quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Quero ser Miriam Leitão, por Sylvia Ruth

Não existe relação entre a CPMF e a economia. Da maneira como vemos, não existe. Eu gosto de falar sobre economia, então eu não deveria falar sobre CPMF. Mas que faz as contas para ver se sem CPMF dá ou não para manter as contas são os economeiros.

Enquanto isso, os políticos, fazendo o que lhes é típico fazer, fazem política. Fazem política com a fome, o dinheiro, a justiça e a CPMF. Não lhes cabe pensar a economia da CPMF, eles não são economistas. São seus cargos e suas conveniências e que merecem o digno trabalho que o povo lhes dignou.

Não adianta ser ingênuo, amigo. Seus deputados e senadores só vão lhe fazer agrado se esse agrado for do agrado deles também. E não me importo nem um pingo de generalizar 513 deputados e 81 senadores, botá-los no mesmo saco - eles merecem. E nós também.

Nçao seja ingênuo novamente, amigo. Os Excelentíssimos Senhores deputados e senadores já foram povo, e Montesquieu, que jamais ouviu falar de Severino Cavalcante, já avisou: o poder é pernicioso.

E pior é quem sai dele mas se morde de vontade de vontade de voltar. Quando chega a hora, não existe vergonha na cara. Tem gente que sabe fazer oposição, tem gente que não. Cada um tem sua verdade, e neste mundão pós-moderno a verdade é mais que uma, e cada um pega a sua e põe no mais alto pedestal. Para quem sabe fazer oposição, sua verdade, geralmente, é a não-verdade que eles pintam na parede da situação. A situação, aliás, é chamada de situação mais porque a oposição quer do que porque a situação seja mesmo situação, em quem sempre se joga pedra. Até porque, teoricamente, em campanha não poderia existir oposição versus situação, e sim a busca pelo "bem comum". Mas como "bem comum" é relativo...

Por fim, os orgulhos se ferem, e quando chega a hora de discutir CPMF, ninguém quer saber o que isso significa.

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Sylvia não é economista, não sabe o que dizer sobre CPMF porque ninguém foi capaz de explicá-la e odeia politicagem.

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