domingo, 16 de novembro de 2008

Ave Franklin. Por BruneLLa França.

Dialogus istranhus

Interlocutor pergunta:
- Bru, o que é o jornal pra você?

Bru responde:
*silêncio - não que eu não tenha o que responder, mas sim porque eu sempre prefiro pensar um pouquinho antes*
- O jornal... O jornal é uma babel quase vazia de sentido...

Interlocutor diz:
- Uau! Eu não esperava por isso! O jogo está ficando interessante! Quase vazia de sentido?

Bru responde:
- É. Não tem nenhuma crítica ali, nenhuma reflexão. Tudo bem que se cria a ilusão de que ao ler aquele jornal você fica bem informado, sabe do que aconteceu no mundo. Doce - ou amarga - ilusão! Os jornais estão mais preocupados em vender um mundo transparente, simples e perfeitmente acabado, em manter as coisas como elas estão... É uma questão de semiótica...

Interlocutor desprevenido fica em silêncio.
Silêncio.
Silêncio.
Mais um pouquinho de silêncio.
Finalmente, ele questiona:
- O que é semiótica?

Bru fala:
- Tem um livro da coleção primeiros passos com esse título, exatamente. O que é semiótica. É bem fácil de ler...

Interlocutor pergunta:
- Não tem como me adiantar o assunto?

Bru responde:
- Ok. Acomapnha o raciocínio. 
Qualquer ato comunicativo envolve a construção de sentidos, pois essa característica é própria da linguagem. O mundo, porém, não apresenta uma face legível que temos que decifrar apenas. A realidade - múltipla e complexa - não tem um significado anterior ao momento de sua verbalização e interpretação. Cada um dá sua forma a ela, entende? 

Interlocutor confuso:
- Ham... Não sei.

Bru esclarece:
- O que eu quero dizer é que o mundo em que vivemos, a realidade ou as realidades, os relacionamentos, os indivíduos são construções, da linguagem. Tudo é texto. Não no sentido de ser letrinhas juntas, mas da origem da palavra, tecido, tessitura.

Interlocutor confuso²:
- E cadê a sua semiótica?

Bru explica:
- Está aí! Eu disse que tudo é texto. É  a semiótica que estuda esses textos. O que está dito e o que se quer dizer no mundo, nas realidades, nos jonais. A semiótica é tudo (especialmente para Lele!), resumindo.

Interlocutor diz:
- Hum... Sabe, eu tava aqui pensando (uau!) No que você disse sobre o jornal... Mas você faz jornalismo!

Bru confirma:
- Eu estudo jornalismo. Sim, e daí?

Interlocutor pergunta:
- E você vai trabalhar no jornal?

Bru responde:
-Não necessariamente, mas é sempre uma possibilidade.

Interlocutor pergunta:
- O que é o Jornalismo, então?

Bru responde:
*silêncio para pensar*
- Numa síntese... A arte de parafrasear!

Interlocutor se indigna:
- Mas isso é fácil demais.

Bru joga um balde de água fria:
- É óbvio que não, meu bem.

Interlocutor em dúvida:
- Então, qual é o segredo?

Bru responde:
- Vocabulário chave, possíveis parafraseados chaves (não me refiro ao desenho!), e, é claro, COMO fazer a paráfrase! Ha ha ha! Mais uma vez, uma questão de semiótica!

Interlocutor se recolhe.


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