domingo, 6 de maio de 2007

Ave Franklin! Por BruneLLa Wyvern.

Como a entrevista que fiz está relacionada ao texto da semana anterior, resolvi publicá-la aqui.
Não sou a Patty Literária, mas quero recomendar que todos leiam "
Elas Contam". O livro é fantástico!!! Se na livraria mais perto da sua casa não tiver, podem encontrá-lo no site: www.elascontam.com.br
Leiam leiam leiam! Permitam-se encontrar não só com o texto da Lavínia, mas com o livro todo, desde a capa! Vale a pena!!!
Só para reforçar o discurso: RESPEITO ÀS DIFEREÇAS!
Fiquem com a entrevista!


"Lesbian is beautiful"

Livro reúne coletânea de contos de mulheres que amam outras mulheres

O projeto é ousado: 15 escritoras lésbias de diferentes lugares do Brasil reunidas num mesmo livro. Em conversas casuais, pelo MSN, a doutoranda em Literatura Comparada – pesquisadora de literatura homoerótica, especialmente a feminina – na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Lúcia Facco viu se delineando o projeto literário que resultou no livro Elas Contam, lançado em novembro de 2006. “Tive a certeza de que não só (lesbian) is beautiful, mas é farto, talentoso, corajoso e produtivo. (...) Elas contam. Contam seus desejos lésbicos, por tanto tempo silenciados. Contam como seres humanos importantes, talentosos, representativos de uma grande parte da humanidade”, escreve a pesquisadora na apresentação do livro.

A literatura lésbica feita por mulheres é recente, salvo raras exceções. Por séculos, o amor entre mulheres foi descrito e escrito por homens. Seus textos apresentavam medos e fantasias masculinas, fetichizando o amor lésbico.

Para falar mais sobre o livro Elas Contam e a literatura homoerótica feminina, convidamos a escritora Lavínia Motta. Ela é a escritora mais jovem das 15 presentes no livro. Lavínia, 22 anos, natural de Colatina – ES, é pós-graduanda em Direito Público pelo Centro Universitário do Espírito Santo (UNESC). Seus primeiros textos – “Carol e Luisa: almas gêmeas?” e “Desencontros”, este em co-autoria com Mariana Cortez – foram publicados no site glsplanet. “A semântica dos sinônimos” é o conto de Lavínia Motta publicado em Elas Contam, o primeiro de forma impressa. Confira agora a nossa entrevista.


Jornalismo Incompetente - Quando você começou a escrever literatura lésbica? Como foi a sua primeira experiência?

Lavínia Motta - Comecei no começo de 2005, por pura necessidade de expressar certos sentimentos. Tem sido uma experiência ótima porque alivia minha cabeça, como se certas angústias ficassem pressas no papel. Uma verdadeira sessão de descarrego.

BW - Você já conhecia o site glsplanet antes de postar seus textos lá? Por que escolheu aquele espaço para publicar seus textos?

LM - Conheci “futucando” a Internet. Comecei a ler os contos lá publicados, fiz amizades com as autoras que mais gostava e um dia resolvi escrever também. E foi como um ciclo porque a partir do momento que comecei a escrever, fiz novas amizades. Interessante também são as críticas (positivas e negativas) que recebemos.

JI - Foi difícil decidir encarar os olhares dos leitores sobre o que estava escrevendo? Já sofreu algum preconceito por parte de algum leitor ou escritor?

LM - Por eu escrever em um site propriamente gay, o preconceito homofóbico não rola. O que já aconteceu foram leitoras criticando a minha forma de escrever, pois esperavam um romance a la “Júlia”, “Sabrina” e afins. Nada contra quem gosta de ler ou escrever neste estilo, mas eu não curto este tipo de literatura.

JI - Quem a convidou para escrever no Elas Contam?

LM - Quem me convidou foi a Hanna-K, uma grande escritora e amiga muito especial. Houve uma seleção e ela me sugeriu escrever algo para concorrer. Acabei sendo selecionada.

JI - O seu conto no livro, A semântica dos sinônimos, foi descrito na apresentação do livro como “o amor que se basta”. Você concorda com isso? Fale-nos sobre o seu conto.

LM - Sim, porque a Nádia bastava o amor do marido e da filha. Ela não busca amor em seu envolvimento com Teresa, uma ex-aluna. O que ela deseja é uma paixão, algo carnal que atende suas necessidades sexuais. O amor já era bastante em sua vida, mas faltava uma pitada de paixão...

Geralmente, quando há um relacionamento heterossexual nos contos lésbicos, a tendência é que a heroína abandone o homem para ficar com uma mulher que amam. Eu quis dar uma nova versão. Nádia não precisou largar o marido para viver sua paixão com Teresa, porque ela o amava. Contudo, Teresa foi além da paixão. Nádia não é uma heroína, muito menos uma vilã, mas só uma mulher bissexual cujas necessidades vão além de um casamento seguro (mesmo que cansativo, às vezes), de amor certo.

JI - O que a inspirou a escrever a história de Nádia e Teresa?

LM - Sempre busco inspiração no cotidiano. Pode parecer uma resposta clichê, mas é no cotidiano que busco os elementos essenciais de cada personagem, a imaginação entra para dar um ou outro toque na personalidade delas.

JI - Como foi a experiência de participar do Elas Contam? O isso significou para a carreira da Lavínia?

LM - Participar da coletânea “Elas Contam” foi maravilhoso. Certamente fiquei estimulada a escrever mais. Muito bom abrir o livro e ver o próprio nome no meio de autoras excelentes, melhor ainda é poder participar dos lançamentos e ver as pessoas entusiasmadas com a leitura.

JI - Você tem algum outro projeto em vista?

LM - Sim, mas ainda é cedo para comentar. Por enquanto está só na mente.

JI - O que você tem a dizer para outras escritoras lésbicas que ainda não saíram do armário?

LM - Bem, se elas têm vontade de escrever, que procurem os lugares certos. Além do glsplanet há outros sites que fazem esse tipo de publicação, como o Fator X. Há também os blogs. O importante é se informar primeiro, ver onde se sentem confortáveis para deixar um texto. Vasculhar os sites e blogs, conhecer outras autoras também é algo que nos anima mais a escrever.

16 comentários:

Simone Azevedo disse...

Entrevista fantástica!
muito legal essa verdadeira guerra que vc está declarando contra o preconceito. primeiro com o texto da semana passada e agora com essa entrevista tão interessante.
eu fiquei muito curiosa para ler esse livro. nunca li nenhum conto lésbico.
Brunella arrasando!
Respeito ás diferenças!

Arasou!
Detonou!
Arrebentou!

Avê Bru!
Avê literatura lésbica!

Simone Azevedo disse...

Me empresta o livro, Brunella.
Eu sei que você tem!

Anônimo disse...

Bru, minha linda!
Amei demais participar da entrevista. Só tenho que lhe agradecer por esta oportunidade de divulgar um projeto maravilhoso como o "Elas Contam".
Você, minha amiga, tem uma alma iluminada pelo senso de justiça!
Te adoro demais!
Bjs,
Lavínia!

•.¸¸.ஐJenny Shecter disse...

Eu empresto o livro Simone!
Mas você sabe das condições, né?!
Muito cuidado com ele! Ainda mais esse, que é tão especial!
Levo pra você amanhã!

•.¸¸.ஐJenny Shecter disse...

Lavínia, amiga, eu que agradeço a paciência que você teve e a disponibilidade em responder minhas perguntas!
Você sabe que eu te amo muito!!!
Obrigada, obrigada, obrigada!
Beijos

Simone Azevedo disse...

Valeu Bru!

Avê Lavínia!

Gaby disse...

Em uma palavra: fantástica.
adorei.

Respeito total as diferenças.

Anônimo disse...

Valeu Simone!
=]

Danieli Hautequest disse...

Parabéns à Brunella pela iniciativa da entrevista e sensibilidade quanto ao tema. E Lavínia, como sempre uma simpatia, não?

Roberta Duarte disse...

simplesmente foradaaaaaaaaaaaaaaça a entrevista...concordo c/ o q a simone disse....ta declarada a guerra contra o preconceito
apoiadíssima bru!!!

•.¸¸.ஐJenny Shecter disse...

Então, que esteja declarada a guerra contra o preconceito!!!
Sendo sincera, não foi pensada essa 'declaração de guerra', mas como ela surgiu a partir do texto que aqui postei e ganhou força com esta entrevista, assumo a minha responsabilidade!
RESPEITO ÀS DIFERENÇAS! SEMPRE!

Danieli, obrigada por sua visita e seu comentário.
E sim, Lavínia é alguém que sempre se quer estar perto! Ela é uma DIVA!!!
=D

Betaaaaaaaa, valeu pelo apoio!!! O que seria d emim não fossem AS BERNADETTES???

Carol Esser disse...

Bru.....
parabéns pela entrevista...
Essa sua convicção em tentar combater o preconceito homofóbico deveria ser seguido por todos.
Parabéns pela iniciativa.
bjus

•.¸¸.ஐJenny Shecter disse...

Valeu, mana!!!
Quem sabe, um dia, a gente não consegue o respeito de todos???
=]

Rafael Arcanjo Jr. disse...

já pode substituir a Marilha Gabriela

•.¸¸.ஐJenny Shecter disse...

o.O Marília Gabriela??????????
vamos com mais calma...

Simone Azevedo disse...

Terminei de ler o livro.
Simplesmente fantástico!!!!!