domingo, 30 de setembro de 2007

Ave Franklin! Por BruneLLa Wyvern.

A CONSOLIDAÇÃO DO FUTEBOL FEMININO

Seleção feminina de futebol perde a Copa, mas ganha o Mundo

Domingo, 30 de setembro de 2007. Eu não acordo cedo aos domingos por qualquer motivo. E hoje eu acordei cedo – pra mim, levantar às 9 horas da manhã de domingo é cedo! Eu acordei para ver a Seleção Brasileira de Futebol Feminino disputar a final da Copa do Mundo. E não deu para cochilar nem nos primeiros minutos.

Não é possível não assistir às meninas do Brasil em campo! O resultado, 2 X 0 para a Alemanha, definiu as campeãs do mundo. Mas diz pouco sobre o jogo. E eu não posso ficar em silêncio.

O que se esperava era uma partida difícil e disputada. E assim foi. As alemãs entraram para defender o bicampeonato. As brasileiras estreavam numa final de Copa do Mundo. Elas tinham uma equipe muito bem treinada, que disputa amistosos, campeonatos organizados e se apresenta, pelo menos, uma vez por mês. Nós tínhamos a garra, a vontade, a perseverança das jogadoras, da comissão técnica e dos poucos que se aventuram a apoiar o futebol feminino no país do futebol (não parece estranho?).

Era mais um jogo da infra-estrutura versus o talento. E na última batalha, a infra-estrutura venceu. Essa Copa do Mundo, porém, não é uma derrota para a seleção feminina.

Pela primeira vez chegamos a uma final. Pela primeira vez demos um banho, um verdadeiro chocolate, em cima da seleção estadunidense – sempre lembrando que na final dos Jogos Pan-Americanos o time dos Estados Unidos era sub-19. Pela primeira vez conquistamos uma torcida inteira que era favorita e havia perdido para nós.

A China aprendeu a gritar Brasil. A China aprendeu a gritar, a cantar Marta. Mas também poderia ter sido Cristiane, Daniela, Aline, Formiga, Renata, Maycon, Ester, Tânia, Elaine, Andreia.

Quem vai dizer que não joga muito a nossa número 11 Cristiane? Quem vai abrir a boca para falar que a número 7 Daniela não sabe nada de futebol? Quem vai reclamar da nossa 8 Formiga? Quem vai dizer que número 3 Aline não é uma zagueira de primeira? Quem não quer a nossa 10 Marta jogando no seu time?

Não dá para não se encantar com o futebol de todas elas. Essa equipe fez o Brasil se apaixonar e vibrar com as chuteiras número 37. A final do PAN não vai se apagar da memória. A exibição na Copa do Mundo também não.

Elas superaram todas as dificuldades. Superaram a si mesmas. E brilharam... Como brilharam as nossas meninas! Há muito eu não me envolvia tanto pelo futebol. Elas trouxeram de volta algo que o futebol masculino perdeu: a mágica! O que a seleção feminina apresenta é um futebol-arte da melhor qualidade.

O que foi aquela sambadinha da Marta frente à marcadora estadunidense? O que são aqueles dribles da Cristiane? O que é aquela garra misturada a passos de bailarina da Daniela? O que é aquela determinação e doação magistral da Formiga? O que é aquela classe defensiva de Aline e Renata Costa?

É lindo ver a seleção feminina jogar. É sempre um espetáculo quando elas estão em campo. E como elas jogam pela equipe. A Marta volta pra defesa ajudando a marcação. A Daniela não reclama de jogar mais atrás para que Cristiane possa jogar com a Marta na frente. A Maycon faz as vezes de lateral mesmo sendo meio-campista. E elas jogam assim. Aliás, jogam MUITO!

Pelo jogos a que eu assisti – e foram quase todos – posso afirmar: nenhuma seleção feminina no mundo tem o talento e o conjunto que a seleção brasileira tem. A seleção alemã ganhou pela experiência, pelos detalhes, pelas nossas pequenas falhas. E ouso aqui a dizer que esse time feminino da Alemanha joga muito mais que o masculino (é só uma questão de tira-teima).

No jogo decisivo desta manhã, quem disser que a Alemanha foi superior ao Brasil só pode ter bebido, estar louco ou não ter assistido ao mesmo jogo transmitido ao vivo pela Rede Bandeirantes. As nossas meninas tiveram mais posse de bola, mais ofensividade, mais gana de ganhar. A Daniela chutou uma bola que quase tira a trave do lugar. A Marta perdeu um pênalti. A mesma Daniela cobrou uma falta na qual a goleira alemã fez um milagre. A Cristiane bagunçou a zaga adversária caindo para os dois lados do campo. As nossas 11 guerreiras em campo mais as do banco de reservas consolidaram o futebol feminino brasileiro.

Diferentemente daquela seleção masculina vergonhosa que sequer chegou à final da Copa do Mundo, a seleção feminina não perdeu o título, e sim ganhou o segundo lugar. O que é bastante diferente.

Faltou mais calma nas finalizações? SIM! Faltou fazer mais triangulações na frente da grande área alemã? Faltou. Mas faltou também a preparação anterior, a experiência prévia que sobrava na seleção alemã. Já ouço vozes cobrando que a Marta não jogou como nas outras partidas. Há de se observar, porém, que nas outras partidas não tinham quatro, cinco marcadoras em cima dela, em cima da Cristiane, em cima da Daniela, da Formiga quando pegavam a bola. E não se pode jogar o peso da responsabilidade em cima de quem já fez mais que sua parte (ou alguém acha que a vida de uma jogadora de futebol no Brasil é fácil?).

Deixando minha paixão por essas jogadoras falar mais alto, eu colocaria na lista da Fifa para disputar o título de melhor jogadora do mundo a Marta, a Cristiane, a Daniela e a Formiga e dava empate entre as quatro! Nunca se viu tanto respeito de uma seleção adversária para com o time do Brasil. A Alemanha jogou acuada praticamente o tempo todo!

O que falta então para a seleção feminina chegar a uma final de Copa do Mundo, de Olimpíada, do que for e sair campeã? Falta a organização de campeonatos brasileiros, regionais, de futebol feminino. Falta a nossas entidades profissionalizar o futebol feminino, que dentro de campo já provou, comprovou e ratificou ser profissional e de ponta!

Quantas meninas não existem por aí nesse país querendo uma oportunidade, uma chance de mostrar que também elas têm condições de vestir a camisa da seleção? Não tenho dados, números, mas posso dizer que são muitas.

Quero deixar registrada a necessidade de se profissionalizar e realmente e se consolidar o futebol feminino no Brasil pelas entidades competentes – leiam-se CBF e federações estaduais. Porque dentro de campo não é preciso dizer mais nada.

Aliás, não existem mesmo palavras para agradecer, para tentar descrever o que as nossas meninas fizeram e fazem com a bola nos pés! E nunca valeu tanto a pena acordar cedo num domingo de manhã...

sábado, 29 de setembro de 2007

Ave Franklin! Por BruneLLa Wyvern.

BOLÃO DE APOSTAS!


De quanto ficará o jogo Brasil X Alemanha pela final da Copa do Mundo de Futebol FEMININO??????

Como essa colunista aqui é otimista de plantão e totalmente encantada pelo futebol das meninas, aposto num jogo difícil, mas...

Brasil 2 X 1 Alemanha

E ganharemos uma estrelinha rosa na camisa oficial do Brasil!

Q LINDO!
Q LINDO!
Q LINDO!

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

inparcial por Rafael Arcanjo Jr.

EU VOLTAREI!

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Ave Franklin! Por BruneLLa Wyvern.

SIMPLESMENTE UM SHOW!!!

Atuação de gala de 11 guerreiras da Seleção Brasileira de Futebol FEMININO, chocolate em cima das favoritas estadunidenses e vaga na final da Copa do Mundo. Eu não poderia ter uma manhã melhor de uma quinta-feira cinza e fria.

Atenta aos detalhes da transmissão e capitando aquilo que o áudio me permitia, pude ouvir um estádio lotado na China gritando "BRASIL". E, mais para o final do jogo, rendendo-se ao indiscutível talento da número 10 da seleção... MARTA.

Esperava-se um jogo difícil, de placar apertado. Mas o que se viu foi a superioridade do futebol arte das meninas do Brasil frente a técnica e a estrutura do todo poderoso USA team. 4 a 0 foi placar construído no Dragon Stadium, em Hangzhou, uma das mais belas e desenvolvidas províncias da China.

O Brasil começou arrasador, dando sufoco nas estadunidenses e mandando no jogo. Logo aos 3min, a camisa 11 Cristiane invadiu a área adversária e foi derrubada, mas a árbitra não assinalou pênalti e mandou o lance seguir.

Melhor na partida, o time brasileiro abriu o placar aos 19min. Após cobrança de escanteio da número 8 Formiga, a zagueira norte-americana Osborne se atrapalhou e marcou contra. 1 a 0.

As brasileiras continuaram a pressão e não demoraram a ampliar o marcador. Aos 27min, Marta, eleita a melhor jogadora do mundo pela Fifa, fez bonita jogada individual, invadiu a área e chutou cruzado; a goleira Scurry não segurou.

A situação ficou ainda mais tranqüila aos 45min, depois que a defensora Boxx recebeu seu segundo cartão amarelo e foi expulsa da partida.

O segundo tempo começou eletrizante. As estadunidenses partindo para cima e o Brasil com chances de marcar em contra-ataques fulminates. O terceiro gol era questão de tempo e paciência. E ele veio logo! Com toques rápidos e jogadas de efeito, a equipe envolvia facilmente as adversárias. Aos 10min, Cristiane recebeu passe de Formiga e chutou para fazer o terceiro. Lindo! O Brasil fazia a bola rolar no gramado com maestria.

Mas ainda cabia mais! Abatidas em campo, as estadunidenses assistiram a um verdadeiro SHOW da nossa fenomenal Marta. Com direito a sambadinha com toda ginga que só as brasileiras têm! Com excelentes dribles, a atacante brasileira fechou a sua grande atuação com um belíssimo gol. É para ver e rever à exaustão! Aos 34min, a jogadora brasileira deu drible desconcertante na esquerda, invadiu a área e driblou mais uma adversária antes de fechar a goleada. GOLAÇO!

O estádio inteiro aplaudiu de pé. E começou a gritar sem parar o nome de Marta. EMOCIONANTE! Era o fim perfeito para um dia histórico para o futebol feminino brasileiro. Ah... E Cristiane ainda chutou uma bola na trave!

Os EUA estavam invictos a 51 jogos até que encontraram Marta e companhia no meio do caminho (a derrota no PAN não conta porque a seleção estadunidense que jogou a competição era a sub-19. Além disso, o PAN não é considerado competição oficial pela Fifa).

Agora é descansar e concentrar para a final de domingo, 9h - horário de Brasília, contra a Alemanha. Outra seleção favorita ao título, muito forte fisicamente e que conta com uma estrutura que é o sonho das nossas jogadoras. Já passou da hora de a CBF tomar uma postura e organizar um campeonato oficial de futebol feminino no Brasil.

É bom deixar bem claro aqui que o mérito dessa conquista das meninas do Brasil de estarem na final de uma Copa do Mundo de Futebol é exclusivamente delas, que não desistem do futebol, e das poucas pessoas que as acompanham nesse sonho de ver o futebol feminino crescer e se profissionalizar no Brasil.

Fica aqui o encanto e o agradecimento pela beleza, pela arte feita com a bola nos pés das nossas meninas do Brasil, que estão ganhando o mundo! E domingo às 9h, estão todos convocados a torcer pela nossa seleção contra as alemãs.

**reverência**
Andréia; Elaine, Tânia, Aline e Ester; Renata Costa, Formiga, Maycon e Daniela Alves; Marta e Cristiane
MUITO OBRIGADA POR MAIS UM ESPETÁCULO!!!

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Quero Ser Miriam Leitão, por Sylvia Ruth

Viva o Fed!

O que a gente pode dizer, não? Depois de meio mundo de gente arrancar os cabelos com a rasteira que a família ianque deu no planeta, vem o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, baixa a taxa básica de juros de lá, e pronto. Foi meio ponto percentual pra baixo, atingindo 4,75% ao ano. A moça da Globo News até sorriu hoje.

Sobre como baixar os juros faz bem a engrenagem da economia mundial eu já disse várias vezes aqui, não vou repetir de novo. Só chegou a hora de lembrar do que eu disse há umas semanas atrás, que essas coisas eram gases, e tal. Depois disso eu juro que não falei mais com o pessoal do Fed...

Na verdade, (lá vem mais uma analogia porca) o Fed é o dono da bola, sacou? Aquele cara que é um saco, chato mesmo, mas é o único que tem a bola, aí a galera toda bajula o moleque, esperando ele emprestar a bola (ou baixar os juros). Moral da história: ser amigo do poia do Fed é melhor que não ser, afinal, o importante é a bola, nesse caso, diferente do futebol, murcha (ou baixa). É, desta vez eu me superei.


Enquanto isso...

... Quem investiu na Bovespa já teve um retorno bem próximo do que perdeu no primeiro semestre. Ações são para quem gosta de emoções fortes, emoções como essas então, fortíssimas.

Depois da nuvem emo que estacionou no noticiário de economia, as coisas andam melhorando. Já para quem vê a economia pelo prisma do robusto Jota-i, ela sequer existiu, não passou de algo muito distante.


E a CPMF

Neste exato momento, se os deputados federais não estiverem se estapeando em rede nacional ou discursando abobrinha, eles estão decidindo se a CPMF (contribuição PROVISÓRIA sobre a movimentação financeira, se não me engano) prossegue comendo nossas entranhas ou não.

Acreditem: o que sair daí passará longe da idéia de se R$ 39 bilhões fazem falta ou não aos que vegetam nos hospitais públicos. O que importa é se o governo vai mesmo ceder os cargos públicos que prometeu a base aliada. Afinal, CPMF é assunto de política ou economia? Depois a pauta ainda vai ao senado.


Puxão de Orelha

Eu queria saber se este jeitoso blog virou propriedade minha e da Brunella. Tá difícil para todo mundo galera, mas o nome do blog já justifica a possível falta de qualidade (ou de preocupação com estilo e conteúdo) dos nossos textos. Não vai ter editor cretino nenhum embarreirando vocês não, minhas caras e meu caro.

Amo vocês gente, amo este blog também, não deixemos que ele morra.


Coisa sensacional descobri agora!

Entre na página do Google, digite "deswikipedia" e veja qual é o SÉTIMO resultado da busca. Amei!

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Ave Franklin! Por BruneLLa Wyvern.


A Ópera bufa do Congresso Nacional

A bomba-relógio colocada no colo do presidente do Senado transformou-se em uma pequena granada. As pizzas encomendadas com incrível antecedência já foram saboreadas pelos coleguinhas que votaram pela inocência e pelos que tiveram a coragem de se abster na votação (quem diria, hein, Sr. Mercadante?).

Na quarta-feira, dia 12 de setembro de 2007, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) absolvido no plenário da Casa fez cair por terra a teoria positivista. Ele provou que o indivíduo pode ser maior – e muito maior – que o todo. Foi o senador alagoano mesmo quem afirmou que qualquer ataque contra ele era um ataque contra o Senado.

A absolvição do presidente do Senado era certa com a seção fechada e os votos secretos (alguém ainda agüenta discutir sobre o assunto?). Seria cômico se não fosse trágico! Os esforços da trupe de atores dessa ópera bufa agora se concentram em fazer tudo voltar aos velhos lugares-comuns. Ou alguém acredita que Calheiros, em troca da absolvição, vai renunciar à presidência do Senado?

"Se eu não tiver condição de presidir o Senado, quem vai ter?", especulou em entrevista à Rádio Gaúcha, ainda antes de ser absolvido.

E ainda tivemos de engolir a declaração do excelentíssimo presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmando que “a absolvição de Calheiros não é impunidade”. Gostaria muito, excelentíssimo presidente, que o senhor nos dissesse então o que é a absolvição do senador.

Da parte do governo, a permanência de Renan era vital para a prorrogação da CPMF, que Lula já declarou que precisa prorrogar por mais alguns anos. E desta vez conseguiu articular seu apóio ao presidente do Senado em sintonia e em silêncio. Mas, ao contrário do que brada a oposição (será que fugiram das aulas de matemática?), a base governista não absolveu Calheiros sozinha. São 30 senadores governistas. Foram 40 os votos PA favor de Renan e mais 6 abstenções. Logo, foi preciso que coleguinhas da oposição também fossem coniventes com a impunidade.

Um de meus momentos preferidos nesta ópera bufa é a entrada do senador Francisco Dornelles (PP-RJ) em cena. A fala dele é curta, mas imperdível. Vejam só:

- Crime tributário não é causa para quebra de decoro. Amanhã, isso pode ser usado contra os senhores. Porque muitos aqui têm problemas fiscais (Ou seja, como cassar o chefão se a matilha inteira tem o rabinho preso?????).

Nossos parlamentares parecem viver e ser mesmo de outro planeta (quem se habilita a pesquisar a origem destes espécimes?).

E o que é mais impressionante nisso tudo é a reação da sociedade. Indignação passageira, e nenhuma atitude concreta. A descoberta de que não possuímos os instrumentos para modernizar o país não estarrece ninguém. O desânimo toma conta de todos. E é isso que querem os espetaculosos atores da ópera bufa encenada em pleno Congresso Nacional. Enquanto isso, nosso falido sistema político e seus vícios arraigados continuarão compondo o cenário da política nacional por muito tempo (ouçam a marcha fúnebre depois dessa afirmação).

O PSOL ainda não desistiu de cassar Calheiros e planeja entrar com mais uma representação no Conselho de Ética do Senado (a quarta) ainda esta semana. Dois processos contra o senador ainda serão votados pela Comissão e depois levados à votação em plenário A massa pré-assada das pizzas já está pronta e enformada. Falta apenas definir os sabores!



Enquete JI

O excelentíssimo presidente Luiz Inácio Lula da Silva acha que a absolvição do excelentíssimo presidente do Senado Renan Calheiros não é impunidade. E você, o que acha?

1- Palhaçada;

2- Tragicomédia;

3- Ópera bufa;

4- Novela da Globo;

5- Dramalhão mexicano;

6- Todas as anteriores.

sábado, 15 de setembro de 2007

Quero ser Miriam Leitão, por Sylvia Ruth

Aqui, o único release decente do último show de Sandy e Junior. Isso mesmo, Sandy e Junior.


O Último Ato

Evoluí. Foi o que respondi a minha mãe ao porque deixei de gostar de Sandy e Júnior. Assim como no Mito da Caverna, aprendi a gostar da dupla pop mais influente da última década no país, antes de sair por aí vestindo a camisa do “novo Nirvana”, The Strokes.

Na noite da última sexta-feira, ouvindo as denúncias de “brilhante jogada de marketing”, fui assistir a despedida anunciada dos filhos de Xororó como dupla.

Fui tarde, afinal, passei da idade de chegar com o sol a pino esperando os portões abrirem para escolher os melhores lugares na arquibancada. Sim, não dispendi R$60 do meu magro cofrinho para vê-los de perto o bastante – também não estou na idade.

Já eram cinco anos sem vir a Vitória. O último show, no estádio da Desportiva, ainda trazia as músicas do Ao Vivo no Maracanã. E, desta vez, as coisas eram diferentes. Lá, as perguntas mais constantes eram sobre um desata ou não desata, pergunta essa sempre respondida com um não. Hoje, eles já encheram os ouvidos de serem perguntados do “para onde vão agora”, pergunta respondida com um “não importa no momento”.

Mas foi o “Gigante” do Álvares Cabral, devidamente lotado, que fez as vezes de anfitrião de despedida. O mesmo que nos idos de 98, abrigara o primeiro show da dupla na mais provinciana das capitais brasileiras.

Antes mesmo de o show começar, mocinhas mais animadas faziam os socorristas trabalhar. Era a falta de ar, a emoção do momento por vir, e a ida, de maca, para o posto médico. A cena se repetiria durante toda a noite.

O show mesmo começou pouco antes das dez, com flashs pipocando de câmeras e celulares e a Não dá pra não pensar, em que se pode ouvir: “não dá pra não pensar em você, tá cada vez mais difícil não poder te ver, o tempo e distância entre nós não vão arrancar, a vontade que eu tenho aqui no peito, de te amar”, e que lembrou os fãs da meia década entre essa e a última apresentação em Vitória.

Em seguida, veio Super Herói, do álbum internacional, em que Júnior assume a primeira voz, interessantemente mais aceitável no show do que no cd.

Daí se seguiram Nada vai me sufocar, A Lenda e Inesquecível, a queridinha de grande parte do público.

Nessa altura, já era incontável o número de meninas carregadas que perdiam o fôlego e também o show. A intensidade dos gritinhos histéricos era diretamente proporcional ao número de meninas desmaiadas que passavam por mim. Mas o que interessa é o que está no palco.

Fazer um acústico é uma coisa que funciona, e ninguém diz o contrário. Mas para uma dupla acostumada a superproduções com bailarinos, diversas trocas de roupas e pirotecnia a saltar os olhos, um acústico soa no mínimo diferente.

A “dinâmica” do show é outra. Ora eles ficam de pé, ora sentam, trocam de roupa apenas uma vez, após a apresentação de um vídeo-retrospecto de toda a carreira. Nada de bailarinos, coreografia, só movimentos discretos, da Sandy. As coisas acontecem mais rápido do quem nas apresentações das últimas turnês, exatamente pelo minimalismo na medida certa.

Esse show prático, inclusive, dá um tom bem mais adulto ao show da dupla pop-teen. Mas as letras, devidamente açucaradas, não deixam-no soar sem graça, lógico que não.

Na bluesada Enrosca, o joão-gostoso Júnior arranca uivos das meninas, mesmo que não mereça. Cai a Chuva é um dos auges do concerto. Em absolutamente todas as músicas, o público participa aos berros.

Quem queria ouvir a Sandy, mal podia. Aliás, isso não é novo para a jovem-experiente cantora. Que eu me lembre, sempre foi assim. Ela só começa, o povo continua – coisa muito comum para pop stars.

Para saber se a banda faz sucesso, pergunta a sua memória se você lembra do refrão de alguma música. Se sim, ponto. E qualquer criatura que tenha vivido no Brasil nos últimos dezessete anos e que ouviu falar de música pop daqui, já ouviu falar nos intérpretes de Imortal, que aliás, não está no novo disco.

As pessoas crescem, nem sempre evoluem. Talvez tenha chegado a hora deles crescerem, a ponto desse modelo fácil fácil de “verso – refrão pulante – verso – refrão pulante” não caber mais. É chegado o fim. Um Vamo pular repaginado é o último parágrafo da despedida, seguida de um “Muito obrigado”. Por nada.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Ave Franklin! Por BruneLLa Wyvern.

A piada do ano

Eu bem que gostaria de postar aqui - com fogos de artifício - o anúncio da cassação do excelentíssimo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Mas... não foi bem assim que aconteceu.
Abstenho-me de comentar a palhaçada que ocorreu hoje à tarde no Congresso Nacional. No momento, não consigo formular as frases necessárias. Palavras de baixíssimo calão seriam postas aqui e, por respeito aos leitores, prefiro não fazê-lo.
Fiquem com a íntegra da nota divulgada por Calheiros após a sua absolvição (perdi toda vontade de comer pizza...).

"O resultado da votação de hoje é uma vitória da democracia, mas é também o momento de refletir sobre as perdas que esse processo político provocou.

Nesses mais de 100 dias, muitos de nós perdemos algo. Eu perdi mais. Abri mão de momentos de convivência com minha família e com os amigos. Mas confirmamos que, mesmo com eventuais injustiças e excessos inerentes ao processo democrático, é preciso acreditar nas instituições, fortalecê-las e não perder a confiança de que a verdade sempre prevalecerá.

Não guardo mágoa nem ressentimentos. O único sentimento que me move é o do entendimento e do diálogo. Esse processo se encerra com a reafirmação do mútuo respeito e da serenidade que sempre caracterizaram a convivência política nesta Casa.

A partir da decisão madura e soberana do plenário do Senado, já comecei a procurar os líderes e presidentes de partidos para prosseguirmos na agenda legislativa que de fato interessa ao país, à população. Não tenham dúvidas. Saberei corresponder aos anseios da instituição e aproximá-la cada vez mais da sociedade brasileira.

Senador Renan Calheiros
Presidente do Senado Federal"



Enquete do JI:
Depois dessa, o que você faz???
1- Desiste de uma vez da política.
2- Xinga para aliviar a alma, mas ainda acredita que pode mudar.
3- Pensa que discutir por alguém do naipe de Calheiros não vale a pena.
4- Hein? Hum? É comigo?
5- Aonde fica mesmo o Maranhão?

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Ave Franklin! Por BruneLLa Wyvern.

"Renan mentiu"

Uma capa da semana passada de um dos principais jornais do Espírito Santo dizia assim: "Renan mentiu"(referência ao texto do relatório dos processos abertos contra o presidente do Senado na Comissão de Ética da casa).
Mas que grande novidade!!!!!
**procurando meu cartaz verde neon escrito em rosa pink: EU JÁ SABIA!**

E amanhã, 05 de setembro, a nossa novela das nove diretamente do Planalto Central promete!
Isso porque é dia da Câmara ouvir Olavo Calheiros, irmão do senador, sobre o caso Schincariol. E tem mais!
Também amanhã o Conselho de Ética no Senado votará o relatório que pede perda de mandato do presidente da Casa. Será que o cabeça vai rodar????
Coleguinhas de Renan Calheiros já se mobilizam para vetarem a votação em voto aberto. Porque assim sendo, é praticamente impossível livrar o senador da cassação.
aguardando ansiosamente*

Temos notícia quente na área!

Ontem, dia 04 de setembro, o PSOL - a princípio um mero coadjuvante na trama - decidiu pedir a inclusão de novas denúncias contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em outro processo já em tramitação no Conselho de Ética da Casa. As novas denúncias foram publicadas pela imprensa - que está levando a sério sua auto-denominação de Quarto Poder (parece que é combinado, a cada semana, uma nova denúncia... vamos ver até onde isso vai!).

O requerimento do PSOL vai pedir o aditamento da nova investigação no processo que analisa o envolvimento de Renan com a cervejaria Schincariol. Se o Conselho de Ética não acatar o requerimento de aditamento, o partido vai protocolar outra representação contra Renan na Mesa Diretora do Senado.

“Entendemos que todas essas denúncias implicam quebra de decoro. Significam fatos conexos e, nesse sentido, por questão de economia processual, todas as denúncias deveriam ser agregadas em um único processo. Entendemos que todos os fatos estão relacionados à quebra de decoro parlamentar”, disse o senador José Nery (PSOL-PA), após a reunião da bancada.

Na reunião, ficou decidida também a ida dos parlamentares do partido, nesta quinta-feira de manhã, à Polícia Federal e à Polícia Civil do Distrito Federal para pedir informações sobre as investigações.

As novas denúncias foram feitas pelo advogado Bruno de Miranda Lins, ex-marido de uma funcionária do gabinete de Renan e filha do suposto lobista Luiz Garcia Coelho. Bruno o senador, junto com Luiz Garcia, de participação em um esquema de corrupção e propina em ministérios do PMDB (nem precisa oferecer um doce pra quem adivinhar quem foi que publicou as denúncias do afilhado de casamento de Calheiros, né?).

Bruno teria dito à Polícia Federal e à Polícia Civil que o senador Romero Jucá (PMDB-RR), na época em que era ministro da Previdência Social, e o deputado Carlos Bezerra (PMDB-MG), quando presidiu o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), teriam dado informações privilegiadas sobre cadastro de aposentados e pensionistas ao Banco BMG no contrato de empréstimo consignado.

O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), já pediu cópia do depoimento de Bruno na Polícia. Ele explicou que o inquérito foi encaminhado à Polícia Federal porque já havia lá uma investigação sobre irregularidades no BMG. “Essa investigação já trazia conseqüências ao Carlos Bezerra. Ele teria dado uma carteira grande de clientes ao BMG”, disse Tuma.

O senador, no entanto, é prudente na análise dos fatos. Para ele, o fato de Bruno acusar o ex-sogro de ser lobista “já traz uma dúvida de comportamento”. Tuma informou que a Polícia procura Bruno de Miranda, que está foragido.

“Faço um apelo para que ele se apresente o mais rápido possível, para que ele possa apresentar os e-mails que diz que tem”, afirmou Tuma (a turma do DEM está louquinha para abocanhar a presidência do Senado).

Nossa novela está cada vez mais quente!
Não percam os próximos capítulos!!!