quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Quero Ser Miriam Leitão, por Sylvia Ruth

Quem salvará a classe média?

É uma pena que, novamente, seja a classe média a única a pagar de verdade por uma inquestionável distorção da igualdade social e étnica dentro das instituições públicas de ensino federal.

“Um aspecto ideológico comum a qualquer classe média é a idéia de que os filhos possam ter uma vida melhor que seus pais. Essa esperança de que o futuro possa ser melhor que o presente ou o passado - em um contexto histórico que o sujeito avalia - é considerada por alguns autores a sua principal marca.”

Wikipedia

Na maior parte da famigerada classe dos que não são nem ricos nem pobres, quando o filho chega no 3º ano do ensino médio, a família se espreme, mas coloca o adolescente numa escola particular, a mais cara, se for possível, por que “preço”, nessas bandas, é praticamente sinônimo de “qualidade”, que neste sentido, logicamente, é diretamente proporcional ao número de aprovados no último vestibular federal.

Daí, chovem responsabilidades para o infeliz. Aquela coisa toda que todo mundo conhece. A maior parte não saber o que é, muito menos o que quer ser, mas só porque está concluindo o ensino médio, TEM que fazer uma faculdade, “ser alguém”, essas coisas.

Imagino que também na classe abaixo da média, a maioria dos alunos da rede pública não saibam quem são, muito menos o que querem ser, mas a questão crucial é que, os poucos que chegam vitoriosamente ao 3º ano do ensino médio, não têm quase a mais remota idéia de fazer vestibular. Por que o “ser alguém” urge, e pode não conseguir esperar quatro anos por um diploma de “doutor”. Mas o assunto aqui é cotas.

No mês passado, a universidade promoveu o último debate sobre cotas. Eu me lembro de passar por lá, casualmente. Não havia mais que cem pessoas no auditório do CCJE. Até comentei, “depois, quando a decisão sair, o povo vai vir reclamar”. Dito e feito.

Sinceramente, admiro o peito que a UFES teve para, de cara, colocar quarenta por cento das vagas para cotistas. Esse sistema representa a vitória de quem acredita que quando o “atual sistema vigente” não favorece minimamente a igualdade constitucional de educação, medidas “artificiais” devem ser tomadas.


E o mercado, como vai?

Seu guia mais cretino sobre economia na internet, ou seja, esta coluna aqui, precisa voltar a falar a que veio. Mas ê saco esse negócio de crise. Mané crise! Isso são apenas gases, que podem (ou não) indicar uma indisposição futura. Escreve o que eu digo...

Mas é claro que o segundo semestre no mercado financeiro fica prejudicado com essas incertas vindas dos States. O nível de transações deve dar uma enfraquecida, o dólar talvez não termine o ano tão bem quanto o período, digamos, maio-junho andava indicando.

Mas a maneira como o Brasil parece ter se saído bem dessa indisposição, com a Bovespa fechando, inclusive, com alta 3,87% hoje (a segunda maior alta do ano) depois das boas novas do Fed (Banco Central Norte-americano) sobre a sinalização de uma redução da taxa básica de juros por lá, pode assegurar a respeitabilidade que nosso mercado tupiniquim anda tentando não manchar no estrangeiro.

“O estrago foi feito”, disse um operador de uma corretora de valores. Então agora o jeito é levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima.

5 comentários:

•.¸¸.ஐJenny Shecter disse...

COTAS!!!!!
40%?
DEVIA SER 50%!!!

Sylvia acalmando os espíritos financeiros...
vamos ver no q dá!

Simone Azevedo disse...

Cotas para estudantes de ESCOLA PÚBLICA que consequentemente são pessoas de BAIXA RENDA deveria ser 100%.

Rafael Arcanjo Jr. disse...

Tudo bem que se diga que a classe media pague o pato, como faz o profº Ismael. Mas não podemos negar é que ela leva o tal do pato pra casa e come!

•.¸¸.ஐJenny Shecter disse...

Pagou, levou!

•.¸¸.ஐJenny Shecter disse...

**à procura do pato**