As últimas do Plan
O Pan acabou (e nunca fomos tão dourados... pensando seriamente em presidir um fã-clube: Chuteiras 37! Marta e Cia. Fans. O que acham?). Com certa preguiça, as coisas começam a voltar aos lugares-comuns. Que pena! Mas existe uma ‘espécie’ neste país cujo lamento é ainda maior e mais profundo pelo fim dos jogos Pan-Americanos. Quem são eles? (Que ruflem os tambores). OS POLÍTICOS! (Difícil saber o porquê?).
Em época de escândalos é incrível como as pessoas se dispõem a prestar mais atenção em nossos queridos parlamentares. E eles parecem não gostar muito disso. (Por que será?).
Ultimamente, duas novelas estão no ar no Congresso Nacional: o caso Renan e a CPI do Apagão Aéreo. (Bem que se poderia dizer também que o circo está armado, ou a ópera bufa está em cartaz).
Está no ar a sua, a minha, a nossa novela das sete, diretamente do Congresso Nacional. (Se bem que estar no ar tem sido muito perigoso por estas terras tupiniquins).
A CPI do Apagão Aéreo faz um escarcéu e não vê o óbvio – aliás, parece que ninguém vê o óbvio lá por aquelas bandas. A incompetência daqueles que estão (ou estavam) à frente do setor aéreo, conseqüência da incompetência do governo, mais a gestão deficiente de companhias aéreas são a causa dessa babel. Entra presidente sai presidente, os cargos públicos de chefia continuam sendo preenchidos pelos amigos, pelos parentes dos amigos, pelos amigos dos amigos em troca daquele favorzinho, daquele voto, daquele apoio do partido. Os técnicos, os capacitados, os com conhecimentos essenciais para os cargos são os últimos a serem lembrados. As companhias aéreas preferem pagar viagens a funcionários da Anac a dar a devida manutenção a seus aviões e investir em aeronaves mais seguras. Quantas vezes mais precisarão de provas de que isso não dá certo?
Outro ponto muito interessante é que esbravejam pedidos de solução imediata para o caos da aviação civil, bradam que as rodovias já estão saturadas e por aí vai. Mas não há uma voz sequer gritando – o que já virou clichê e todo mundo sabe – num país continental (nosso caso) e com um litoral tão propício a navegação (ainda o Brasil) ninguém se anima em investir meio por cento do orçamento nos transportes ferroviário e aquaviário. (Eles devem esperar que surja algum outro tipo de incentivo, se é que me entendem).
Não sou contra investigar as falhas, a corrupção, nada disso. Pelo contrário, deve-se fazer isso. O problema está no corporativismo incomparável que reina entre os coleguinhas de Congresso. As recentes experiências que temos com as CPIs criadas no Planalto Central não são das melhores. (Espero que todos ainda se lembrem das pizzas estragadas que tivemos que engolir no mensalão, nos Correios e outras mais).
Não dá para entender porque tantas pessoas tiveram que morrer para que os governos enxergassem que não poderiam ficar de braços cruzados (federal, estadual e municipal). Trabalho em equipe! (Acho que eles faltaram às aulas de trabalho em grupo!). Espero que o orgulho e as divergências políticas fiquem para trás. É difícil, eu sei. Isso devido à falha de memória dos governantes do executivo, em todas as esferas, de que eles devem – e são muito bem pagos para isso – trabalhar em prol do bem-estar dos cidadãos (os que votaram e os que não votaram neles).
A novela das sete do Congresso durará ainda muitos capítulos. E não há expectativas de que o desfecho seja de um final feliz – pelo menos não para os expectadores.
Passemos agora para a sua, a minha, a nossa novela das nove do Senado: O caso Renan.
Na primeira fase da novela – pré-Pan – o presidente do Senado vê sua pulada de cerca revelada em rede nacional, estampada em quase todas as capas de revistas semanais que circulam por aí (e não me refiro às de fofoca propriamente ditas).
O enredo é o seguinte: o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), político prestigiado, não resiste aos encantos da sedutora (e maquiavélica) jornalista Mônica Veloso. Desse relacionamento nasceu uma menina, hoje com três anos de idade (Como ela pode fazer isso com ele? Oh meu Deus! Pobrezinho. E agora, quem poderá defendê-lo?). Mas, como Calheiros é um homem bem relacionado, não demorou a encontrar quem o socorresse. E aí entra na história o lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior, feliz e sorridente por poder pagar uma vultosa cifra como pensão alimentícia à filha do senador. (Afinal, o que são 12,5 mil reais mensais em nome de uma amizade, não é mesmo?).
Não contente com a exposição que a mídia lhe dava, Renan Calheiros decidiu usar o plenário da Casa para se manifestar. Escolheu a melhor expressão facial cara-de-pau para apresentar. E lá foi ele. Confessou que teve uma relação fora do casamento e afirmou ter pedido a Cláudio Gontijo que apenas intermediasse a ajuda financeira que passou a dar a Mônica. O senador não conseguiu, no entanto, provar que usou recursos próprios para pagar as despesas pessoais. Resumindo: ele falou, falou, falou, se enrolou todo e ainda foi capaz de se dizer vítima de uma “maldade”. (É pra rir, né não?!). Em seguida, a presidente do PSOL, Heloísa Helena, decidiu protocolar uma representação contra Renan no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar (Heloísa! Heloísa! Heloísa! *contando até dez e respirando* Desculpem a empolgação).
Mas o processo não andava. Ninguém queria investigar o chefe. E nesse meio surgiu um coleguinha não identificado dizendo que era raro haver um senador que não tivesse a sua Mônica e o seu lobista (Nem precisa explicar porque ele não quis aparecer).
O desenrolar dessa novela ficou meio obscurecido pelo Pan (OLÊ, OLÊ, OLÊ, OLÁ! MARTA! MARTA!) e pela tragédia ocorrida com o Airbus da TAM em São Paulo. Parecia que a história não podia ir mais à frente. Ledo engano!
Nosso senador, além de pulador de cerca e amigo de lobista, assumiu um terceiro papel na trama: latifundiário. E mais, Calheiros tinha um filão de clientes que poucos pecuaristas conhecem: os fantasmas! (Ultimamente, novela que se preze tem que ter um quê de sobrenatural). E descobrimos que a galera do além também é chegada num churrascão.
Não estou inventando coisas. Exames feitos por técnicos do Conselho de Ética em Maceió confirmaram: pelo menos duas empresas que compraram gado de Renan Calheiros são mesmo de fachada: a G. F. da Silva e a Carnal Carnes. Elas aparecem nos recibos entregues por ele. O presidente do Senado confirmou que vendeu os animais de sua fazenda para o frigorífico Mafrial, embora não tenha apresentado recibos em nome desta empresa.
O senador Renato Casagrande (PSB-ES), um dos três relatores do processo contra Calheiros, afirmou que o Conselho de Ética pode pedir ao plenário a quebra do sigilo das duas empresas. Além disso, pediu que a Secretaria de Fazenda de Alagoas tome providências para analisar quem são os responsáveis por essas empresas. (Alguém aí tem o telefone dos caça-fantasmas?). Casagrande espera que a nova perícia esteja concluída no máximo até o próximo dia 10 e que as conclusões finais da investigação sejam submetidas ao plenário do Conselho em 20 de agosto. Também esperamos!
Até o momento, as acusações contra o nosso personagem principal são as seguintes: recorrer a um lobista da empreiteira Mendes Junior para pagar despesas pessoais e usar notas frias para comprovar que tinha recursos próprios para fazer os pagamentos. E não pára por aí.
De acordo com reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, Renan Calheiros teve sua campanha eleitoral de 1994 financiada pelo bicheiro Plínio Batista. Na reportagem, o contraventor - que comandou o jogo do bicho em Maceió do fim da década de 90 até 2002 - disse que, além de financiar a campanha do senador, também teria feito empréstimos para a Prefeitura de Murici no período em que era comanda por Remi Calheiros, irmão do presidente do Senado.
Tem mais. O PSOL (não se enganem quanto ao vilão da história) pediu ontem, dia 1º de agosto, ao Conselho de Ética uma investigação completa da denúncia de que Renan Calheiros teria favorecido a Schincariol depois de a empresa comprar por míseros R$ 27 milhões uma fábrica de refrigerantes do irmão dele, deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL).
As últimas falas gravadas de Renan Calheiros são: “O que eu quero é que a verdade venha à tona. Estou absolutamente tranqüilo e com a certeza de que vamos ter provas contra essas maledicências que estão dizendo contra mim.”
Então, leitoras e leitores, não percam os próximos capítulos da sua, da minha, da nossa novela das nove diretamente do Planalto Central.
Só uma curiosidade: alguém aí, nos últimos tempos, ouviu ou leu alguma coisa sobre as tão prometidas – e urgentemente necessárias – reformas política, previdenciária, tributária ou qualquer outra?
Pois é! Não é? Então.
Frase da cantora Ana Carolina (tudo de bom, hoho!), durante seu show citando uma passagem que ouviu no filme "O homem do ano", de Barry Levinson.
**Sobre a figura: quem tiver o contato, favor fazê-la chegar ao nosso amigo Bin...
É URGENTE!
4 comentários:
que novela da Globo que nada. essas duas dão de dez a zero em enredo, trama, atuação...mas incrivelmente têm muito menos adiência.
grande idéia pro texto, ficou muito doido! congratulations!
Hahahaha!
valeu mau
>'.'<
O Osama está escondido na Favela da Rocinha morando com a nega Jurema.
Alguém da Rocinha aí, favor entar em contato com o nosso inimigo número 1 da civilização judaico-cristã ocidental e terrorista internacional preferido, e falar de mais duas torres precisando de um explosivozinho.
Não ouvi nada sobre as mais que necessárias reformas.
Por que será?
odeio novela longa. quando será que essas novelas vão acabar?
!@#$%¨&**%$#@!"!@$%%
Brunella, adoro seu humor, sua acidez, sua denúncia.
Adoro Brunella Wyvern
Si, as novelas não dão sinais de se encaminharem para um fim...
Infelizmente...
Qto a ida ao cafofo de mestre Bin, é urgente!
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