de Airbus - entre os quais o A320. Ouro para o Miltinho zuador. É do Brasil sil sil sil sil sil!
Na modalidade rapidez e velocidade, o ouro vai para a Polícia Federal. Ela merece! Quase oito anos depois, ela informou ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, que recursos de origem pública e privada, não declarados à Justiça Eleitoral, foram usados na campanha do hoje senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) em 1998, quando ele tentou se reeleger governador de Minas Gerais, informa a Folha. Uau! É ouro para o Brasil!
Ha ha, hu hu, o Pandemônio é nosso!
Brasil sil sil sil sil sil sil sil!

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Ave Franklin! Por BruneLLa Wyvern.

Eu preciso falar da Marta!


Há pouco mais de um mês, eu me despedi do blog por uns tempos, sem saber se eu voltaria. Confesso que me fez mais falta do que eu imaginava escrever por aqui. Mas, como já havia comunicado aos meus colegas blogueiros, disse que voltaria depois das férias da UFES. Não consegui esperar! Acontecem coisas demais neste país e eu preciso falar!

Mais um escândalo envolvendo o nosso Congresso Nacional (está virando rotina, aff)! A Operação Navalha da Polícia Federal revelou outro esquema de lavagem de dinheiro, tráfico de influência e mais alguns crimes por aí, envolvendo parlamentares e lobistas. Sobrou até para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Nunca uma pulada de cerca foi tão comentada no país! Perde apenas para a ex-secretária – e também Mônica – Monica Lewinski e o ex-presidente estadunidense Bill Clinton.

Um coleguinha do Senado, que não quis se identificar – também, pudera, olha só o que ele falou – afirmou que é raro encontrar um senador que não tenha a sua Mônica e o seu lobista. Pois é, não é? Mas que coisa essa perseguição da imprensa, da opinião pública, das pessoas que se ocupam desses assuntos – será que não tem mais o que fazer esses chatos que insistem em acompanhar a política deste país?

Perdoem-nos, digníssimos senadores! Afinal, para que tanto trabalho para ganhar uma eleição se não se pode tirar proveito disso? Os salários de parlamentares são muito baixos! (Eles deveriam fazer uma greve!) Para que se dar ao trabalho de ser senador da República se não houver umas vantagenzinhas por fora? Oh, que lástima!

Agora, descobrem que o presidente pecuarista do Senado, Calheiros vendeu bois de seus latifúndios para “fantasmas”. Que coisa não? Eu não sabia que do outro lado a galera também era chegada num churrasco! Ah, e dizem que a representação do PSOL, apresentada pela presidente do partido, Heloísa Helena, contra o senhor Calheiros não tem fundamento... É... Quem sabe?

Continuando no Congresso Nacional, dizem que sofremos uma grande perda com a morte do senador Antônio Carlos Magalhães (DEM-BA), mais conhecido na política como ACM ou, ainda, Toninho Malvadeza. Para mim, como diria a Tia Lilia, já foi tarde!

Já vieram me dizer que o Carlismo acabou na Bahia. Não sei se é bem assim não. A morte do chefe não significa a morte do bando todo. Tudo bem que a vitória do petista Jacques Wagner na eleição para governadores diz muito. Mas ainda é cedo. E não duvidem, ainda ouviremos falar muito do deputado federal ACM Neto. Até porque, ele é fonte de quase todos os repórteres da Globo que cobrem Brasília – vide os telejornais da emissora (e já deixou bem claro que adora aparecer na frente das câmeras... e da Câmara também!).

Ainda no Planalto Central, outra CPI bagunçada agita governistas e oposição. É a CPI do Apagão Aéreo, que lutou muito pra existir e ganhou força com a tragédia envolvendo o Airbus da TAM no último dia 17 de julho, que matou 199 pessoas. O caos nos aeroportos, o descaso com o passageiros, a péssima administração dos órgão responsáveis pela aviação nacional levaram o presidente Lula a trocar de Ministro da Defesa. Sai Waldir Pires, entra Nelson Jobim com carta branca do presidente para resolver a crise aérea. Nunca antes na história deste país tivemos tanta confusão nos céus tupiniquins (Perdoem-me a paráfrase, não resisti!). O comando da Aeronáutica gostou da troca. Elogiaram o fato de Jobim ser mais “jovem e firme”. Vamos ver no que isso vai dar! Pior do que já está... Melhor não completar o ditado.

Muito bem, a parte política acaba aqui, mas o texto ainda não. Isso porque eu preciso falar da Marta! Não pensem me refiro à Ministra do Turismo, Marta Suplicy. Pelo que me consta, ela deve estar relaxando e gozando em algum lugar do país. Enfim, EU PRECISO FALAR DA MARTA, CAMISA 10 DA SELEÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL FEMININO.

Não sei se todos sabem, mas eu cresci no mundo do futebol! Isso graças às boas influências do meu pai, comentarista esportivo da Rádio Difusora de Colatina, desde quando eu sequer fazia parte de seus sonhos mais remotos de um futuro. O que eu quero dizer é que meu pai sabe tudo sim de futebol. E eu, a filha mais velha, fui aprendendo, fui gostando de ir ao estádio, daí a pouco já gostava de comentar também. Para gostar de entender e de jogar futebol foi um passinho!

E eu, que além de futebol, sou apaixonada pelo esporte, não posso estar mais deslumbrada, encantada, hipnotizada com essa seleção feminina de futebol que, em plena quinta-feira LOTOU o Maracanã!

AHA, UHU O MARACA É DELAS! (Visualizem esta colunista que vos escreve gritando, pulando, realizando os passinhos da coreografia da torcida nas arquibancadas). O MARACA TEM UMA RAINHA! O MARACA É DA MARTA!

Escuto muitos dizendo que o futebol arte é raridade hoje, que está quase morto, salvo um ou outro jogador. MENTIRA! Quem diz isso é porque nunca viu a seleção feminina jogar! Elas marcam também, tem fome de bola, como os homens. Mas o talento, os toques certeiros, os dribles, a graciosidade ao jogar isso só as meninas têm! ELAS FAZEM ARTE COM A BOLA NOS PÉS!!! Ah, como é lindo ver as meninas jogar! Não existem palavras para escrever sobre o que é ver a Marta jogar! APAIXONANTE!

Nenhuma medalha de ouro do Brasil nesses jogos Pan-Americanos terá tanto mérito quanto a das meninas do futebol. 33 Gols em seis jogos e nenhum gol sofrido. Isso é inédito! São 18 guerreiras que carregam nas costas o peso de representar a pátria das chuteiras, mas sem a décima parte do apoio e da estrutura que o futebol masculino têm. As que jogam no exterior têm emprego garantido uma temporada inteira, podem viver do futebol. Mas as que estão no Brasil, precisam sobreviver de outras formas enquanto não tem um campeonato para disputar. ISSO É UMA VERGONHA!

Já está mais do que na hora da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) investir no futebol feminino. E isso desde as categorias de base. É inegável a contribuição do esporte para formar cidadãos, para dar oportunidade de integração e ascensão social. Quantos meninos saem das favelas, saem de famílias pobres e mudam de vida jogando futebol? Por que as meninas não podem ter a mesma oportunidade?

E se alguém ainda vier me dizer que o futebol feminino não tem público n o Brasil é melhor nem chegar perto, ou não respondo por mim! Que espetáculo aconteceu nos gramados do Maracanã! Que espetáculo deram as meninas em campo! Que espetáculo deu a torcida nas arquibancadas! Eu chorei! Mas é impossível não se emocionar vendo Marta e cia. jogando!

Que fique o exemplo delas. Que fique o fair play do jogo feminino. Que fique a beleza, a graça. Que fique o indiscutível talento que as jogadoras de futebol feminino têm!

MARTA, MAJESTADE MARTA, NÃO EXISTEM PALAVRAS QUE POSSAM SER DEDICADAS A VOCÊ!

MAGNÍFICA, PARA DIZER O MÍNIMO!

MUITO OBRIGADA PELO SHOW!

**reverência**

PARABÉNS A TODAS AS GUERREIRAS ATLETAS DO BRASIL!

Quanto aos políticos... Ainda falaremos muito deles por aqui!

Até a próxima!

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Quero Ser Miriam Leitão, por Sylvia Ruth

E as férias, como vão?

Sempre gostei de propagandas bem elaboradas, principalmente as que zoam alguém, alguma coisa, enfim. Me amarrei naquela da Peugeot do “relaxa e compra”, inclusive comentei sobre ela no meu blog pessoal, depois fiquei sabendo que ela foi bruscamente tirada do ar.

Agora a Fiat italiana fez uma propaganda para não deixar dúvidas sobre quão espaçoso é o teto solar do SkyWindow do carro Stilo (vide foto). Bacana...


Vamos falar sobre dinheiro?

Não, não sobre o DVD da Vanessa da Mata que descolou R$900 milhões do Ministério da Cultura. Ainda assim, se fosse o da Wanessa Camargo eu ficaria mais chateada.


Balançou

A Bovespa vinha caminhando bem nas últimas semanas, mas o resultado dos negócios imobiliários nos Estados Unidos fez o 3,86 pontos percentuais negativos de ontem dar algum brilho ao caderno de economia que andava por demais “econômico” nos últimos tempos por causa dos Jogos Pan-americanos e do Acidente da Tam.

Hoje a Bolsa flutuou, e terminou com alta de 0,37%. E as coisas devem terminar a semana desse jeito.


Importa

A balança comercial do setor elétrico e eletrônico registra um déficit de US$ 6,37 bi nos primeiros seis meses deste ano, o resultado do ano passado, 26% inferior, foi de 5,05 bilhões de dólares ianques.

Por causa do famigerado antagonista do real (como diria o Túlio), as importações cresceram nada mais nada menos que 14,1% em relação ao mesmo período do ano passado, o que representa US$ 10,79 bi, enquanto as exportações cresceram raquíticos 0,3%, ou 4,42 bilhões da moeda verde.

Os dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), indicam que o celular continua sendo o produto que mais pesa a favor das exportações. Com a venda de 985 milhões de brócolis estadunidenses, os celulares se dão o luxo de cair 25% no faturamento em relação ao ano passado, sem perder a primeira posição.

Já do outro lado, são os semicondutores os mais importados. Cresceram 60% em vendas em relação a 2006 e somaram 2,7 bilhões de merengues made in usa.


O que são semicondutores?

Abre qualquer aparelho eletrônico e olha lá dentro. A maior parte das coisas ali são semicondutores.


E por hoje chega.

Pra quem anda meio fora de órbita, a matrícula pra este semestre começou hoje e termina terça-feira, dia 31.

sábado, 21 de julho de 2007

O dia do Leitor Por Brunella Wyvern®

Uma poesia com conteúdo, eu diria...Influências da Isolina por aqui... E VIVA O MODERNISMO!!!
Made in Brazil
De uma paulicéia desvairadaum
grito de ruptura
ecoou na arte brasileira.
Escritos à tinta da galhofa oswaldiana
dois manifestos chocaram a sociedade
tradicionalista do parnasianismo.
Os modernistas foram ridicularizado
seram os palhaços da arte nacional
“Tupi or not Tupi?” This was the question!
“Deixar de ser tabu e virar totem!”
As pinceladas de Tarsila transpirando a brasilidade
modulada nos versos de Drummon
deram uma pedra no meio do caminho.
Aquilo não podia ser arte, diziam os acadêmicos!
A ironia, a irreverência, o humor, porém,
chegaram e abalaram as estruturas.
Após toda a euforia do primeiro momento, todavia,
veio a repressão! Com a ditadura varguista, a censura...
E os artistas viraram denuncistas!
A antropofagia cedia às questões sociais
não era possível rir na tortura:
o “sordado” já chegava descendo o cassete
e não adiantava nem pedir “peredoa”!
O Brasil conheceu o Nordeste da seca
e seus muitos Fabianos
Amado e seus capitães da areia foram proibidos
eram subversivos.
Ninguém podia enxergar a realidade
ou corria-se o risco de revoltar-se!
Mas nem tudo era censurado,
podia-se ler Gabriela
a primeira ninfeta puramente tupiniquim!
Afinal, o modernismo também agradava ao ditador.
De repente, uma bomba lançada, um aviso:
a Segunda Guerra estremece o país!
A verdade é que NÃO queremos Vargas
e na eufórica vitória da democracia,
Getúlio também é abatido.
No mundo da literatura, o país elege o seu poetinha:
Vinícius! Cujo nome já inspira melodia.
E na efemeridade de Cecília,
encontramos toda sensibilidade feminina
em versosenevoadasdelures.
E fabricamos assim a arte Pau-Brasil,
tipo exportação!
BruneLLa Wyvern®
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Hoje o dia do leitor foi da nossa saudosíssima ex-colunista de política, BruneLLa Wyvern. Semana que vem pode ser você, é só escrever para r.arcanjo88@gmail.com.

A Venenosa por Simone Azevedo

“Ser ou não ser” não é a questão

Ele foi levado a uma clínica para loucos. Ele era tratado como louco. Ele era louco? Ele pensava que era Don Juan. Vestia uma fantasia de um espanhol do século XVII. Usava uma máscara preta no rosto. Com ela escondia sua vergonha. Era sedutor, galante, conquistador. Amava todas as mulheres. Ele era apenas um garoto. 21 anos. Ele era jovem, cheio de vida. Expectativas, desejos, descobertas, dúvidas, temores e desafios típicos de um garoto de 21 anos. Ele tinha um mundo paralelo. Ele vivia uma realidade diferente da que cercava as pessoas que o cercavam. Vivia o seu mundo. A sua realidade. Mulheres prometidas. Amantes abandonadas. Uma amada a sua espera. Uma ilha deserta. Ele acreditava em tudo que dizia, em tudo que fazia. Ele era, de fato, Don Juan?
Uma menina preste a completar 15 anos. Sofia Amundsen. Uma adolescente como qualquer outra. Com todas as ansiedades, as curiosidades, as dúvidas, os temores e os desafios típicos de uma menina de quase 15 anos. Uma casa. Uma família. Uma vida acadêmica. Uma vida! Um professor de filosofia misterioso. Aulas ministradas a distância. Cartas que aparecem do nada na sua caixa de correio. Cartões postais que surgem como num passe de mágica em cadernos, portas e cascas de banana. Um espelho mágico. Um portal para outra dimensão? Chapeuzinho Vermelho e serpentes marinhas. Urso de pelúcia e cachorro falantes. Acontecimentos inexplicáveis que transformam sua rotina em um turbilhão de descobertas. Crise de identidade. Ela sentia tudo que vivia. Ela vivia. Ela era, de fato, Sofia Amundsen?
Uma mulher. Talvez uma menina ainda. Amigos, faculdade, namoros, festas, livros, lágrimas, sorrisos... Uma vida! Ana. Expectativas, desejos, descobertas, transformações, dúvidas, temores e desafios típicos de uma mulher de 21 anos. Uma mulher como qualquer outra. Uma vida! Fantasias racionalmente inconcebíveis. Sonhos surreais. Desejos que ultrapassam todos os limites da razão. Mundos e vidas paralelas. Duplas, triplas personalidades. Anjos e demônios. Luz e trevas. Amor e ódio. Realidade(s)? Ela acreditava em tudo que vivia, em tudo que fazia, em tudo que queria. Ela era, de fato, Ana?
Para Descartes o Eu pensante é mais real do que o Eu físico. “Penso, logo existo”, disse ele. Mas se existo, sou mesmo que o penso que sou? Meu Eu pensante e meu Eu físico são a mesma coisa? Se Eu sei que sou, o que sou?

“...porque somos o coelhinho que é retirado do fundo da cartola do universo...”


*Inspirado no filme Don Juan de Marco, no livro O Mundo de Sofia, e em Ana.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Quero Ser Miriam Leitão, por Sylvia Ruth

A imagem “http://g1.globo.com/Noticias/Fotos/foto/0,,11175571-EX,00.jpg” contém erros e não pode ser exibida.

Pode ter sido o maior acidente aéreo do país, mas pior é que parece ter sido a maior burrice aérea do país.


Como estamos?

Gostaria de justificar a não atualização desta coluna na semana passada. O Big Brother, digo... Blogger não funcionou. Paciência, né.


Pan Pan Pan...

Não, é sobre os jogos que eu vou falar, é aquela musiquinha da vitória mesmo.

Nem valeu a pena apostar. Qualquer economista de meia tigela sabia que a taxa básica de juros cairia de 12 para 11,5%. Novamente, o dólar baixo e a inflação nos eixos fizeram o pessoal lá de cima reduzir mais meio ponto percentual a Selic.

É agora que toca a musiquinha da vitória.

Com essa redução, a terra do bolo de aipim não precisa mais se orgulhar do primeiro lugar no ranking mundial dos países com maior juro real. Pode comemorar, que essa prata vale ouro, se é que vocês me entendem.

Juro real é a diferença entre a taxa básica de juros e a inflação. Hoje, o Brasil tem 7,7% contra 8,2% da... Turquia: essa é a nova campeã.

Para muitos, a comemoração vai muito além disso. Com a queda dos juros, cai também a desvalorização do dólar frente ao real. A conta é simples: o dólar cai porque tem muito dólar entrando pelos investidores seduzidos pelos juros (até ontem os mais altos do globo), com a queda desses atraentes juros, cai também o volume de investidores e conseqüentemente de dólares no Brasil, o que, pela antiga lei da oferta e da procura, faz aumentar o preço do combustível verde norte-americano.

Aí ganham também as exportações, que com o aumento do preço do dólar e a conseqüente desvalorização do real, passam a ser mais atraentes.

O ruim?


Há quanto tempo você não passa numa loja de R$ 1,99?

Minha mãe me cantou esta.

Meu amigo, se faz tempo que você não passa numa loja de R$ 1,99, está na hora de passar, porque a partir do mês que vem, ela pode não estar tão recheada como está hoje.

As lojas de R$ 1,99 viraram sensação na época do início do Plano Real (o frango também), quando 1 real custava – ou quase – 1 dólar e aí aqueles “artigos importados made in Taiwan” custavam baratinho. Quando o dólar subiu, este “mercado popular” que enche as casas de classe média perdeu força, mas continuou por aí, inclusive aproveitando as eventuais quedas da moeda estadunidense.

Pois bem. Nos últimos meses, com a expressiva, inquestionável e avassaladora queda do dólar, elas voltaram com tudo. Estão lindas, pode apostar.

Então, respondendo à pergunta do bloco de cima, o ruim é que logo isso pode mudar. Corre lá e aproveita.

Tá vendo, Jota-i também é prestação de serviço. Ah tá, ninguém supera a “prestação de serviço” da Venenosa, ouvi dizer que os conselhos dela salvam vidas” ;P

sábado, 14 de julho de 2007

A Venenosa por Simone Azevedo

Rolos, chifres e papel higiênico

“Conheci um cara semana passada. Ele era perfeito. Doce, sedutor e atencioso. Olhava-me como se eu fosse a mulher mais maravilhosa do mundo. E o jeito como ele me fazia promessas e juras de amor eram tão convincentes que eu me senti verdadeiramente amada. Ele conheceu meus pais. Eles o adoraram. ‘Maurício parece ser um ótimo rapaz, minha filha’, disseram-me. Meus amigos o adoraram. Sua simpatia conquistou a todos. Ele me conquistou. Falava-me de seus relacionamentos anteriores e me fazia acreditar que eu era a mulher que ele sempre procurou. ‘Nascemos um para o outro’, disse ele.
Uma bela manhã acordei pensando nele. Era só o que eu fazia depois de conhecê-lo. Telefonei. Ele estava estranho. Frio. Distante. Disse que precisávamos conversar. Nos encontramos. ‘Olha só, Ana, o problema não é com você, é comigo. Acho melhor darmos um tempo. Nós nos precipitamos e confundimos as coisas. Te cuida’, foi o que conversamos.
Meu mundo caiu. Como pode? Suas promessas eram tão sinceras, seu olhar era tão apaixonado. Seus beijos eram tão meus. Ainda estou zonza e não acredito nas coisas que ouvi. Parece até que ele sofre de dupla personalidade. Foi horrível!”
Ana, 21 anos, estudante.

Ana foi apenas mais uma vitima de um chifrofóbico.
Chifrofobia é um distúrbio comportamental desencadeado por um grande histórico de desilusões amorosas seguidas de chifres, corneações, enganações e abandonos. É caracterizado por um intenso pânico e ojeriza a relacionamentos duradouros.
Conheça como age esse “tipo” muito comum de malandro para não cair na lábia dele.
1) Se apaixonam e desapaixonam com a velocidade da luz;
2) São sedutores. Fazem a vítima se sentir a única mulher da vida deles. Para isso fazem todo tipo de promessas que a imaginação permite. Inicialmente, estimulados pelo calor do momento, chegam a até a acreditar nas promessas que fazem;
3) São doces e conquistam seus pais e seus amigos;
4) São inseguros e parecem querer provas de amor a todo o momento;
5) Jogam o fracasso dos relacionamentos anteriores na sua cara para cobrar carinho e atenção;
6) Fazem você se apaixonar perdidamente e depois te abandonam com uma mão na frente e a outra atrás com justificativas absurdas e desmioladas: “O problema não é com você”, “ Nós nos confundimos”, “Foi muito bom ficar com você, mas preciso de um tempo pra mim”, Etc.
7) Esquecem-se facilmente das promessas e juras de amor feitas;
8) Acham que você e ele devem continuar amigos como se nada tivesse acontecido;
9) Dias depois esfregam outra na sua cara provando que você só foi apenas mais uma a entrar para a coleção.

Glossário de um chifrofóbico
1) “O problema não é com você” = “não estou interessado em você porque o problema é com você”
2) “Nós nos confundimos. Não era bem assim...” = “enjoei de você”
3) “Foi muito bom ficar com você, mas preciso de um tempo para mim” = “enjoei de você”
4) “Gosto de você, mas não está dando mais certo” = “enjoei de você”
5) “Melhor a gente ser só amigo” = “não estou interessado em você”
6) “Melhor terminarmos, mas não quero perder a sua amizade” = “enjoei de você, mas não faça escândalo”
7) “Foi muito bom ficar com você, mas...” = “enjoei de você”
8) “Estou confuso. Não quero me prender a ninguém nesse momento” = “não estou interessado em você”
9) “Te cuida. A gente se vê por aí” = “enjoei de você, não estou mais interessado em você e não vou te procurar”.
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O papel higiênico é para você, vítima de um ou mais chifrofóbicos, enxugar as lágrimas. É quase impossível não cair na lábia dele.

sábado, 7 de julho de 2007

O dia do Leitor por Marlon Bernardo

Análise do videoclipe Breaking the Law, Judas Priest.

Esse é um videoclipe de 1980, que traz uma das bandas precursoras do Heavy Metal melódico, o Judas Priest, tocando o hino do metal.
Breaking the Law encarna a mensagem do rock. Uma rebeldia frente ao ostracismo e estagnação das pessoas em relação às situações impostas por uma “força controladora maior”, como por exemplo dogmas morais ou estatutos de um bem-viver(no sentido de um falso moralismo).
O vídeo, então, começa dando um panorama de toda a situação que precede a ação. Sem perder uma das principais características da televisão, ele constrói essa narrativa de forma não linear, passando de uma cena a outra em cortes que são perceptíveis. Nesses cortes, privilegiando sempre os planos fechados, ele mostra pessoas em sua rotina, sem nenhuma capacidade de questionar nada, e mostra a angústia do líder da banda com tudo isso. Ele é filmado dentro de um carro, com o vento batendo nos cabelos, e as idéias e questionamentos a fluir.
É quando chega no momento que a música cresce, e ele com os outros integrantes da banda se encontram na entrada de um banco, partindo em atitude de ataque.
Nessa hora, surge pela primeira vez a mensagem da música, “quebrando as regras”.
Nesse momento, a atuação deles é ressaltada e forte, e os cortes da edição seguem o ritmo dos riffs das guitarras e as quebradas cadenciadas da bateria, que reforçam a idéia de que eles estão passando uma mensagem de ordem libertária, de protesto.
Na sequência, enquanto a letra continua discorrendo, eles adentram num cofre e contemplam sua recompensa, e a tomam. Simultâneo a esses planos, em cortes que permitem uma idéia de mesmo tempo, o vigia, que aparecera no início dormindo, percebe a situação, mas antes que ele reaja, é afetado pela música e há a “salvação” dele. Ele se liberta e num ato de rebeldia, nem liga para o roubo. Simplesmente passa a exclamar as palavras que não saem de sua mente.
Numa das últimas cenas, quando eles estão saindo de dentro do cofre, uma câmera os pega de cima, dando uma clara noção que era a visão dos dominadores. É gritada a frase “You don’t know what it’s like”(vocês nem sabem o que é).
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Hoje o dia do leitor foi do Marlon. Semana que vem pode ser você, é sou escrever para r.arcanjo88@gmail.com.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Quero ser Miriam Leitão, por Sylvia Ruth

Bill Gates já era

Clarissa me comentou que Bill Gates já não era mais o homem mais rico do mundo. Falei semana passada sobre milionários, e hoje cá está o fulano quem nem milionário é, é sim Bilionário – e muito bilionário. O nome dele é Carlos Slim Helú, tem 67,8 bi de dólares americanos no bolso (8 bilhões a mais que o cara da Microsoft) e discurso de cooperação pela América Latina na boca.

Aos 15 anos de idade o ainda rapaz, mas já afortunado, tinha 44 ações do Banco Nacional do México (Banamex) – estou quatro anos atrasada. Hoje ele pastoreia as empresas mexicanas América Móvil (móvel, logicamente) e a Telmex (fixa), a primeira controla a Claro e a segunda a Embratel, além disso tem alguma participação na rede de tevê a cabo Net.

No México, as fundações das empresas do cara investem em restauração de prédios coloniais do centro histórico da capital; pagam fiança de presos que cometeram crimes leves para evitar que fiquem anos na cadeia, aguardando que o sistema judiciário lento resolva seus problemas; têm programas de nutrição para crianças que vivem nas regiões mais pobres e cobrem as despesas cirúrgicas de pessoas de zonas rurais do México.

Especula-se que aqui no Brasil ele vá investir alguns níqueis em infra-estrutura e saneamento básico. Se ele tiver dificuldade em gastar essa merreca aí, pode aparecer na minha casa pra trocar umas idéias.

Irônico é que hoje faz dez anos que o ex-homem mais rico do mundo (ou seria homem ex-mais rico do mundo?) apareceu pela primeira vez como o homem mais rico do mundo. Pra você sentir a diferença, naquele ano, 1995, ele tinha apenas 12,9 bilhões de dólares ianques.

Veja a matéria do Fantástico aqui


Mais alguma coisa sobre o dólar

Até o fechamento desta edição (chiquérrimo isso), o dólar estava em alta de 0,10%, cotado a R$ 1,909 devido ao 4 de julho nos EUA. O fato é que duas coisas fizeram o dinheiro verde que move o mundo descer ladeira a baixo: déficits nas contas estadunidenses e a valorização da moeda verde e amarela em relação a outras moedas, principalmente – mas não unicamente – as dos países emergentes, que aliás também se valorizaram em relação ao dólar.

Sobre se o dólar baixo é bom ou ruim, a gente já ouviu muita coisa. No fim, fico com as sábias palavras de Joelmir Beting: “os perdedores fazem barulho e os ganhadores mudam de assunto”.

Achei um infográfico bem ilustrativo pra vocês sacarem quem são os perdedores e os ganhadores nessa briga de foice.


Só pra acabar

Me diz o que os coreanos estão fazendo comemorando o dia da independência dos Estados Unidos? (a última foto)

domingo, 1 de julho de 2007

Dia do Leitor. Hoje por BruneLLa Wyvern (voltando em seus tempos de Ginger Spice!)

AS SPICE GIRLS ESTÃO DE VOLTA PARA SACUDIR O MUNDO POP

De volta aos shortinhos, aos tênis de plataforma, às botas poderosas, ao jeito Spice Girl de ser! As garotas mais apimentadas do planeta estão juntas novamente!

Após meses e meses de espera, de idas e vindas de verdades e mentiras, finalmente podemos ver as Spice Girls reunidas novamente! Desta vez com uma mega turnê mundial nas costas e muita pimenta na bagagem. Victoria Beckham, Melanie Chisholm, Geri Halliwell, Emma Bunton e Melanie Brown anunciaram quinta-feira, 28 de junho, em Londres, o reencontro do grupo para uma turnê mundial, que começará em Los Angeles, Estados Unidos, em dezembro e o Brasil, em cidade ainda não definida.

As Spice Girls se encontraram no Royal Observatory, em Londres, para confirmar a turnê de retorno do grupo. O anúncio foi feito pelo grupo em entrevista coletiva no estádio londrino O2, que contou com a presença das cinco integrantes. O quinteto andou de mãos dadas pelas ruas de Greenwich, no centro de Londres, e ainda foi fotografado segurando bandeiras de vários países.

As Spice já têm até mesmo uma nova canção, chamada Woman, segundo a revista People. A música foi escrita em 1999, depois de Geri Halliwell ter abandonado o grupo. A letra foi reformulada e as garotas garantem que vão fazer uma balada para as pistas. É aguardar e conferir. Além do single, o grupo deve lançar em novembro a edição de uma coletânea com os maiores sucessos.

Segundo o Bloomberg, o grupo EMI enviou press releases anunciando que o greatest hits das Spice Girls será lançado em novembro. Tony Wadsworth, representante da EMI Music U.K., disse no material: “As Spice Girls foram um fenômeno único de grande importância da música britânica para o mundo. É ótimo tê-las de volta”. O grupo também planeja em fazer seu primeiro documentário a ser exibido na TV, coincidindo com o lançamento do álbum. “Será a historia mais honesta que você já ouviu”, disse Geri Halliwell. “Você verá o lado negro das Spice Girls, as lágrimas”, complementou a cantora.

E segundo o The Times, além da turnê mundial as Spice Girls confirmaram também planos em fazer um documentário, para ser exibido em Dezembro. A produção será dirigida por Bob Smeaton, o mesmo diretor da antologia dos Beatles.



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Hoje o dia do leitor foi da nossa saudosíssima ex-colunista de política, BruneLLa Wyvern, revivendo seus 12 anos de idade. Semana que vem pode ser você, é só escrever para r.arcanjo88@gmail.com.