segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Ave Franklin! Por BruneLLa Wyvern.
Hoje eu vim falar de Astronomia!
É isso mesmo!!! Hoje é uma noite especial!
PLANETA MARTE - 27 DE AGOSTO DE 2007
Em 27 de agosto o mundo inteiro verá!
O Planeta Marte será o mais brilhante no céu da noite de agosto.
Será tão grande como a lua cheia, a olho nu.
Isto acontecerá no dia 27 de agosto quando Marte ficará a
34.650.000 milhas da Terra.
Portanto, olhe para o céu a 27 de agosto às 00:30am, horário de Brasília.
Parecerá que a Terra tem duas luas.
A próxima vez que Marte estará tão próximo será em 2287.
Ou seja... não estaremos mais aqui pela ordem natural das coisas!!!
NÃO PERCAM ESSE ESPETÁCULO DO UNIVERSO!!!
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
Quero Ser Miriam Leitão, por Sylvia Ruth
Quem salvará a classe média?
É uma pena que, novamente, seja a classe média a única a pagar de verdade por uma inquestionável distorção da igualdade social e étnica dentro das instituições públicas de ensino federal.
“Um aspecto ideológico comum a qualquer classe média é a idéia de que os filhos possam ter uma vida melhor que seus pais. Essa esperança de que o futuro possa ser melhor que o presente ou o passado - em um contexto histórico que o sujeito avalia - é considerada por alguns autores a sua principal marca.”
Wikipedia
Na maior parte da famigerada classe dos que não são nem ricos nem pobres, quando o filho chega no 3º ano do ensino médio, a família se espreme, mas coloca o adolescente numa escola particular, a mais cara, se for possível, por que “preço”, nessas bandas, é praticamente sinônimo de “qualidade”, que neste sentido, logicamente, é diretamente proporcional ao número de aprovados no último vestibular federal.
Daí, chovem responsabilidades para o infeliz. Aquela coisa toda que todo mundo conhece. A maior parte não saber o que é, muito menos o que quer ser, mas só porque está concluindo o ensino médio, TEM que fazer uma faculdade, “ser alguém”, essas coisas.
Imagino que também na classe abaixo da média, a maioria dos alunos da rede pública não saibam quem são, muito menos o que querem ser, mas a questão crucial é que, os poucos que chegam vitoriosamente ao 3º ano do ensino médio, não têm quase a mais remota idéia de fazer vestibular. Por que o “ser alguém” urge, e pode não conseguir esperar quatro anos por um diploma de “doutor”. Mas o assunto aqui é cotas.
No mês passado, a universidade promoveu o último debate sobre cotas. Eu me lembro de passar por lá, casualmente. Não havia mais que cem pessoas no auditório do CCJE. Até comentei, “depois, quando a decisão sair, o povo vai vir reclamar”. Dito e feito.
Sinceramente, admiro o peito que a UFES teve para, de cara, colocar quarenta por cento das vagas para cotistas. Esse sistema representa a vitória de quem acredita que quando o “atual sistema vigente” não favorece minimamente a igualdade constitucional de educação, medidas “artificiais” devem ser tomadas.
E o mercado, como vai?
Seu guia mais cretino sobre economia na internet, ou seja, esta coluna aqui, precisa voltar a falar a que veio. Mas ê saco esse negócio de crise. Mané crise! Isso são apenas gases, que podem (ou não) indicar uma indisposição futura. Escreve o que eu digo...
Mas é claro que o segundo semestre no mercado financeiro fica prejudicado com essas incertas vindas dos States. O nível de transações deve dar uma enfraquecida, o dólar talvez não termine o ano tão bem quanto o período, digamos, maio-junho andava indicando.
Mas a maneira como o Brasil parece ter se saído bem dessa indisposição, com a Bovespa fechando, inclusive, com alta 3,87% hoje (a segunda maior alta do ano) depois das boas novas do Fed (Banco Central Norte-americano) sobre a sinalização de uma redução da taxa básica de juros por lá, pode assegurar a respeitabilidade que nosso mercado tupiniquim anda tentando não manchar no estrangeiro.
“O estrago foi feito”, disse um operador de uma corretora de valores. Então agora o jeito é levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima.
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
Ave Franklin! Por BruneLLa Wyvern.
A marcha dos Nike Shox: muito barulho por nada
A adoção do sistema de cotas para alunos de escolas públicas pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) levou alunos de 14 escolas particulares da Grande Vitória a um protesto na tarde de ontem, 15 de agosto, em frente ao Teatro Universitário.
Entre os estudantes, orientados por coordenadores das escolas, circulou um manifesto contra a política de cotas. Sugerindo uma contra proposta ao sistema aprovado pela UFES, que divulgará edital no sábado, o manifesto tem como pontos principais a redefinição para 10% na porcentagem das cotas; (muito bonzinhos eles, não?) e a revisão do rendimento familiar para até 3 salários mínimos no lugar dos 7 atuais.
O fato é que o sistema de cotas da UFES não é baseado em achismos. A comissão que preparou o projeto das cotas com base em dados que não são novidade para ninguém.
Vejam: do total de alunos da UFES, 64% são de escolas particulares e 36% de escolas públicas. Mas, devem ser guardadas as devidas proporções. Só um exemplo para ilustrar: no curso de Serviço Social, 100% dos alunos ingressantes no último vestibular são de escolas públicas. Já em Medicina, são 100% dos alunos de escolas particulares.
Meus coleguinhas do blog e eu acompanhamos a manifestação dos estudantes. E lá estavam eles, vestindo orgulhosamente seus uniformes e seus nike shox e com a incrível capacidade de falar o maior número de abobrinhas por minuto! Mas, nada mais normal do que quem está no poder lutar para mantê-lo. O fato é que o sistema de cotas foi aprovado e já estará valendo no próximo vestibular. Para fazer alguma modificação, só para o vest de 2009. Concordo que o projeto pode ser melhorado, mas, enfim a UFES adotou um sistema de cotas. Já é um passo.
O fato interessante que registrei da manifestação foi o seguinte: quando os alunos das escolas públicas – que compareceram em bem menor número – propuseram que fosse feito um debate entre os dois grupos, os alunos das escolas particulares recuaram dizendo que ali não era lugar para aquilo. Bem, se a universidade não é um lugar de debate, onde mais será? (pensando)
É sempre muito fácil colocar a culpa no governo, no sistema e dizer que sente com isso. É muito fácil escrever cartazes, sair por aí apitando e exigindo que se cumpra a Constituição. É sempre muito fácil exigir o seu direito. Difícil mesmo é enxergar, reconhecer e lutar pelo direito do outro.
É dever do governo garantir que os candidatos a uma vaga no ensino superior tenham igualdade de condições para disputá-la. Enquanto não é possível pela reforma na educação, medidas paliativas devem ser adotadas. As cotas foram, até agora, o único mecanismo encontrado por algumas universidades brasileiras para resolver o difícil acesso de negros, índios e pobres às instituições públicas de ensino superior. Este sistema pode compor um conjunto de medidas práticas, efetivas e imediatas que apontem para o fim das desigualdades raciais na sociedade brasileira. É uma iniciativa corajosa e só dentro de alguns anos poder-se-á avaliar se realmente cumpre a sua finalidade. As piores opções são não fazer nada ou querer nos fazer crer que está tudo bem, ou que as cotas representam um grande perigo para a cultura brasileira, para as relações raciais no Brasil, para o futuro da humanidade. Basta desse conservadorismo travestido de humanismo. Se existem meios melhores que as cotas para aumentar o acesso de alunos do ensino público à universidade pública, que se adotem esses meios, que se façam programas sérios e eficientes, sem transferir o problema para outra esfera ou outra geração.
Caso as políticas públicas do setor de educação e a ação educativa no interior de escolas e universidades não levem em consideração esta situação de desigualdade quanto à escolarização, existente na sociedade, continuarão a contribuir para a reprodução da situação que condena a maior parcela dos jovens à evasão escolar, à marginalização ou à realização das mesmas atividades profissionais menos qualificadas e remuneradas dos seus pais.
Por que tanto medo de que alunos da rede pública também tenham acesso aos ditos “melhores cursos” da UFES? Ou será que medicina só pode ser cursada por filhos de médicos?
Ontem escutei uma proposta interessante: não deveriam ser os alunos do ensino médio particular a terem uma cota de vagas para entrar nas universidades públicas?
Enquanto isso, no Planalto Central
Novela da CPI do Apagão Aéreo
Parece que quem sofre de alguma apagão são os nossos parlamentares: apagão de neurônios! O desfecho da babel que é essa CPI está quase palpável (notaram um cheirinho de pizza subindo?). é só uma questão de tempo até os fornos funcionarem a todo vapor!
Novela do caso Renan
Espero que ninguém tenha se enganado quanto ao vilão da nossa novela das nove favorita. Mas, no mundo da política, em especial em Brasília,a impunidade é rainha (para minha profunda tristeza). Ninguém precisa ser punido. Para quê? Afinal, que mal há em conseguir alguns beneficiozinhos ‘por fora’? se não for assim, que graça tem ser parlamentar?!
Basta uma renunciazinha e pronto! A oposição fica feliz, o governo fica feliz, a mídia fica quieta e tudo é esquecido. Olha que lindo!
E tem mais
Ainda não satisfeitos, nossos parlamentares acabam de regulamentar a INFIDELIDADE partidária (respira fundo e contando até mil).
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Quero Ser Miriam Leitão, por Sylvia Ruth
Hoje não teremos a mais esperta coluna de economia do Atlântico porque tem manifestação contra as cotas lá nazufes, daí a equipe do seu querido Jota-i estará lá para trazer os melhores detalhes do "evento".
Então, até breve.
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
Ave Franklin! Por BruneLLa Wyvern.
A justiça tarda, mas...
Dois meses depois das denúncias contra o presidente do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL) estamparem capas de revistas e primeiras páginas de jornais, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu (finalmente!) abrir processo de investigação contra o senador. O pedido feito pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, será analisado pelo ministro Ricardo Lewandowski. Cabe ao ministro determinar ou não a realização de diligências pedidas pelo procurador. O sigilo bancário e fiscal do senador foi quebrado hoje.
A situação de Calheiros no Senado está crítica. Antes, era só PSOL no encalço do presidente da Casa. Agora, em reuniões distintas, as bancadas dos Democratas e do PSDB também estão no encalço do senador. Há quem garanta que, caso a relatoria indique a cassação do mandato do senador, Renan Calheiros já teria, dentro do DEM, mais votos que José Agripino (DEM-RN) na disputa pela presidência do Senado.
Essa movimentação toda ocorre pelas múltiplas funções exercidas por nosso personagem principal. Pulador de cerca, amigo de lobista, financiado por bicheiro, fornecedor de carnes para os churrascos no além e favorecedor uma cervejaria e, claro, senador nas horas vagas. Não contente com suas atribuições ou com o tratamento dado a ele pela mídia, Calheiros decidiu ter a sua própria corporação midiática (Ele levou ao pé da letra a história do “seja a mídia”!).
Segundo denúncias alardeadas por aí, Renan Calheiros é o verdadeiro dono de duas emissoras de rádio em Alagoas, depois de já ter sido sócio de um jornal diário (desse jeito fica mais fácil fazer campanha a favor, não?). Ser o dono oculto de uma empresa não é o problema mor do caso. Consta nos autos da reportagem que a Justiça Eleitoral ou a Receita Federal desconhecem essas transações. E, pelo jeito, há algo de podre no reino de Alagoas. A parte do senador na transação, paga em espécie, seria de R$ 1,3 milhão. Acontece que esse valor é maior que o patrimônio de Calheiros declarado à época da compra.
A reportagem diz que o grupo de comunicação foi comprado de Nazário Pimentel, em parceria com o usineiro João Lyra, sogro de Pedro Collor, irmão falecido do ex-presidente e atual senador, Fernando Collor de Mello.
Detalhe fofo do negócio: o nome da empresa JR Radiodifusão seria uma menção às iniciais dos sócios ocultos – J de João e R de Renan (ó, que meigo!). Oficialmente, os donos são Carlos Ricardo Santa Rita (coincidentemente funcionário do gabinete do senador em Brasília e ex-tesoureiro de campanha) e José Carlos Paes, corretor de imóveis e amigo de Lyra.
Adivinhem o que o senador disse diante das denúncias? (Que difícil essa).
“Sou inocente”. É, estranho seria se ele dissesse o contrário!
Mas, de tudo que ele falou, sou obrigada a concordar com uma parte. Vejam se, pela descrição feita por Calheiros, vocês descobrem qual a revista que trouxe as denúncias à tona. Na voz do senador: “Uma revista semanal, sem limites éticos e qualquer critério jornalístico, travestida de tribunal político”. Quem já souber – deixa eu pensar, deixa eu pensar – que atire o primeiro post!
Voltemos a discutir: de quem é o mandato?
O TSE já bateu o martelo: o mandato é dos partidos. E quer ver cumprida sua determinação. Na Câmara, o presidente Chinaglia (PT-SP) se esquiva da responsabilidade dizendo que não ter força política para fazer valer a determinação do TSE. Será que é só isso? Bem, se a determinação valer, o fato é que a base governista perde 39 deputados.
Trazendo a pauta para a Capitania de Vasco Fernandes Coutinho, se o TSE fizer cumprir a determinação, 23 prefeitos estão ameaçados de perder os cargos. E já tem gente querendo voltar para o partido do qual saiu.
A medida parece um tanto autoritária, mas é uma tentativa de manter um mínimo de fidelidade partidária, há muito esquecida pelos políticos deste país. Hoje vale a fidelidade à conveniência. Ou ao melhor “incentivo”.
Enquanto o Congresso Nacional se atola em mais escândalos e CPIs sem futuro, o TSE tenta fazer alguma coisa em relação a já sepultada reforma política. Parece que nossos queridos parlamentares ainda não se deram conta de que o sistema político brasileiro está falido!
Metereologia informa: risco de temporais...
E uma nova batalha se aproxima dos céus da Câmara: a votação da CPMF. Vislumbro um horizonte de nuvens negras e carregadas...
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Inparcial por Rafael Arcanjo Jr
quinta-feira, 2 de agosto de 2007
Ave Franklin! Por BruneLLa Wyvern.
As últimas do Plan
O Pan acabou (e nunca fomos tão dourados... pensando seriamente em presidir um fã-clube: Chuteiras 37! Marta e Cia. Fans. O que acham?). Com certa preguiça, as coisas começam a voltar aos lugares-comuns. Que pena! Mas existe uma ‘espécie’ neste país cujo lamento é ainda maior e mais profundo pelo fim dos jogos Pan-Americanos. Quem são eles? (Que ruflem os tambores). OS POLÍTICOS! (Difícil saber o porquê?).
Em época de escândalos é incrível como as pessoas se dispõem a prestar mais atenção em nossos queridos parlamentares. E eles parecem não gostar muito disso. (Por que será?).
Ultimamente, duas novelas estão no ar no Congresso Nacional: o caso Renan e a CPI do Apagão Aéreo. (Bem que se poderia dizer também que o circo está armado, ou a ópera bufa está em cartaz).
Está no ar a sua, a minha, a nossa novela das sete, diretamente do Congresso Nacional. (Se bem que estar no ar tem sido muito perigoso por estas terras tupiniquins).
A CPI do Apagão Aéreo faz um escarcéu e não vê o óbvio – aliás, parece que ninguém vê o óbvio lá por aquelas bandas. A incompetência daqueles que estão (ou estavam) à frente do setor aéreo, conseqüência da incompetência do governo, mais a gestão deficiente de companhias aéreas são a causa dessa babel. Entra presidente sai presidente, os cargos públicos de chefia continuam sendo preenchidos pelos amigos, pelos parentes dos amigos, pelos amigos dos amigos em troca daquele favorzinho, daquele voto, daquele apoio do partido. Os técnicos, os capacitados, os com conhecimentos essenciais para os cargos são os últimos a serem lembrados. As companhias aéreas preferem pagar viagens a funcionários da Anac a dar a devida manutenção a seus aviões e investir em aeronaves mais seguras. Quantas vezes mais precisarão de provas de que isso não dá certo?
Outro ponto muito interessante é que esbravejam pedidos de solução imediata para o caos da aviação civil, bradam que as rodovias já estão saturadas e por aí vai. Mas não há uma voz sequer gritando – o que já virou clichê e todo mundo sabe – num país continental (nosso caso) e com um litoral tão propício a navegação (ainda o Brasil) ninguém se anima em investir meio por cento do orçamento nos transportes ferroviário e aquaviário. (Eles devem esperar que surja algum outro tipo de incentivo, se é que me entendem).
Não sou contra investigar as falhas, a corrupção, nada disso. Pelo contrário, deve-se fazer isso. O problema está no corporativismo incomparável que reina entre os coleguinhas de Congresso. As recentes experiências que temos com as CPIs criadas no Planalto Central não são das melhores. (Espero que todos ainda se lembrem das pizzas estragadas que tivemos que engolir no mensalão, nos Correios e outras mais).
Não dá para entender porque tantas pessoas tiveram que morrer para que os governos enxergassem que não poderiam ficar de braços cruzados (federal, estadual e municipal). Trabalho em equipe! (Acho que eles faltaram às aulas de trabalho em grupo!). Espero que o orgulho e as divergências políticas fiquem para trás. É difícil, eu sei. Isso devido à falha de memória dos governantes do executivo, em todas as esferas, de que eles devem – e são muito bem pagos para isso – trabalhar em prol do bem-estar dos cidadãos (os que votaram e os que não votaram neles).
A novela das sete do Congresso durará ainda muitos capítulos. E não há expectativas de que o desfecho seja de um final feliz – pelo menos não para os expectadores.
Passemos agora para a sua, a minha, a nossa novela das nove do Senado: O caso Renan.
Na primeira fase da novela – pré-Pan – o presidente do Senado vê sua pulada de cerca revelada em rede nacional, estampada em quase todas as capas de revistas semanais que circulam por aí (e não me refiro às de fofoca propriamente ditas).
O enredo é o seguinte: o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), político prestigiado, não resiste aos encantos da sedutora (e maquiavélica) jornalista Mônica Veloso. Desse relacionamento nasceu uma menina, hoje com três anos de idade (Como ela pode fazer isso com ele? Oh meu Deus! Pobrezinho. E agora, quem poderá defendê-lo?). Mas, como Calheiros é um homem bem relacionado, não demorou a encontrar quem o socorresse. E aí entra na história o lobista Cláudio Gontijo, da construtora Mendes Júnior, feliz e sorridente por poder pagar uma vultosa cifra como pensão alimentícia à filha do senador. (Afinal, o que são 12,5 mil reais mensais em nome de uma amizade, não é mesmo?).
Não contente com a exposição que a mídia lhe dava, Renan Calheiros decidiu usar o plenário da Casa para se manifestar. Escolheu a melhor expressão facial cara-de-pau para apresentar. E lá foi ele. Confessou que teve uma relação fora do casamento e afirmou ter pedido a Cláudio Gontijo que apenas intermediasse a ajuda financeira que passou a dar a Mônica. O senador não conseguiu, no entanto, provar que usou recursos próprios para pagar as despesas pessoais. Resumindo: ele falou, falou, falou, se enrolou todo e ainda foi capaz de se dizer vítima de uma “maldade”. (É pra rir, né não?!). Em seguida, a presidente do PSOL, Heloísa Helena, decidiu protocolar uma representação contra Renan no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar (Heloísa! Heloísa! Heloísa! *contando até dez e respirando* Desculpem a empolgação).
Mas o processo não andava. Ninguém queria investigar o chefe. E nesse meio surgiu um coleguinha não identificado dizendo que era raro haver um senador que não tivesse a sua Mônica e o seu lobista (Nem precisa explicar porque ele não quis aparecer).
O desenrolar dessa novela ficou meio obscurecido pelo Pan (OLÊ, OLÊ, OLÊ, OLÁ! MARTA! MARTA!) e pela tragédia ocorrida com o Airbus da TAM em São Paulo. Parecia que a história não podia ir mais à frente. Ledo engano!
Nosso senador, além de pulador de cerca e amigo de lobista, assumiu um terceiro papel na trama: latifundiário. E mais, Calheiros tinha um filão de clientes que poucos pecuaristas conhecem: os fantasmas! (Ultimamente, novela que se preze tem que ter um quê de sobrenatural). E descobrimos que a galera do além também é chegada num churrascão.
Não estou inventando coisas. Exames feitos por técnicos do Conselho de Ética em Maceió confirmaram: pelo menos duas empresas que compraram gado de Renan Calheiros são mesmo de fachada: a G. F. da Silva e a Carnal Carnes. Elas aparecem nos recibos entregues por ele. O presidente do Senado confirmou que vendeu os animais de sua fazenda para o frigorífico Mafrial, embora não tenha apresentado recibos em nome desta empresa.
O senador Renato Casagrande (PSB-ES), um dos três relatores do processo contra Calheiros, afirmou que o Conselho de Ética pode pedir ao plenário a quebra do sigilo das duas empresas. Além disso, pediu que a Secretaria de Fazenda de Alagoas tome providências para analisar quem são os responsáveis por essas empresas. (Alguém aí tem o telefone dos caça-fantasmas?). Casagrande espera que a nova perícia esteja concluída no máximo até o próximo dia 10 e que as conclusões finais da investigação sejam submetidas ao plenário do Conselho em 20 de agosto. Também esperamos!
Até o momento, as acusações contra o nosso personagem principal são as seguintes: recorrer a um lobista da empreiteira Mendes Junior para pagar despesas pessoais e usar notas frias para comprovar que tinha recursos próprios para fazer os pagamentos. E não pára por aí.
De acordo com reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, Renan Calheiros teve sua campanha eleitoral de 1994 financiada pelo bicheiro Plínio Batista. Na reportagem, o contraventor - que comandou o jogo do bicho em Maceió do fim da década de 90 até 2002 - disse que, além de financiar a campanha do senador, também teria feito empréstimos para a Prefeitura de Murici no período em que era comanda por Remi Calheiros, irmão do presidente do Senado.
Tem mais. O PSOL (não se enganem quanto ao vilão da história) pediu ontem, dia 1º de agosto, ao Conselho de Ética uma investigação completa da denúncia de que Renan Calheiros teria favorecido a Schincariol depois de a empresa comprar por míseros R$ 27 milhões uma fábrica de refrigerantes do irmão dele, deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL).
As últimas falas gravadas de Renan Calheiros são: “O que eu quero é que a verdade venha à tona. Estou absolutamente tranqüilo e com a certeza de que vamos ter provas contra essas maledicências que estão dizendo contra mim.”
Então, leitoras e leitores, não percam os próximos capítulos da sua, da minha, da nossa novela das nove diretamente do Planalto Central.
Só uma curiosidade: alguém aí, nos últimos tempos, ouviu ou leu alguma coisa sobre as tão prometidas – e urgentemente necessárias – reformas política, previdenciária, tributária ou qualquer outra?
Pois é! Não é? Então.
Frase da cantora Ana Carolina (tudo de bom, hoho!), durante seu show citando uma passagem que ouviu no filme "O homem do ano", de Barry Levinson.
**Sobre a figura: quem tiver o contato, favor fazê-la chegar ao nosso amigo Bin...
É URGENTE!
quarta-feira, 1 de agosto de 2007
Quero Ser Miriam Leitão, por Sylvia Ruth
Só mais uma do Pan
Do que são feitos os atletas? Essa matéria forte, monumental, invejável. Pessoas capazes de nos fazer sentir os mais vitoriosos. Ah, se a nossa vida também tivesse pódio, para ver se é ele que faz os atletas serem tão destemidos, sempre almejando apenas o melhor. Suplantar a dor, a pressão, e todos os obstáculos para cruzar a linha em primeiro, para saltar mais longe, para ver um nome ao lado do número um no telão: Brasil.
Que capacidade incrivelmente sedutora tem esses esportistas, de nos fazer sentir também como os melhores das Américas? São apenas o brilho da luz azul que sai da tevê e a voz emocionada do senhor locutor, retocadas por imagens daqueles “exemplos de dedicação e superação” que têm nas certidões de nascimento a palavra que honram – a nós e a eles – como brasileiros?
Também não acho que eles são seres altamente altruístas que têm como único combustível da vitória 170 milhões de corações tupiniquins mui gratos pelo “honrar a camisa”.
Do que são feitos os políticos? Essa raça podre, que parece sempre externar os mais vis adjetivos que podem receber um homem. Essa gente que parece nefastamente se apropriar do que é do povo para fazer dele pobre ludibriado. Quantos – poucos – deles talvez mereçam não serem chamados, nua e cruamente, ladrões? Subjulgar o dever cívico e nos fazer ouvir que os mais corruptos são os deste país aqui: Brasil.
Criaturas que fizeram do termo “homem do povo”, algo que mais se assemelha a “homem enganador do bobo” do que qualquer outra coisa. Todos protegidos pelo manto longo, acolhedor e mal-cheiroso da impunidade. Há quinhentos anos, a terra dos papagaios sobrevive ao governo dos piores exemplares existentes para tomar conta das nossas contas.
Nesses últimos 17 dias, dividi minhas férias entre as competições no Rio de Janeiro e a letargia de Brasília. Na última semana, uma comparação me fez pensar muito e não ver mais nenhuma graça no Pan, senti vergonha.
Por que os políticos não são feitos da mesma matéria que os atletas?
Por que os políticos também não deixam o orgulho, a ganância, todos nos mais profundos e reprimidos desejos para ver se dá para tirar as crianças da rua? Eu sei, meus caros leitores, que absolutamente tudo que eu disser aqui soará terrivelmente brega e presumível. Mas o pior, amigos, é que tudo não deixa de ser verdade.
***
Domingo, nos instantes finais da maratona, Elias e seu filho correram desesperada e alegremente ao lado do maratonista Franck Caldeira para entregar-lhe uma bandeira do Brasil, e assim ele cruzasse a linha de chegada no mais alto estilo. Segunda-feira, no ES TV 1a Edição, Elias, capixaba, comentava a alegria de ter emprestado a bandeira ao grande vencedor da maratona, esperando que um dia pudesse recebê-la de volta. Puro engano...
O grande vencedor da maratona, Franck Caldeira, disse em entrevista ao Fantástico, no dia anterior, que já havia entregado, muito agradecido, a bandeira que, em suas mãos magrelas, no dia seguinte, estamparia a maior parte dos jornais do país.
E depois as pessoas reclamam dos políticos.